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28 outubro 2018

"Fúria em Alto Mar" exalta poderio militar dos EUA e vale só pela ação

Gerard Butler tem o papel principal e mesmo como um dos produtores não consegue salvar filme fraco (Fotos: Concorde Filmverleih/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de "Invasão a Londres" (2017) e "Invasão à Casa Branca" (2013), Gerard Butler volta ao papel do mocinho mal-humorado salvador da pátria. Só que em "Fúria em Alto Mar" ("Hunter Killer")  ele troca tiros, explosões e mortes por decisões arriscadas e apostando no bom senso do inimigo. Ele é o capitão Joe Glass, que comanda o submarino USS Arkansas e assume uma tripulação desconhecida, a qual precisa ganhar a confiança.

E como primeira missão, ele e sua equipe são escalados para descobrir o que aconteceu com outro submarino norte-americano que desapareceu enquanto espionava um submarino russo no Mar de Barents. Durante a investigação, eles acabam sendo escalados para salvar o presidente russo durante uma rebelião e evitar a 3ª Guerra Mundial.

A história não tem muitas novidades, é fraca, mas o final convence pelos efeitos visuais e a ação é boa, não deixando o filme naufragar totalmente. Gerard Butler reforça o papel de "bam bam bam" da história, com uma postura bem canastrona, como nas duas e repete o cargo de produtor. E claro, concentra todas as atenções e decisões em seu personagem, mesmo com posição contrária de sua tripulação.

Dividindo o elenco principal está Gary Oldman ("O Destino de Uma Nação" - 2017), que até tenta, mas o papel não faz jus a seu talento. Ele interpreta o Ministro da Defesa Charles Donnegan, que está doidinho por um confronto armado. Destaque também para Michael Nyqvist, no papel do capitão Andropov que comanda o submarino russo investigado pelo desaparecimento da embarcação dos EUA.


"Fúria em Alto Mar" tem até algum suspense e consegue prender o público por sua dinâmica, embalada por uma boa trilha sonora. A ação é maior nas cenas de combate no fundo do mar e no resgate do presidente russo (um ator totalmente sem sal que lembra Tarcísio Meira mais novo). Desta parte participam quatro integrantes de uma força especial comandada pelo SEAL Bill Beaman (interpretado por Toby Stephens, de "13 Horas" - 2017).

Um entretenimento para quem gosta de filmes de espionagem e Guerra Fria nos dias atuais, Tem até mensagem de paz no final e, diferentemente das produções anteriores de Butler, não termina com uma bandeira dos EUA tremulando ao vento.


Ficha técnica:
Direção: Donovan Marsh
Produção: Original Films / Millenium Films
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 2h02
Gêneros: Ação / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #FuriaEmAltoMar, #HunterKiller, #GerardButler, #GaryOldman, #ação, #suspense, #ImagemFilmes, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

25 outubro 2018

"Halloween" é uma homenagem ao filme original com pitadas de atualidade

Jamie Lee Curtis volta a enfrentar seu maior medo após 40 anos (Fotos: Jessica Quinalha /NBCUniversal)

Carol Cassese


Quarenta anos depois do clássico que ainda é uma das principais referências do gênero terror, o assassino Michael Myers retoma suas atividades, após escapar da prisão justamente na noite de Halloween. O primeiro filme, "Halloween - A Noite do Terror", lançado em 1978, passou por diversos reboots, remakes e sequências (como as partes as partes IV, V e VI). 


Dirigido por David Gordon Green, o novo "Halloween", que chega hoje aos cinemas, ignora todas essas continuações e se diferencia delas por trabalhar melhor os personagens e a cidade de Haddonfield. O filme traz também o criador do personagem, John Carpenter, como um dos produtores executivos e consultor criativo, além da participação especial de Nick Castle, o primeiro Michael Myers.


Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), a mulher que sobreviveu a noite de 1978, é a personificação do trauma. Vive isolada, em uma casa repleta de grades e armas, e se mostra completamente paranoica com a segurança de sua filha e de sua neta. Quando Lauren descobre que Myers está solto na sua cidade, sente certo alívio por finalmente estar legitimada a sentir medo. E agora ela quer fazer justiça com as próprias mãos. Lee Curtis retorna ao seu papel com maestria indiscutível e Andi Matichak, que interpreta a jovem Allyson, também não decepciona.


 Paralelamente, o espectador também acompanha Myers fazendo suas vítimas. As cenas, com o auxílio de uma trilha sonora impecável, criam uma atmosfera de tensão crescente para a narrativa. Myers é como uma sombra. Em muitos momentos do longa não sabemos exatamente onde ele está. Os sustos não são óbvios, mas sim contundentes. 

