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17 agosto 2023

Roteiro fraco feito de clichês foi o inseticida do "Besouro Azul"

Xolo Maridueña interpreta o super-herói que se torna hospedeiro de um escaravelho alienígena e ganha armadura e armas poderosas (Fotos: Warner Bros.)


Maristela Bretas


Poderia ser o novo sucesso do Universo DC, como aconteceu com "Mulher Maravilha" (2017) e "Coringa" (2019). Mas "Besouro Azul" ("Blue Beetle"), que estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas, apesar da grande expectativa e dos efeitos visuais do Imax, não consegue passar de um filme bem mediano.  

É só mais um super-herói (pouco conhecido) da turma do Batman que ganha a telona e que conta com a presença da atriz Bruna Marquezine no elenco principal para atrair o fã clube brasileiro.

Os diálogos são fracos e alguns personagens poderiam ser interpretados por atores melhores e com mais empatia. Mesmo assim fica a dúvida se conseguiriam salvar o roteiro superficial, feito em cima de clichês e sem nada de novo. Ele não explica como o tal escaravelho apareceu na Terra, como escolhe suas vítimas, que desliga como uma máquina, mas reage como um ser vivo e tem sentimentos (oi?).


Na história, Jaime Reyes (Xolo Maridueña, o lutador bonzinho da série da Netflix, Cobra Kai) volta para casa recém-formado na faculdade, mas descobre que a família passa por dificuldades. O destino o coloca em contato com Jenny Kord (a brasileira Bruna Marquezine), herdeira de um império de tecnologia que lhe entrega uma misteriosa relíquia alienígena - o Escaravelho, também chamado de Khaji-Da. 

Como um parasita, o objeto escolhe Jaime como seu hospedeiro simbiótico (igual ao que aconteceu com o jornalista Eddie Brock em "Venom", da Marvel, em 2018). O jovem é transformando no Besouro Azul, com armadura e poderes extraordinários. Mas terá de enfrentar inimigos poderosos que querem usar o escaravelho como uma arma de destruição em massa.


Apesar de já terem "ficado" na vida real, Xolo e Marquezine não mostram uma química convincente no filme para formarem o par romântico. Como o restante do elenco, eles receberam falas curtas e genéricas, disfarçadas por muita ação, cores fortes e CGI de sobra que ajudam a contar uma história que vale uma sessão da tarde no cinema, sem grandes pretensões. 

O elenco é formado por mexicanos e americanos descendentes de latinos, especialmente os parentes de Jaime - Elpidia Carrillo (mãe), Damián Alcázar (pai) George Lopez (tio), Adriana Barraza (avó) e Belissa Escobedo (irmã). Eles são caricatos, estão lá reforçando durante todo o longa a importância da união da família. 

Tem também Raoul Max Trujillo, que interpreta Carapax, meio homem, meio máquina a serviço da Kord e não acrescentaria nada se não fosse o inimigo do Besouro Azul.


Se a intenção do diretor porto-riquenho Angel Manuel Soto era mostrar como são tratados os imigrantes que querem refazer suas vidas em outros países, especialmente os latinos nos EUA, a abordagem ficou bem superficial, quase dispensável.

Susan Sarandon, que interpreta a empresária Victoria Kord, também tem de “se virar nos 30” para compensar as falas de seu personagem e o roteiro deficiente. Deixa sua marca quando entra em cena, mas teve seu talento mal aproveitado. Poderia ter sido uma grande vilã. 


Apesar dos pontos negativos, a produção tem algumas curiosidades interessantes que serão notadas por quem acompanha o Universo DC. O longa faz referências a seus super-heróis mais famosos como Batman e Superman; mostra o prédio da Lex Corp, do vilão Lex Luthor; o antigo Besouro Azul, que era mais velho que o atual, é citado como o herói de Palmera City, onde se passa a história. Além do Ted Kord, que é importante para trama e pai da Jenny, é citado também Dan Garrett, o primeiro Besouro Azul, como professor de Ted.


