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20 julho 2021

Com atraso de cinco anos, Scarlett Johansson volta para a família com muita ação em "Viúva Negra"

Filme solo da super-heroína da Marvel faz lembrar dos bons filmes da franquia "Vingadores" (Fotos: Marvel Studios/Divulgação)


Maristela Bretas


Ação, ação e mais ação. Com ritmo acelerado de tirar o fôlego e apenas algumas cenas para dar uma explicação ou outra e momentos família, "Viúva Negra" ("Black Widow") está em cartaz nos cinemas e para assinantes do Disney+ pelo Premier Access, ao preço de R$ 69,90. Um preço salgado para apenas uma pessoa, mas que acaba ficando em conta se mais pessoas forem dividir a exibição em casa. E quase o equivalente a duas entradas inteiras, sem combo de pipoca e refrigerante.

Pena que chegou com pelo menos cinco anos de atraso. A super- heroína Natasha Romanoff, mais conhecida como Viúva Negra, merecia ter seu filme solo apresentado na sequência certa dos fatos da franquia "Vingadores". A história se passa entre "Capitão América - Guerra Civil" (2016) e "Vingadores - Guerra Infinita" (2018), quando o grupo se divide e os aliados do Capitão América passam a ser caçados pela organização S.H.I.E.L.D. 


Mas somente agora, depois da morte da Viúva Negra em "Vingadores - Ultimato" (2019), ele é exibido, o que tira o impacto do longa e causou frustração em muitos fãs da Marvel. Para compensar, a produção em ótimas lutas, perseguições e ação alucinantes do início ao fim. Além das cenas pós-crédito (não saia do cinema) que vão abrir o caminho para a fase 4 dos "Vingadores". 


Isso mesmo. Alguns heróis morreram em "Ultimato", mas os que ficaram estão ganhando mais sequências e séries solo. É o caso de Wanda, Vision, Falcão, Soldado Invernal e até Loki. Sem contar produções como "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", que deve chegar em dezembro deste ano, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", previsto para estrear em março de 2022, e "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", que pode ser lançado em 2023. 


Mas voltando à "Viúva Negra", durante sua adolescência, Natasha tem uma família "tipicamente norte-americana", só faltou um Golden Retriever. Com poucos minutos de filme, o bicho pega, com direito a uma fuga espetacular e locações de encher os olhos. Tirada dos pais junto com a irmã pequena, Yelena, ambas são treinadas na Sala Vermelha para se tornarem espiãs e assassinas russas. 

Natasha, já adulta consegue escapar, deixando a irmã para trás. Tempos depois, ela conhece o Gavião Arqueiro e se junta aos Vingadores, até se tornar uma foragida. Apesar de se isolar do mundo, ela vê seu passado em Budapeste bater à porta e trazê-la a momentos sofridos e à descoberta de figuras que julgava não existirem mais. Aos trancos e barrancos, com muita briga e rancor, ela precisará se unir à sua antiga família e derrotar um inimigo comum. Pena que Ray Winstone entregue um vilão mediano e pouco convincente. 


Trabalhar o lado emocional da super-heroína é resultado da boa direção de Cate Shortland, que soube construir bem os personagens, especialmente femininos, que predominam no filme. Scarlett Johansson arrasa na interpretação do papel principal. Mais madura e segura em sua personagem, ela divide o centro das atenções com outras estrelas que aumentam o brilho da produção e ajudam a formar uma família "bem diferente". 

A jovem atriz Florence Pugh, de "Adoráveis Mulheres" (2019) é Yelena Belova. A bela britânica é simpática, briga muito, está ótima e tem tudo para ser uma nova "Vingadora" no lugar da irmã. Outra britânica que não deixa por menos é Rachel Weisz ("A Favorita" - 2019), como- a espiã russa Melina Vostokoff, que também é a mãe de Natasha e Yelena. 


O longa recupera dos quadrinhos personagens conhecidos apenas pelos fãs. O grandalhão e ex-herói russo Guardião Vermelho, inimigo do Capitão América, que é interpretado por David Jarbour ("Hellboy" - 2019). Coube a ele o lado cômico da produção e o papel de pai das garotas. 