O final conta com uma sequência de cenas apreensivas (um espectador mais sensível certamente irá fechar os olhos) e dá gancho para uma possível continuação. Fica a sensação de que o filme é, sem dúvidas, uma bela homenagem ao original, contando com inúmeras referências, maior desenvolvimento e pitadas de atualidade. 



Ficha técnica:
Direção e roteiro: David Gordon Green
Produção: Trancas International Films / Blumhouse Productions / Miramax Films / Rough House Pictures / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 1h49
Gêneros: Terror / Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos

Tags: #Halloween, #terror, #suspense, #JohnCarpenter, #JamieLeeCurtis, #MichaelMyers,  #espacoz, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

24 outubro 2018

"Podres de Ricos" - Uma comédia romântica chinesa simpática e bem feita

Henry Golding e Constance Wu formam o par romântico e mostram uma boa química (Fotos: Sanja Bucko/Warner Bros. Pictures)

Maristela Bretas


Baseado no primeiro livro da trilogia escrita por Kevin Kwan, "Asiáticos Podres de Ricos - Vol 1. (2013), já traduzido para o português e sucesso de vendas, o "Podres de Ricos" ("Crazy Rich Asians"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é uma comédia romântica divertida, reunindo bons atores, alguns já famosos por participações em produções de Hollywood. Eles entregam boas interpretações, alguns até exageram no papel de milionários chineses excêntricos e absurdamente espalhafatosos. Os outros dois livros - "China Rich Girlfriend" e "Rich People Problems" ainda não têm tradução, mas devem virar filme se seguirem o sucesso do primeiro.

E é esse estilo de vida, recheado de pessoas que só pensam em dinheiro e gastar muito, do tipo "dono do mundo" que o diretor Jon M. Chu explora em "Podres de Ricos". Tem o jovem herdeiro de uma fortuna incalculável, que resolve trabalhar em outro país para "escapar" do controle da família e se apaixona pela linda professora de Economia de origem comum; os rígidos costumes orientais que não permitem "a mistura de castas", mas que são ignorados quando o objetivo é gastar o dinheiro de suas famílias. 


Existem amigos sinceros, claro que sim, mas os inimigos são em número maior e bem mesquinhos e cruéis. Mas o pior está dentro de casa e é comum no mundo inteiro - a sogra que, claro, odeia a futura nora. Em "Podres de Ricos é interpretada pela ótima Michelle Yeoh ("Guardiões da Galáxia Vol.2"), que manda em tudo e todos e quer definir com quem o filho vai casar.

O romance é gostoso de assistir e o casal tem uma boa química, com destaque para a simpática Constance Wu, que emprestou a voz em duas animações - "Lego Ninjago - O Filme" (2017) e  "Next Gen" (produção chinesa da Netflix lançada em setembro último). Henry Golding ("Um Pequeno Favor" - 2018) é seu par romântico. 


A parte divertida fica para Awkwafina ("Oito Mulheres e um Segredo"), como Peik Lin, a amiga descolada de Rachel, Ken Jong (como o pai dela) e Chris Pang no papel do primo Colin Khoo, como ele mesmo diz, o lado arco-íris da família Young.

Na história, Rachel Chu (Constance Wu) é uma professora de economia nos EUA e namora Nick Young (Henry Golding) há algum tempo. Quando Nick convida Rachel para ir ao casamento do melhor amigo em Singapura, ele se esquece de avisar à namorada que é herdeiro de uma fortuna e um dos solteiros mais cobiçados do local. Além de ter uma mãe totalmente controladora que desaprova o namoro, a família de Nick é esbanjadora e esnobe, e faz questão de mostrar para os de fora que não aceita conviver com ninguém com menos de bilhões de dólares na conta bancária.


A produção também não economizou em belas locações e vestuário - caro e luxuoso, até mesmo quando é brega. "Podres de Ricos" vale pela diversão, é leve, sem grandes pretensões e com todos os clichês de uma boa comédia romântica que deverá agradar adolescentes e adultos. Se depender do sucesso literário da trilogia, "Podres de Ricos" possivelmente terá uma continuação com as histórias dos outros dois livros, que também são sucesso de vendas especialmente na China.



Ficha técnica:
Direção: Jon M. Chu
Produção: Warner Bros. Pictures / Color Force
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h01
Gêneros: Comédia / Romance
Países: EUA / China
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #PodresDeRicos, #JonMChu, #ConstanceWu, #romance, #comédia, #WarnerBrosPictures, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

14 outubro 2018

Anna Kendrick e Blake Lively garantem bom suspense em "Um Pequeno Favor"

Trama aborda a amizade entre duas mulheres totalmente diferentes e o desaparecimento de uma delas sem deixar vestígios (Fotos: Peter Lovino/Lionsgate)

Maristela Bretas


Um competente elenco feminino, com boas interpretações que garantem um suspense policial de qualidade. Esse é "Um Pequeno Favor" ("A Simple Favor"), produção que tem como protagonistas as atrizes Blake Lively e Anna Kendrick. Uma trama que leva o espectador a achar que descobriu o final logo no início do filme, mas que se surpreende com o desenrolar do roteiro a partir da metade da projeção.

