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12 novembro 2018

"Operação Overlord" - terror, guerra, muita ação e a marca de J.J.Abrams

Jovan Adepo e Wyatt Russell vão enfrentar supersoldados indestrutíveis criados por nazistas para vencerem o conflito (Fotos: Peter Mountain/Paramount Pictures)


Maristela Bretas


Misturar 2ª Guerra Mundial com terror (não confunda com atrocidades) é possível? Para o produtor J.J. Abrams e o diretor Julius Avery sim. E, de quebra, com muita ação e um elenco pouco estrelado que entrega um ótimo filme. Tudo isso está em "Operação Overlord", produção que em cartaz nos cinemas e que tem a invasão da Normandia (o conhecido "Dia D") como ponto de partida para virar a história e se tornar um ótimo filme de terror/ficção sobre as experiência científicas realizadas pelos nazistas em instalações secretas num vilarejo francês.

Usar a 2ª Guerra Mundial como tema de filme já está mais que manjado e cansativo, era preciso criar um viés completamente diferente, partindo para o terror com seres humanos servindo de cobaias para a criação, em um laboratório secreto, de supersoldados indestrutíveis, que serão usados pelos nazistas para vencerem o grande conflito e dominarem o mundo. Pode não ter sido desta forma, mas não são poucos os documentos encontrados pós-guerra abordando os experimentos do governo Hitler com esses objetivos.

Mesmo com alguns deslizes no roteiro, Avery e Abrams conseguiram entregar um bom filme, que provoca pulos na cadeira e arrepios com o quebrar de ossos. destaque para a atuação de Jovan Adepo ("Mãe!" e "Um Limite Entre Nós", ambos de 2017) que interpreta o soldado Boyce, e domina a ação, juntamente com Wyatt Russell, no papel do cabo Ford. As piadas e comentários sarcásticos ficam por conta de John Magaro, o soldado Tibbet, que não dispensa um chiclete.

Do lado dos vilões, e este assusta após se transformar, está Pilou Asbaek ("A Vigilante do Amanhã" - 2017), como o comandante alemão Wafner, que nas horas vagas corre atrás de Chloe, jovem francesa boa de tiro interpretada pela quase estreante Mathilde Ollivier.

Na história, uma tropa de paraquedistas norte-americanos é lançada atrás das linhas inimigas para uma missão crucial - explodir as comunicações dos alemães e facilitar o desembarque das tropas aliadas na Normandia. Apesar das muitas perdas, o pequeno grupo consegue chegar a seu destino, mas vai descobrir que a fortaleza nazista instalada numa igreja abriga mais que uma simples torre de transmissão e que coisas estranhas estão acontecendo com os habitantes do pequeno vilarejo onde ela está localizada.

Ambientação, trilha sonora, figurinos e reconstituição histórica da operação dos aliados estão ótimos. Mas é na maquiagem que a produção se supera, com um trabalho excelente de efeitos visuais de transformação assustadora de rostos e corpos deformados pelas experiências dos alemães.

Até mesmo os fãs de filmes de guerra vão gostar da linha adotada pelo diretor, que não dispensa a parte da guerra, com muitos tiros, explosões, tanques e metralhadoras, além dos medos dos soldados que estão indo para a batalha pela primeira vez, o racismo velado e o heroísmo dos norte-americanos (claro!). Vale muito a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção: Julius Avery
Produção: Bad Robot / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h50
Gêneros: Terror / Ação / Guerra
País: EUA
Classificação: 16 anos 
Nota: 4 (0 a 5)

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05 outubro 2017

"Blade Runner 2049" uma continuação digna do clássico

Ryan Gosling ocupa o lugar de caçador de androides que foi de Harrison Ford, que está de volta ao papel após 35 anos (Fotos: Sony Pictures / Warner Bros. Pictures /Divulgação)

Maristela Bretas


O clássico "Blade Runner: O Caçador de Androides" ("Blade Runner" - 1982) ganha sua continuação 35 anos depois de sua estreia, agora sob a direção de Denis Villeneuve com produção executiva de Ridley Scott, diretor do primeiro. Com dois renomados diretores e um elenco de primeira, estreia nesta quinta-feira nos cinemas "Blade Runner 2049", uma grande produção que faz jus ao filme original em vários aspectos, a começar pelo aumento da degradação ambiental e a evolução dos robôs nos 30 anos da história, a partir de 2019.