Além no atraso em contar a história da Viúva Negra, outro ponto negativo do filme foi o pouco destaque ao personagem Taskmaster ou Treinador (Olga Kurylenko), vilã quase robótica que persegue Natasha o filme inteiro. Como curiosidade, a adolescente Ever Anderson, que faz o papel de Natasha jovem, é filha da atriz Milla Jovovich. 


Filmado no Caribe, Noruega e, especialmente, em Budapeste, o roteiro mal dá tempo de tomar um fôlego entre as lutas e perseguições. Ótima produção que reúne ação, emoção e humor na medida. Sem grandes monstros alienígenas e guerras em outros mundos, "Viúva Negra" segue se forma correta a linha espionagem que compôs a vida da personagem, sem perder a conexão com o Universo Marvel. 

O filme merece ser conferido pelo público que curte a famosa franquia dos super-heróis, não importando em qual opção de exibição - no cinema ou em casa -, mas sempre com pipoca.


Ficha técnica:
Direção:
Cate Shortland
Produção: Marvel Studios / Walt Disney Pictures / Zak Productions
Duração: 2h14
Distribuição: Walt Disney Pictures
Exibição: Nos cinemas e Disney+ (assinantes pelo Premier Access)
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação / Espionagem / Aventura
Nota: 4,5 (de 0 a 5)

22 janeiro 2019

Disputa de egos e relacionamentos perversos são a essência de "A Favorita

A história é baseada na era da Rainha Anne, governante responsável pela unificação da Escócia e Inglaterra (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Carolina Cassese


Apresentando a potência do trio Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, o filme "A Favorita" chega aos cinemas nesta quinta-feira. Junto com "Roma" (Alfonso Cuarón), a produção lidera o número de indicações ao Oscar, com dez nomeações. Dirigido pelo grego Yórgos Lánthimos, conhecido por assinar longas perturbadores como "Dente Canino" (2009) e "O Lagosta" (2015), a trama é centrada na disputa de Lady Sarah Churchill, a Duquesa de Malborough (Weisz) e Abigail (Stone) para o posto de confidente da Rainha da Inglaterra. 

As duas personagens são ambíguas: do começo do filme, Sarah parece ser uma figura detestável, ao passo que Abgail aparenta inocência. A de Stone já foi uma dama da sociedade, mas sua família entra em decadência e ela precisa assumir um cargo de serviçal no castelo para se sustentar. No decorrer do longa, ambas são humanizadas - e mostram uma faceta consideravelmente manipuladora.

Enquanto Anne é incerta em relação às suas decisões como governante, Lady Sarah tem opiniões fortes e está sempre disposta a persuadir a Rainha. Extremista, ela prefere adotar estratégias de combate e constantemente entra em conflito com defensores de ações pacifistas. Abgail entra no jogo de maneira mais sutil e, comendo pelas beiradas, acaba conseguindo espaço no palácio.

A história é baseada na era da Rainha Anne (1702-1714), que assumiu o poder logo depois de sua irmã Mary. A governante foi responsável pela unificação da Escócia e Inglaterra, além de ter desenvolvido o sistema bipartidário, até hoje vigente na Grã-Bretanha. Anne era conhecida ainda por seu temperamento instável. A interpretação de Colman entrega, com maestria, uma rainha densa e complicada. Stone e Weisz também brilham e apresentam uma química incrível em cena.

A direção de Lánthimos não deixa a desejar. São utilizadas câmeras com lentes grandes angulares, que auxiliam na percepção da grandeza de diversos espaços do palácio. Destaque ainda para os exacerbados figurinos, as maquiagens excêntricas e a impecável direção de fotografia. 

Apesar de retratar o século XVIII, o longa apresenta temas atemporais, como relacionamentos abusivos e brigas de egos. As disputas, dentro e fora do castelo, são intermináveis. Também não há espaço para maniqueísmos: o bem o mal se entrelaçam e se confundem o tempo inteiro.