"Um Pequeno Favor" é bem conduzido, apesar de apresentar alguns momentos de lentidão que poderiam ser reduzidos para dar maior agilidade à história que foca na relação de amizade e interesse das personagens Stephanie (Anna Kendrick) e Emily (Blake Lively). Uma ligação que começou do nada, entre duas pessoas totalmente opostas que se unem com a desculpa de que os filhos são colegas de sala, mas na realidade buscam alguma forma de tirar proveito mútuo. Tudo isso regado a Dry Martini mexido não batido, ao contrário de James Bond, que gostava da bebida batida, não mexida.

Kendrick e Lively estão muito bem e formam uma boa dupla, com química, proporcionando tanto cenas tensas quanto cômicas, com certo sarcasmo. Esta parte graças Stephanie, uma vlogueira de gastronomia classe média, que cria sozinha o filho pequeno e luta para pagar as contas no fim do mês. Ela resolve dar uma de detetive e vai contando no seu canal todo o processo de investigação para descobrir o paradeiro de sua mais nova amiga, a executiva bem sucedida e elegante Emily, desaparecida do nada.

Enquanto isso, Stephanie precisa conviver com um trio de pais de coleguinhas do filho que não perde a chance de lembrá-la que está sendo usada como uma babá gratuita. Além de tomar conta do filho da desaparecida e cuidar da casa e do marido da "amiga". Sem notícias, ele passa a ser um quase viúvo. Como a polícia não encontra pistas, a vlogueira parte em busca de respostas por conta própria e vai descobrindo aos poucos que a nova amiga não era nada do que ela pensava.

Além das interpretações, "Um Pequeno Favor" se destaca também pela boa trilha sonora com sucessos franceses da década de 60 para contar o passado de Emily e ajudar a desvendar o mistério. Um bom filme que vale conferir pela atuação, principalmente, de Anna Kendrick, e pela direção de Paul Feig.


Ficha técnica:
Direção: Paul Feig
Produção: Lionsgate
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h57
Gêneros: Suspense / Policial
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #UmPequenoFavor, #ASimpleFavor, #AnnaKendrick, #BlakeLively, #Lionsgate, #drama, #suspense, #policial, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

11 outubro 2018

"Tudo Por Um Pop Star" é filme para atrair fãs de atrizes adolescentes de TV

Klara Castanho, Maísa Silva e Mel Maia formam o trio de amigas inseparáveis que têm o mesmo sonho: conhecer sua banda preferida (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


A história é bem simples, sem muitas reviravoltas e o diretor Bruno Garotti entrega o que propõe. "Tudo Por Um Pop Star" é um filme para fãs de 8 a 12 anos das atrizes principais, em especial Maísa Silva, do SBT. Ela é Gabi, que mora no interior do Rio de Janeiro e tem como melhores amigas as jovens Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia). As três são apaixonadas pela banda pop masculina Slavabody Disco Disco Boys, febre entre as mocinhas de todo o Brasil. Até que um dia, o grupo anuncia que irá tocar no Rio de Janeiro e elas resolvem fazer de tudo para que seus pais permitam que assistam ao show.

Entre peripécias, mensagens gravadas em vídeo e muita confusão, as jovens fazem tudo o que se espera de uma fã que quer conhecer e ficar perto de seu ídolo. E vão viver uma grande aventura, com direito a todos os clichês possíveis de um filme para adolescentes. Mas sem apelações, o que difere de muitas produções atuais para esta faixa de público. "Tudo Por Um Pop Star" é baseado no livro homônimo da escritora Thalita Rebouças, autora do sucesso "Fala Sério, Mãe" (2017) e que escreveu o roteiro do filme.

Como boas fãs, as três vivem (e sofrem) por seus ídolos, uma banda que tem um cantor brasileiro entre seus integrantes, papel de João Guilherme Ávila - fraquinho demais como ator. O destaque fica mesmo para as três jovens que passam a sensação de serem amigas de verdade. Há sintonia no trio e isso ajuda a segurar o filme, que tem uma história que é puro clichê e todos sabem como vai acabar, mas que deverá encantar e atrair uma legião de fãs às salas de cinema a partir desta quinta-feira.