Destaque para a fotografia do filme, que supera até mesma a longa duração - 2h43, contra a 1h57 do original -, o que o deixa cansativo em alguns momentos. O roteiro foi muito bem conduzido e levanta a hipótese, em várias cenas e diálogos, para um possível terceiro filme, algo na linha de "O Exterminador do Futuro - A Rebelião das Máquinas" (2003), uma vez que os dois lados estão montando seus exércitos para um conflito final.

"Blade Runner 2049" mantém o visual sombrio, reforçado pela chuva constante, prédios enfileirados como blocos, locais escuros e abandonados e a iluminação da rua vinda de enormes letreiros de neon - por sinal, um grande merchandising, como no primeiro. Também as imagens da cidade vistas durante os voos das aeronaves, continuam sendo um espetáculo à parte. Para a área afetada por um colapso nuclear que mudou todo o ecossistema, o diretor escolheu tons mais amarelados, intensificados por uma névoa. As filmagens de "Blade Runner 2049" foram inteiramente realizadas na Hungria, com locações em todo o país e ocupando todos os seis platôs, além de gravações e montagens feitas em estúdios em Budapeste e Etyek.


O diretor pegou uma tarefa bem complicada: dar sequência a um clássico que marcou época e ainda é referência na união da ficção ao filme noir. E conseguiu fazer um belo trabalho, contando com nomes famosos e premiados na produção, como Ryan Gosling, Jared Leto, Robin Wright, Ana de Armas, Sylvia Hoeks e Dave Bautista, além de trazer de volta para o novo longa-metragem Harrison Ford, Edward James Olmos e Sean Young, que participaram do filme de 1982.


Gosling está ótimo no papel de K, um replicante consciente de sua origem que tenta ser insensível ao trabalho de eliminar a própria raça. Ele, no entanto, é apaixonado por uma imagem holográfica, a quem chama de Joi, bem interpretada também pela bela atriz Ana de Armas. Jared Leto tem um papel importante, mas foi pouco aproveitado. Harrison Ford, mesmo bem envelhecido, é a parte mais esperada pelo público e responsável pelas cenas de ação. O encontro dele com Gosling é um momento marcante do filme.


Assim como em "O Caçador de Androides", a história discute principalmente sentimentos, identidade e relação. A forma como é abordada a questão do trabalho escravo dos replicantes, não importando a idade, faz a gente refletir sobre uma realidade que vemos acontecer hoje em alguns países. Mais um motivo para humanos e replicantes conviverem se odiando.

No primeiro filme, os super androides Nexus 6 quase perfeitos foram considerados descartáveis e caçados até sua quase extinção. Em "Blade Runner 2049", eles estão "mais perfeitos que humanos", mas continuam sendo desprezados. K é o novo Blade Runner da Polícia de Los Angeles, sob o comando da tenente Joshi (Robin Wright). Ele deve eliminar remanescentes da nova geração de Nexus 8, função que no passado foi do humano Harrison Ford. O policial começa a ter dúvidas sobre sua origem e trabalho após encontrar o fazendeiro de proteína Sapper Morton (Dave Bautista).

K passa a investigar a empresa de Niander Wallace (Jared Leto) que encara os replicantes como necessários à sobrevivência da humanidade e tenta ampliar o número deles na Terra e nas colônias. Wallace é auxiliado por Luv (Sylvia Hoeks), uma androide que deixa cadáveres por onde passa. A investigação de K o leva a descobrir um segredo que poderá mudar os rumos da civilização. Para isso terá de encontrar Rick Deckard (Harrison Ford), um ex-policial Blade Runner desaparecido há três décadas. Entre lutas e perseguições, K ainda encontra tempo para o prazer virtual com a imagem de Joi, a quem ama mas não pode tocar.

Efeitos visuais excelentes, sem exageros, com destaque para as cenas em que a imagem de Joi é intercalada com a da garota de programa Mariette (Mackenzie Davis), além dos sobrevoos sobre a Los Angeles degradada do futuro. Trilha sonora sob a batuta de Hans Zimmer também muito boa, mas foge do estilo do Vangellis, responsável pelo original. "Blade Runner 2049" é um ótimo filme, deve ser visto e, apesar de os diretores dizerem que não é necessário assistir ao primeiro, acho essencial para entender vários pontos da nova produção. E também porque "Blade Runner: O Caçador de Androides" é considerado um dos melhores e mais importantes filmes de todos os tempos no gênero.




Ficha técnica:
Direção: Denis Villeneuve
Produção: Warner Bros. Pictures / Alcon Entertainment / Columbia pictures
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 2h43
Gêneros: Ficção científica / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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