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07 março 2019

"Minha Fama de Mau": descompromissado e divertido como uma festa de arromba

Chay Suede é Erasmo Carlos na biografia autorizada do rei da Jovem Guarda (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Que ninguém se engane: "Minha Fama de Mau" foi feito para agradar aos fãs de um ídolo - por consequência, de um movimento, a Jovem Guarda. É um filme chapa branca, produzido a partir da autobiografia escrita por Erasmo Carlos. Trata-se, portanto, de uma biografia autorizada. Arestas são aparadas, conflitos retratados com muita leveza e, acima de tudo, muita música. No final das contas, o longa é, antes de tudo, um musical. E, nesse sentido, merece elogios.

Adolescente pobre da Tijuca, Erasmo vive com a mãe no que ele chama de "casa de cômodos" - nada mais do que uma pensão, onde moram outras pessoas tão solitárias e carentes como ele e dona Diva, muito bem interpretada por Isabela Garcia, que enche de ternura essa mãe solteira e sofredora. É nesse bairro que ele conhece Tião - que mais tarde viria a ser Tim Maia - e, juntos, eles descobrem o recém-chegado rock'n'roll de Elvis Presley, Bill Halley e Chuck Berry. Ambos se metem em pequenos furtos, brigas de turmas e vivem correndo da polícia, numa clara alusão ao fato de que a música pode ter sido a salvação daqueles jovens.

O elenco é um caso à parte no filme. Estão esbanjando talento e brilhando, além de Chay Suede como Erasmo Carlos, Gabriel Leone como um Roberto Carlos nada caricato, Bruno de Luca como o apresentador Carlos Imperial, Vinicius Alexandre como Tim Maia e até uma inusitada Paula Toller como Candinha, a fofoqueira de um programa de rádio. Destaque especial para a excelente Malu Rodrigues, que consegue timbrar a voz de Wanderléa, chamando atenção em alguns números musicais, apesar da pequena participação na história.

Para compensar o politicamente correto do filme - é claro que o atrito entre Roberto e Erasmo Carlos não se resolveu daquela forma romântica e sublime - "Minha Fama de Mau" tem certas gracinhas que podem encantar o espectador, como o personagem principal às vezes falando direto para a câmera, um locutor que entra em off, pequenos trechos de filmes da época, desenhos animados e quadrinhos. Outro diferencial: uma mesma atriz, Bianca Comparato, entra em vários momentos da história, fazendo o papel das mulheres que foram importantes na vida do cantor.

Enfim, o longa dirigido por Lui Farias é leve e agrada. Não se fala em ditadura embora o filme se passe nos anos de 1960. Quem não sabia, aprende como surgiu a Jovem Guarda e o que ela significou como movimento comportamental e musical, as histórias são divertidas, as músicas são gostosas, românticas e descontraídas. Tudo bem do jeito Erasmo Carlos de ser. 
Duração: 1h56
Classificação:
Distribuição: Downtown Filmes


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