O lado cômico de "Tudo Por Um Pop Star" fica por conta de Giovanna Lancellotti, que interpreta Babete, a prima hippie de Manu que leva o trio para ver o show no Rio. E o youtuber Felipe Neto, no papel do youtuber chiliquento Billy Bold, que critica o tempo todo banda teen e seus seguidores. A trilha sonora tem sucessos conhecidos, alguns interpretados pela Slavabody, como "Sing", de Ed Sheeran.

O roteiro foca mesmo é na mensagem de que a amizade está acima de tudo e que vale a pena correr atrás de um sonho, por mais impossível que ele possa parecer. Não espere nada além dessa comédia romântica nacional com cara de novela para adolescentes.



Ficha técnica:
Direção: Bruno Garotti
Produção: Panorâmica Filmes / Globo Filmes / Fox Films do Brasil/ Telecine
Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes
Duração: 1h30
Gêneros: Comédia / Romance
País: Brasil
Classificação: Livre
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #TudoPorUmPopStar, #MaísaSilva, #KlaraCastanho, #MelMaia, #GiovannaLancellotti, #ThalitaRebouças, #comedia, #romance, #EspaçoZ, #GloboFilmes, #ParisFilmes, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

10 outubro 2018

Com trilha sonora envolvente, "Nasce uma Estrela" emociona e é digno de Oscar

Lady Gaga e Bradley Cooper formam o par romântico que vive momentos diferentes em suas carreiras (Fotos: Neal Preston/Warner Bros. Entertainment/Ratpac-Dune Entertainment)

Maristela Bretas


Ela já tem uma legião de fãs como cantora. Mas agora, Lady Gaga se consagra como atriz e vai atrair outros milhares de seguidores que irão se encantar com a interpretação da cantora Ally em "Nasce uma Estrela" ("A Star is Born"). A nova versão do clássico que emocionou milhares de pessoas pelo mundo em 1976 e que contou com Barbra Streisand no papel principal, entra em cartaz nos cinemas nesta quinta-feira para balançar corações e fazer chorar.

Para fazer o par romântico com Lady Gaga, que arrasa quando sobe ao palco, está o premiado Bradley Cooper, que também ocupa as funções de diretor (lugar que seria inicialmente de Clint Eastwood) e produtor. E sua estreia na direção está muito boa e pode atrair algumas estatuetas, inclusive no Oscar 2019. Além de lindo e atraente, Cooper surpreende ao cantar com sua voz rouca algumas das canções da bela e envolvente trilha sonora do filme, que nada fica a dever à versão de 42 anos atrás.


Gaga interpreta canções originais no filme que ela compôs com Cooper e vários outros artistas, incluindo Lukas Nelson, Jason Isbell e Mark Ronson. Todas as músicas foram gravadas ao vivo. Destaque para "I'll Never Love Again" (de arrepiar), "Shallow", "Maybe It's Time" e "Always Remember Us This Way". Já no início Lady Gaga mostra todo o seu talento e diversidade ao interpretar também a clássica "La Vie En Rose", logo no início do filme.

Na linda e triste história de amor, Cooper faz o papel do cantor de rock Jackson Maine, que tem problemas com a bebida e as drogas. Ele conhece Ally, uma garçonete que compõe lindas músicas românticas e possui uma bela voz, mas ainda é desconhecida. Jack resolve ajudá-la. Mas, ao mesmo tempo em que Ally vai se tornando uma estrela de sucesso da música pop, ele entra num processo de decadência e se afunda cada vez mais no vício. E apesar do grande amor que os une, o relacionamento começa a deteriorar.

O elenco de "Nasce uma Estrela" também inclui Sam Elliott (sempre muito bom) Andrew Dice Clay e Dave Chappelle. Mas é a dupla principal que brilha, mostrando a trajetória de cada um e a força de um lindo amor cantado em belas canções. Bradley Cooper e Lady Gaga têm uma sintonia que encanta e emociona, mantendo o ritmo da produção até o fim. Um filme imperdível.



Ficha técnica:
Direção: Bradley Cooper
Produção: Live Nation Productions /MGM Pictures /Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 2h16
Gêneros: Drama / Romance / Musical
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: #NasceUmaEstrela, #AStarIsBorn, #LadyGaga, #BradleyCooper, #SamElliott, #drama, #romance, #WarnerBrosPictures, #EspaçoZ, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

08 outubro 2018

"Uma Noite de 12 Anos" - filme oportuno e imprescindível para o Brasil de hoje

O filme de Brechner conta a história de três homens que sofreram o horror e a crueldade da ditadura no Uruguai dos anos de 1970 e 1980 (Tornasol Films/Divulgação)
  

Mirtes Helena Scalioni



Mais do que um aviso, um alerta. Para o Brasil atual e polarizado, é isso que vai ficar ao final da sessão de "Uma Noite de 12 Anos" ("La Noche de 12 Anõs"), que conta a história mais do que verdadeira de três personalidades que sofreram o horror e a crueldade da ditadura no Uruguai dos anos de 1970 e 1980. Os cerca de 4.500 dias que os jornalistas Maurício Rosencof e Eleutério Fernandez Huidobro e o então agricultor José Mujica passaram como reféns do Exército em várias prisões são mostrados de maneira contundente pelo diretor Álvaro Brechner. Imperdível, imprescindível e oportuno.