Numa das falas dos personagens, a cidade do Besouro Azul é comparada a Central City, do Flash, e Gotham City, do Batman. Gotham também é lembrada no moletom usado por Jaime na faculdade. Até personagens como "Chapolin Colorado" e "Maria do Bairro", conhecidos da TV latina são lembrados pelo elenco.

"Besouro Azul" não é um filme ruim como "Esquadrão Suicida" (2016), também da DC, mas o super-herói dos quadrinhos foi mal desenvolvido nesta versão, que deixa muitos furos. Pode ser que a continuação, indicada nas cenas pós-créditos (a última depois de tudo), consiga colocar ordem na casa. Vai depender do resultado da bilheteria. Bruna Marquezine caiu nas graças do diretor e entrega o que era esperado, podendo estar nessa continuação. É aguardar para ver.


Ficha técnica:
Direção: Angel Manuel Soto
Produção: Safran Company
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h07
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: aventura, ação

15 fevereiro 2023

"Casamento em Família" tem elenco de estrelas numa história fraca sobre relacionamentos

Richard Gere, Diane Keaton, William H. Macy e Susan Sarandon estão no elenco da produção (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Um filme agradável, apesar do roteiro mediano e totalmente previsível, que reúne uma infinidade de clichês. Este é "Casamento em Família" ("Maybe I Do"), longa-metragem que estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas. 

Quem salva a produção é o elenco, formado por estrelas como Richard Gere, Susan Sarandon, Diane Keaton e William H. Macy, além de Emma Roberts e Luke Bracey.


A história se resume em discutir relacionamentos desgastados, arrependimentos, frustrações, traições e a instituição do casamento como uma solução para os problemas.

Três casais estão envolvidos na trama e, claro, acabam descobrindo que têm mais em comum do que desejavam. 

Gere e Keaton são os pais de Michelle (Emma Roberts) e, apesar de se amarem, não estão vivendo o melhor momento do casamento.


A jovem se baseia na boa relação deles e acredita que o "próximo pulo" de sua vida seja a troca de alianças com Allen (Luke Bracey). 

Mas o namorado não vê essa mesma "harmonia" em casa entre seus pais (Macy e Sarandon), que se odeiam. E teme que sua relação acabe como a deles.


Entre situações constrangedoras, longas conversas, juras de amor e redescobertas, "Casamento em Família" até pode levar casais a questionarem até onde vale à pena manter uma união desgastada, especialmente se envolve traição.

Sem surpresas

O longa é pura água com açúcar, não tem grandes momentos nem surpresas, mas distrai pelas atuações dos atores mais experientes. Especialmente a partir do momento que o jovem casal decide que as famílias devem se conhecer.

Também a música-tema "Always You" ("Wedding Version"), interpretada por Ruth B., é um dos destaques. Clique aqui para conferir. 


Outro ponto positivo do filme é a utilização de recursos de acessibilidade por meio do aplicativo Mobi Load, que oferece audiodescrição, legendas descritivas e libras.

"Casamento em Família" é uma comédia romântica, ideal para uma sessão da tarde. Mas ainda fica atrás de outra recente produção do gênero, "Ingresso para o Paraíso" (2022), com Julia Roberts e George Clooney , bem mais simpática e engraçada.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Michael Jacobs
Produção: Fifth Season, Vertical Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h35
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: comédia, romance

30 março 2021

"A Despedida" faz chorar de emoção com boas interpretações, bela fotografia e trilha sonora com clássicos

Susan Sarandon e Kate Winslet são os destaques no drama sobre vida e morte dirigido por Roger Michell (Fotos: California Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Prepare o lencinho para a estreia nesta quarta-feira (31/03) nas plataformas digitais do drama "A Despedida" ("Blackbird"), que reúne um elenco com interpretações envolventes, uma fotografia que encanta e uma trilha sonora perfeita. Dirigido por Roger Michell, o filme tem em seu elenco principal as premiadas com o Oscar Susan Sarandon e Kate Winslet dando show cada vez que aparecem. Não são poucos os momentos que levam as pessoas a ficarem com os olhos marejados graças a essas duas atrizes, que receberam um bom suporte com as atuações dos demais integrantes do grupo. 


