09 agosto 2025

Qual filme você assistiria com seu maior amigo?

 

  

Equipe do Cinema no Escurinho

 
Chegamos a mais um Dia dos Pais. E se aqui, no mundo real tem pais de todos os tipos, ausentes, presentes, despachados, formais e vários outros... na dramaturgia não seria diferente, né? 

Aqui vai uma listinha da equipe do Cinema no Escurinho, pra você se divertir, se emocionar, odiar, ou até questionar por que aquele pai daquela série ou daquele filme não apareceu por aqui. Deixe seu comentário também.

Eduardo Jr.
- Julius ("Todo Mundo Odeia o Chris")
- Joel ("The Last of Us")
- Don Vito Corleone ("O Poderoso Chefão")
- Mufasa ("Mufasa: O Rei Leão")
- Chris Gardner ("À Procura da Felicidade")


Marcos Tadeu
- Jack ("This is Us")
- Gepeto ("Pinóquio")
- Marlin ("Procurando Nemo")
- Francisco ("2 Filhos de Francisco")
- Max ("Meu Filho, Nosso Mundo")
 
Mirtes Helena Scalioni
- David Sheff ("Querido Menino")
- Osamu Shibata ("Assunto de Família")
- Memo - ("O Milagre da Cela 7")
- Chris Gardner ("À Procura da Felicidade")
- Anthony ("Meu Pai")



Maristela Bretas

- Parker ("Sempre a Seu Lado")
- Darth Vader ("Star Wars")
- Ben ("Capitão Fantástico")
- Bryan Mills ("Busca Implacável")
- Indiana Pai ("Indiana Jones e a Última Caçada")
 
Filipe Mateus
- Guido ("A Vida é Bela")
- Nate Oullman ("Extraordinário")
- Eddie Palmer "(Palmer")
- Joe Kingman ("Treinando o Papai")
- Luiz Gonzaga ("Gonzaga de Pai pra Filho")



Silvana Monteiro
- Richard ("King Richard: Criando Campeãs")
- Memo ("O Milagre da Cela 7")
- Dr. Seyolo Zantoko ("Bem-vindo a Marly-Gomont")
- Ollie Trinke ("Menina dos Olhos")
- Harry Hamilton ("Tal Pai, Tal Filha")

 
SUGESTÕES DE ANIMAÇÕES
- Shrek - "Shrek Terceiro" (2007)
- Stoico - "Como Treinar Seu Dragão" (2010)
- Drácula - "Hotel Transilvânia" (2012)
- Roz - "Robô Selvagem" (2024)
- Gru - "Meu Malvado Favorito" (2010)
- Beto - "Os Incríveis" (2004)
- Grug - "Os Croods" (2013)
- Homer Simpson - "Os Simpsons" (a partir de 1989)
- Sr. Anderson - "Divertida Mente" (2015)





“Grades Invisíveis - Ela Ainda Está Aqui” junta lenda urbana e pauta feminista


Curta com direção de Sérgio Cunha e produção de Flávia Flores se apoia na história
da “Loira do Bonfim” (Fotos: Reprodução/Youtube)
 
 

Eduardo Jr.


Uma lenda urbana, conhecida por boa parte dos moradores de Belo Horizonte, agora encontra representação no curta-metragem “Grades Invisíveis - Ela Ainda Está Aqui”, que estreou no Youtube.

Feito a quatro mãos, com direção do jornalista e escritor Sérgio Cunha, e produção de Flávia Flores, o filme se apoia na história da “Loira do Bonfim”, personagem do além que perambula pela cidade. E mistura esse enredo à violência de gênero contra mulheres.

A experiência é rápida. O curta tem três minutos de duração e é filmado com um celular, na vertical (formato típico para o consumo ágil das redes sociais).

Na tela, o espectador é levado a entender que a protagonista solicitou uma corrida por carro de aplicativo e tentou levar o motorista para seus domínios, o Cemitério do Bonfim, na capital mineira. Prática atribuída à mulher que alguns belo-horizontinos juram ser real.


"Fazer cinema"

A narração amarra duas histórias que, até então, estavam posicionadas em pontos diferentes da sabedoria popular: de um lado, a lenda da década de 1940 da noiva abandonada no altar, que morreu de desgosto e que, há décadas, perambula por Belo Horizonte seduzindo homens para vingar suas dores.

Do outro, o histórico de silenciamento e violências contra mulheres, que se perpetua há séculos. No entanto, o esforço dos realizadores de ‘fazer cinema’ se enfraquece na tela. Enquanto o discurso tenta sustentar a obra, as imagens perdem a oportunidade de se aproximar da lenda da noiva vingativa.

O apelo à memória coletiva da Loira do Bonfim é uma estratégia interessante de atrair o público. No entanto, características que habitam esse imaginário não se apresentam. Quem deseja ver o figurino branco da personagem abandonada no altar, passará, sim, em brancas nuvens.


Ela nunca foi embora

A analogia entre a história trágica da mulher abandonada, vítima de irresponsabilidade afetiva, e o cenário frequente de mulheres afetadas por violência psicológica e física tenta criar a ideia de que situações semelhantes à da Loira se repetem.

Com isso, se produzem novas vítimas - que também poderiam desejar uma resposta seja ela justiça ou vingança. Ou seja, A Loira nunca foi embora, pois não falta motivação para que outras “Loiras do Bonfim” se mantenham presentes na sociedade.

Mas isso fica só nas camadas inferiores do curta. Porque, na tela, a presença dessa mulher não tem lá muita força. A quase-ausência da noiva vingativa tenta conferir uma aura sobrenatural à personagem ali retratada - e a mulher do além, obviamente, não faz questão de ser amplamente vista.


Questões técnicas

Em suma, a entrega deste produto audiovisual é um ato de coragem. Duas pessoas realizando uma obra de resgate (ou manutenção) da crendice popular é um feito interessante. No entanto, a execução não entrega nada que salte aos olhos - nem pelo encanto, nem para o susto do sobrenatural.

A edição com ar de experimental, a precariedade do som e a música cujos cortes chamam mais atenção do que a trama são questões técnicas que pesam. Se a memória da Loira do Bonfim promete durar ainda muito tempo, o curta não parece que terá a mesma sorte.



Ficha técnica:
Direção:
Sérgio Cunha
Roteiro: Sérgio Cunha, Flávia Flores
Produção: Flávia Flores
Câmera: Flávia Flores, Sérgio Cunha
Edição: Flávia Flores
Duração: 3'19”
País: Brasil