Em 1973, 12 militantes do Movimento Nacional de Libertação Tupamaros, de oposição à ditadura militar, foram retirados da prisão onde estavam, tornaram-se reféns do Exército e, durante 12 anos, vagaram por cadeias em vários locais do Uruguai, para as quais eram levados sempre encapuzados. Nenhum deles tinha a menor noção de onde estava. Além disso, eram mantidos incomunicáveis. Não se falavam entre si e nem com os militares carcereiros.

O filme de Brechner pinça três desses detentos e, por meio deles, desnuda o que há de pior em um regime totalitário. É baseado no livro "Memórias del calabozo", escrito por dois dos personagens: Rosencof, vivido no filme pelo argentino Chino Darin, e Huidobro, interpretado por Afonso Tort. O terceiro da história, que depois se transformou num dos presidentes mais populares do Uruguai, Pepe Mujica, é feito por Antonio de la Torre.

Num filme como esse, com cenários sempre sombrios e claustrofóbicos, o trabalho dos atores ressalta e é fundamental. Com muito brilho e talento, os três - assim como os demais do elenco - dão seu recado envolvendo o público com a ideia que parece alimentar os personagens: a de que é preciso resistir para viver, apesar dos extremos da tortura física e psicológica e de toda sorte de humilhação e maus tratos. É como se mostrassem dois lados extremos do ser humano: a crueldade e a nobreza da resistência.

Numa sacada genial, o diretor intercala cenas dos três, cada um com sua dor e solidão, cada um tentando se reinventar para sobreviver no seu silêncio. Alguns flashbacks ajudam o espectador a conhecer um pouco da trajetória de cada um antes da prisão. A raríssima leveza de "Uma Noite de 12 Anos" fica por conta de pequenos momentos em que, aparentemente, o Exército é ridicularizado diante de algumas situações. Mas, como o filme é baseado em histórias reais, não há por que duvidar. O que fica é que, nem sempre, os opressores estavam devidamente organizados e afinados em seus objetivos.

Quem consegue chegar até o finalzinho do filme sem chorar - de tristeza, indignação, repúdio, raiva, medo - vai fatalmente sucumbir com a versão única e cortante de "The sound of silence", de Simon e Garfunkel, interpretada pela cantora catalã Silvia Pérez Cruz. Um soco no estômago. A partir daí, resta ao espectador voltar para a casa com a certeza de que é preciso refletir e, como os personagens, resistir e lutar para que lições de um passado tenebroso sejam profícuas e que a liberdade permaneça como o bem mais precioso da humanidade.
Duração: 2h02
Classificação: 14 anos
Distribuição: Vitrine Filmes


Tags: #UmaNoiteDe12Anos, #drama, #biografia, #AlvaroBrechner, #Chino Darin, #AntonioDeLaTorre, #VitrineFilmes, #AlfonsoTort, #JoseMujica, #ditaduramilitarnoUruguai, #Tupamaros, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

02 outubro 2018

Com ótimos sustos, "A Freira" faz conexão com "Invocação do Mal 2"

Taissa Farmiga é o destaque no quinto filme que apresenta a origem do demônio Valak (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

(Texto reproduzido do site Cinema de Buteco)

Para muitos pode parecer apenas mais um dos filmes de terror da franquia que tem nos dois longas de "Invocação do Mal" e  em "Annabelle 2 - A Criação do Mal" (2017) seus melhores exemplos. Mas "A Freira" ("The Nun") não fica atrás de seus antecessores e entrega a produção esperada pelos fãs, provocando bons sustos e pulos na cadeira. O diretor Corin Hardy soube explorar bem os três personagens e fazer a conexão que esclarece como surgiu o primeiro grande trabalho de investigação paranormal do casal de demonologistas Lorraine e Ed Warren.

Para quem segue a franquia (e para quem ainda não mas gosta de um bom terror, eu aconselho seguir), "A Freira" é o início da linha cronológica de toda a história, mesmo tendo chegado depois dos outros quatro filmes. E não exige que seja assistido na ordem das exibições. A produção explica rapidamente no início e no fim a conexão com o casal e seu primeiro encontro com o demônio Valak, que incorpora a freira em "Invocação do Mal 2"(2016).