Susan Sarandon é a peça chave do filme, no papel de Lily, uma mulher de quase 60 anos inteligente e espirituosa, que tem uma doença terminal. Ela se acha perfeita e por ter sido controladora a vida inteira decide quando e como será seu fim. Não quer que a família tenha pena de seu estado e que permaneça estruturada (o que nunca foi) após sua partida. Até na vida de sua melhor amiga Liz (Lindsay Duncan) ela interfere.


Lily e o marido Paul (Sam Neill) se preparam para um fim de semana com as filhas, o neto e companheiros das filhas, além de Liz.  Apesar de sua mobilidade prejudicada, Lily insiste em preparar tudo sozinha, numa comemoração de despedida, já que pretende antecipar sua morte com a ajuda do marido médico para não sofrer com a degeneração do corpo e da mente. Entre jantares, jogos de adivinhação e passeios na praia, a família vai tentando fingir que tudo aquilo é "normal".


Mas, à medida que as horas avançam, os dramas vão surgindo, assim como os segredos do passado e do presente. E é aí que entra o outro peso-pesado do filme, Kate Winslet, no papel da filha mais velha, Jennifer. Tentando sempre ser reconhecida pela mãe e um retrato dela, controla o marido e filho (ou pelo menos acha isso) e tem sérios conflitos com a irmã caçula Anna (Mia Wasikowska). 


Jennifer é uma mulher insatisfeita emocionalmente e sexualmente e no fundo, apesar de ter concordado com a morte prematura da mãe, não aceita e não se sente segura com a perda. Winslet está ótima no papel, quase irreconhecível com grossos óculos e usando roupas que a deixam com aspecto de uma mulher bem mais velha - está mais para irmã de Lily que para sua filha.


Outra que se sai bem no papel é Mia Wasikowska, uma mulher frágil, insegura, cheia de mágoas, que mantém uma relação instável com Chris (Bex Taylor-Klaus), uma jovem de comportamento adolescente, mas que segura a barra da companheira mesmo nos momentos difíceis. Mia e Winslet também entregam bons diálogos, especialmente quando Anna e Jennifer discutem a relação entre elas e com a mãe. 

Chama a atenção o fato de o pai sempre ficar de fora quando o assunto é relacionamento. Como se ele fosse apenas um coadjuvante da família. A força toda do filme está nas mulheres da família, especialmente nos conflitos, e os homens da trama são deixados de lado. Isso fica claro na postura de Paul, no casamento de Jennifer com Michael (Rainn Wilson) e na relação dela com o filho Jonathan (Anson Boon). Eles só ganham mais espaço no final, em parte por interferência de Lily, como sempre.


Sam Neill especialmente merecia mais destaque, uma vez que interpreta o marido apaixonado pela esposa, mas resignado por sua decisão, que o coloca como o responsável por planejar todo o procedimento médico. Sofre calado pelos cantos da casa, ao mesmo tempo em que tem de parecer seguro para dar o suporte à família para o que está por vir. 

O certo é que à medida que o fim de semana vai chegando ao final, o clima se torna cada vez mais tenso. O que antes era um acordo familiar passa a ser descartado pelas filhas e a despedida de Lily pode não ser tão pacífica como ela planejou.


Outro destaque de "A Despedida" é a bela trilha sonora, que conta com clássicos de Bach e Mozart, além de solos de violino e piano. Também a fotografia é um ponto alto. Apesar de ter poucas locações, com a maioria das cenas feitas dentro da casa, as externas são numa região a beira-mar com lindas praias e caminhos de pedra pela encosta que garantem boas imagens, inclusive do pôr do sol. 

Encantador e envolvente trata-se de um filme que faz pensar sobre morte e o que se leva dessa vida. Recomendo demais. "A Despedida" estará disponível para locação, no Now, iTunes, Google Play, Youtube Filmes, Vivo Play e Sky Play.


Ficha técnica:
Direção: Roger Michell
Exibição: Plataformas digitais para locação
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h37
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gênero: Drama
Nota: 4 (de 0 a 5)