Mesmo não tratando especificamente de questões relativas ao machismo, "A Favorita" é inegavelmente um filme empoderador, já que as mulheres dominam a tela. Com esse trio de peso em cena, a presença de figuras masculinas, francamente, mal faz falta.
Duração: 2 horas
Classificação: 14 anos
Distribuição: Fox Film do Brasil


Tags: #AFavorita, #OliviaColman, #EmmaStone, #RachelWeisz, @20thCenturyFox, @ExpacoZ, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho

21 junho 2018

"Desobediência" - O preconceito que separa e impõe barreiras ao amor e à liberdade

Rachel Weisz e Rachel McAdams entregam ótimas interpretações das amigas que vivem um romance intenso e proibido (Fotos Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Tenso, envolvente, "Desobediência" ("Disobedience") é um romance de narrativa simples que vai ganhando força à medida que se aproxima o momento de reencontro pleno entre as duas protagonistas - Ronit (linda e fortemente interpretada por Rachel Weisz) e Esti (Rachel McAdams, que não fica atrás em interpretação). O amor contido, guardado e sofrido por anos vai ganhando força a cada cena, mesmo com toda vigilância da comunidade ortodoxa judaica onde vivem e que parece ter olhos em cada esquina. 

A história foca exatamente neste preconceito arraigado, e começa de forma simples mas sem muitas explicações, a partir da morte do pai de Ronit, o rabino que comandava uma pequena comunidade ortodoxa judaica nos arredores de Londres. Ela deixou a cidade e a família há anos e foi ser fotógrafa em Nova York. Seu retorno é visto com desagrado por familiares e integrantes do grupo. Ronit representa uma ameaça às tradições e o risco de provocar "reações desagradáveis de comportamento" em Esti, a quem amou na adolescência. Um amor proibido, entre duas mulheres, tratado como uma doença de cabeça que só poderia ser consertada com um casamento arranjado para manter as aparências. 


Outro que se mostra abalado com a chegada da fotógrafa é Dovid Kuperman (Alessandro Nivola, que também entrega ótima interpretação), amigo de infância e ex-namorado abandonado por Ronit e agora marido de Esti. Está formado o triângulo amoroso de renúncias e desejos.

O drama não é uma crítica à religião, mas mostra como algumas regras ortodoxas condenam e punem o amor entre duas pessoas e definem os destinos de uma comunidade. Os personagens anseiam pela liberdade, todos estão insatisfeitos, e aqueles que resolvem mudar o rumo imposto, são exilados. Ronit e Esti são as maiores vítimas disso e acabam afastadas, vivendo em mundos e realidades diferentes. Mas nem mesmo a distância conseguiu mudar o que uma sente pela outra.

Dovid sabe disso e não consegue evitar, apenas viver segundo a fé e os preceitos que lhe foram ensinados. Mas até mesmo ele se sente prisioneiro do que lhe foi determinado desde pequeno pelo rabino chefe e a comunidade. Ele teme que a chegada de Ronit destrua sua falsa vida perfeita de homem bem casado e sucessor do comando. E torce para que sua estadia seja bem breve.

As cenas de beijos e relação entre as duas Rachels são as mais esperadas e foram bem conduzidas, de intensidade moderada mas que passam bem o desejo das personagens de se tocarem e ficarem juntas novamente. Uma relação furtiva, de duas amantes que se portam como adolescentes fazendo algo proibido, o que não deixa de ser pela situação em que se encontram. 


O primeiro beijo após a volta, o local onde se encontravam quando jovens ao pé da árvore, a escapada para um quarto de hotel. Rachel Weisz e Rachel McAdams tiveram muita química em todo o filme, principalmente nas cenas mais íntimas, e o diretor Sebastián Lelio soube captar com muita sensibilidade, explorando cores, ângulos e o talento das duas atrizes.

O cinza e o preto são predominantes em "Desobediência", tanto na típica paisagem inglesa, quanto nas roupas usadas pelos frios e desconfiados membros da comunidade (verdadeiros corvos). 
O que dá um tom ainda mais ameaçador e frio para quem chega de fora. Os diálogos funcionam como desabafos, esclarecendo ao espectador o que aconteceu no passado e o que nunca foi dito. Até o momento em que é preciso definir como ficará a relação Ronit/Esti/Dovid depois do reencontro. 

Baseado no livro de Naomi Alderman, o filme tem de tudo um pouco do que se esperava de um tema que provoca e instiga - drama, romance, amor entre duas mulheres, busca pela aceitação, arrependimentos, resignação, desejo de liberdade, preconceito e tradições. Imperdível, principalmente pelas atuações femininas, dignas de um Oscar.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Sebastián Lelio
Produção: Sony Pictures / Film4 / Filmnation / Braven Films / Element Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h54
Gêneros: Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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