Algumas cenas de "A Freira" fogem do terror e entram no campo do absurdo, mas não tiram o mérito da produção, por mais sem sentido que possam ser. A história se passa em 1952 em um convento instalado num antigo e assustador castelo. Os cenários escuros e tenebrosos de seus corredores e catacumbas ajudam a criar a tensão que antecede os ataques da freira demoníaca. Cruzes também são viradas de cabeça para baixo, objetos arremessados contra os protagonistas, portas se fecham e figuras assombradas aparecem e somem do nada.

Só para relembrar, o primeiro e grande sucesso que abriu as portas das boas bilheterias da franquia foi "Invocação do Mal" (2013), seguido de "Annabelle" (2014), "Invocação do Mal 2" e "Annabelle 2 - A Criação do Mal". "A Freira" chega às telas oferecendo uma produção eficiente, com ótimas interpretações, em especial a de Taissa Farmiga, irmã de Vera Farmiga (que faz o papel de Lorraine Warren nas outras produções). O terror bem interpretado, pelo visto, está na veia da família.

Taissa é a noviça Irene que aguarda para ser ordenada freira. Ela é enviada pelo Vaticano à Romênia, em companhia do padre exorcista Burke (Demian Bichir) para desvendar o suicídio de uma freira que vivia, como as demais, na clausura de um convento. Eles são ajudados por Frenchie (Jonas Bloquet), um camponês que entregava mantimentos para as freiras e encontrou o corpo da vítima.

O que eles não contavam era enfrentar uma entidade muito poderosa - o demônio Valak que se apossou do corpo de uma freira (interpretada por Bonnie Aarons), capaz de causar terror dentro e fora do convento. A chegada dos dois religiosos e do rapaz transforma o local em um verdadeiro campo de batalha. O certo é que "A Freira" merece ser visto e ajuda a manter a atração do público pela milionária e uma das melhores franquias de terror dos últimos tempos, não importando os clichês (claro, eles tinham de existir, como bom filme de gênero). E já prepara os fãs para "Invocação do Mal 3", previsto para ser lançado em 2020.



Ficha técnica:
Direção: Corin Hardy
Produção: New Line Cinema / The Safran Company
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h36
Gêneros: Terror / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AFreiraFilme, #TheNun, #terror, #InvocacaodoMal, #WarnerBrosPictures, #EspacoZ, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

20 setembro 2018

"O Banquete", filme-cabeça sobre lavação de roupa suja da elite

Produção nacional dirigida por Daniela Thomas foi filmada em um único cenário praticamente (Fotos: Imovision/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Dá para arriscar, de cara, que "O Banquete", dirigido por Daniela Thomas, tem sim um parentesco com "O Banquete de Platão", obra escrita por volta dos 380 anos A.C. Na verdade, há referências claras à obra do filósofo, sendo a principal delas o tema, exaustivamente debatido nos dois jantares: o amor. Em ambos, os discursos sobre masculino/feminino/homossexualidade/androginia/completude são eloquentes. Mas, no caso do filme brasileiro, há ainda muita sedução, cantadas e - por que não dizer - sacanagens.

O filme começa com o jovem Ted (Chay Sued em atuação na medida) organizando uma bela e requintada mesa de jantar. Entre os arranjos, a câmera flagra uma flor carnívora devorando, com rapidez e agilidade, um pequeno e desavisado mosquito que pousou nela. Um indício claro de que, no banquete que aconteceria ali, pessoas e histórias poderiam ser sumariamente devoradas.

Aos poucos, o filme vai mostrando ao espectador que a finalidade originalmente dita para a festa - a comemoração de 10 anos de casamento do jornalista Mauro (Rodrigo Bolzan) e da atriz Bia Moraes (Mariana Lima) - é mera desculpa para uma homérica lavação de roupa suja. E dá-lhe confissões, traições, revelações, jogos, loucuras.

Em entrevistas, a diretora Daniela Thomas tem revelado pelo menos duas particularidades do seu filme. A primeira: o personagem Mauro, que passa a festa toda com medo de que a polícia chegue para prendê-lo, é baseado no jornalista e diretor da Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho (recentemente falecido), que viveu situação semelhante quando, assim como Mauro, publicou uma carta aberta aos brasileiros revelando sua indignação com o então presidente Fernando Collor de Mello, no fim da década de 80.

Outra revelação de Daniela foi a dificuldade de filmar em um mesmo lugar fechado, um único cenário praticamente, o que fez valorizar o trabalho dos atores. Nesse caso, ela tem razão de sobra. As atuações, até pela proximidade e intimidade com a câmera, são extraordinárias.

Drica Morais está cínica e perversa como Nora, a dona da casa; Caco Ciocler dá um show como o marido sempre bêbado de Nora; Fabiana Gugli está muito convincente como a insegura Maria; Gustavo Machado dá seu recado como o cronista homossexual Luck; Georgette Fadel está ótima como a também homossexual Claudinha; Bruna Linzmeyer se revela como a stripper Cat Woman e Mariana Lima faz tudo certo como a diva do teatro Bia Moraes.

Enfim, "O Banquete" é um filme-cabeça, de discursos e citações, quase uma peça de teatro. Não é todo mundo que gosta de trabalhos assim, que podem soar herméticos e inacessíveis. Mesmo assim, vale. Não só pela interpretação dos ótimos atores, mas também para uma boa reflexão sobre a nossa elite dita intelectual, que vivencia uma verdadeira catarse enquanto brinda e se embriaga com um caríssimo vinho italiano. O filme está em cartaz no Belas 3 (sessões 16h e 21h40) e Net Cineart Ponteio nas salas 2 (14h20) e 3 (15h20 e 19h20).
Classificação: 14 anos
Duração: 1h44
Distribuição: Imovision



Tags: #OBanquete, #DanielaThomas, #DricaMorais, #CacoCiocler, #suspense, #nacional,  #Imovison, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

18 setembro 2018

"O Predador" é refilmagem com bons efeitos visuais e elenco com pouco carisma

Produção apresenta um alienígena com o sorriso da morte mais assustador e novos dreads na cabeça (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas

Shane Black relembra os tempos de sargento Richard Hawkins, de "O Predador" (1987) e retoma a famosa franquia como roteirista e diretor desta nova versão do ser alienígena mais monstruoso do cinema. Se há 31 anos, ele lutou ao lado de Arnold Schwarzenegger (que fez o papel do major Alan Schaeffer) na caçada aos invasores do espaço, hoje Black coloca seu lado irônico para recontar a história que foi sucesso na época a sua maneira, utilizando inclusive o tema musical original.

Os fãs da franquia não devem gostar muito das mudanças. Mas uma coisa foi melhorada - o sorriso da morte da fera ficou mais assustador e com mais dreads na cabeça. Em "O Predador" ("The Predator"), que acaba de ser lançado nos cinemas, o ser alienígena tem DNA humano com a força e o corpo do antigo inimigo dos terráqueos.

Os efeitos visuais ficaram muito bons, mas o roteiro não corresponde ao esperado, prejudicando inclusive o elenco, que também não é muito carismático. Até mesmo Jacob Tremblay, o menino prodígio de "O Quarto de Jack" (2013) e "Extraordinário" (2017) foi transformado num clichê da criança que vai resolver tudo. Ele é um garoto com autismo, filho do herói Quinn McKenna, um ex-fuzileiro naval interpretado pelo fraco Boyd Holbrook ("Logan" - 2017).

Quinn McKenna é o típico mocinho que acha que vai matar com tiros de pistola um ser super forte e inteligente, que tem a capacidade de desaparecer. Se o personagem não conquista o público, acontece o contrário com o grupo de desajustados comandados por ele para combater o predador. Cinco ex-combatentes do exército, cada um com sua loucura, proporcionam as cenas e diálogos mais divertidos do filme. E também os questionamentos mais sérios, principalmente sobre quem é o verdadeiro inimigo e os verdadeiros assassinos.


Claro que o Predador é a estrela do filme, um personagem bem interessante, mas deixa o expectador menos tendo que seu antecessor da década de 8, que só queria caçar e matar com requintes de crueldade. Esse também separa corpos e tem prazer em ver muito sangue e fazer suas vítimas sofrerem. Mas não é nada comparado ao conterrâneo que vem à Terra caçá-lo, mais forte e brutal.

"O Predador" 2018 também tem em seu elenco a atriz Olivia Munn ("Oito Mulheres e Um Segredo" - 2017) como a cientista chamada para investigar o retorno dos predadores ao planeta.  Mal aproveitada, fica parecendo que o diretor escalou uma mulher para um papel de destaque no filme para não ser chamado de machista.

O novo filme começa com uma perseguição entre naves alienígenas que traz à Terra um novo predador. Ele acaba sendo capturado por humanos, mas um dos militares, Quinn McKenna, que estava em operação na área, rouba o capacete e bracelete do alienígena. A bióloga Casey Brackett (Olivia Munn) é chamada para examinar o ser recém-descoberto, mas ele consegue escapar do laboratório após uma matança geral. 

Ao tentar recapturá-lo, Casey encontra McKenna, que está em um ônibus com ex-militares com problemas. Juntos, eles buscam um meio de sobreviver e, ao mesmo tempo, proteger o Rory (Jacob Tremblay), filho de McKenna, que está com os artefatos alienígenas pegos pelo pai.

Mesmo com um ritmo frenético no início, diálogos divertidos e muita ação na metade da exibição e um final bem aquém do esperado, sem o mesmo impacto do primeiro filme, "O Predador" é um bom entretenimento. Vale a pipoca e o ingresso no cinema e praticamente revela uma possível continuação. Fica um alerta: a versão 3D é muito escura e atrapalha a visualização de algumas cenas. O 2D pode ser uma opção melhor.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Shane Black
Produção: 20th Century Fox / Dark Castle Entertainment
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h45
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 18 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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13 setembro 2018

"O Paciente - O Caso Tancredo Neves" desvenda os bastidores da morte que abalou o país

Filme conta como foram os últimos 39 dias de vida e sofrimento do presidente eleito que não tomou posse (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas

A história por trás da morte mais polêmica do país dos últimos 30 anos chega hoje aos cinemas brasileiros e serve como exemplo de como a manipulação política e o ego excessivo de uma equipe médica transformaram a vida de um grande estadista em um sofrimento infindável. "O Paciente - O Caso Tancredo Neves", sob a direção de Sérgio Rezende, é baseado no livro homônimo, do historiador Luis Mir. 


O filme revela, após 30 anos, os bastidores médicos dos últimos dias da vida do primeiro presidente civil, eleito pelo colégio eleitoral no Congresso Nacional, pós-ditadura militar. Depois de 39 dias de internação e uma sucessão de avaliações e procedimentos médicos errados, Tancredo Neves morreu no dia 21 de abril de 1985, sem nunca ter sido empossado.

Com interpretação comovente do experiente Othon Bastos, a produção reforça a ansiedade do presidente eleito com o destino da nação, caso não tomasse posse, suas angústias e o medo do retorno da ditadura militar que não daria posse a seu vice, José Sarney. A produção relembra frases e discursos marcantes do político, sempre reforçando que ele precisava melhorar e tomar posse na Presidência para garantir a democracia no país. Mas a que mais emociona é quando ele diz "Eu não merecia isso". Othon Bastos faz arrepiar.

Othon Bastos e Sérgio Rezende na pré-estreia
em BH Foto: Maristela Bretas
Sérgio Rezende (responsável por sucessos como "Em Nome da Lei", "Zuzu Angel" e "O Homem da Capa Preta") soube captar muito bem a história literária, pesquisada por anos por Luiz Mir. Em entrevista na pré-estreia especial em Belo Horizonte, no Cineart Boulevard, o diretor chamou Tancredo Neves de conciliador. "Depois de 21 anos de ditadura, era o único homem capaz de reunir as forças políticas e resinstaurar a democracia. Eu acho que neste momento radical que o país está vivendo, nós precisamos de alguém com equilíbrio que some no lugar de dividir". 

Esta é a terceira parceria de Rezende com o ator Othon Bastos. "Ele é um monumento, um ator que está vivo criativamente, que comove a equipe inteira, movimenta o set de filmagem e é sempre um privilégio trabalhar com ele", declarou. 
Othon Bastos, também presente à pré-estreia, contou que foi muito emocionante interpretar o político porque pegou esse momento da vida dele que o destino mudou. "Quando a gente não completa o que faz na vida, a gente diz que foi destino. Foi uma perda enorme, eu acho que o Tancredo faz uma falta enorme nesse país, uma pessoa digna, um grande político. Foi um prazer enorme interpretá-lo. Hoje não existe um grande político no país, nós estamos vivendo o momento da pusilanimidade, da covardia, da fraqueza".

Também brilhou na produção a atriz Esther Góes, no papel de Risoleta Neves, esposa de Tancredo, A personagem foi apresentada como uma mulher forte, que ficou ao lado do marido durante a vida toda e que exercia grande influência em suas decisões. O elenco conta ainda com Paulo Betti, como o vaidoso e insensível médico Henrique Pinotti (último a operar o presidente), Otávio Muller (Dr. Renault), Leonardo Medeiros, (Dr. Pinheiro Rocha, primeiro a operar Tancredo), Emiliano Queiróz (médico da família) e Emílio Dantas, como o assessor de imprensa Antônio Britto, papel bem fraquinho se comparado ao que representou o jornalista na ocasião dos eventos.

Com rápida reconstituição de época, utilizando o recurso de imagens da passagem da ditadura militar, a escolha pelo Colégio Eleitoral, o povo nas ruas pedindo democracia e rezando para que o presidente melhorasse. "o Paciente - O Caso Tancredo Neves" é uma aula de história de um momento delicado do país. A abordagem principal é a doença que atingiu o político às vésperas de sua posse e toda a sequência de diagnósticos duvidosos, de egos médicos inflados (quem ia ser o herói que salvaria o presidente) e de interesses políticos (situação e oposição). 

Um "E.R" brasileiro, com direito a levar o presidente para o Pronto Socorro do Hospital de Base de Brasília porque todo mundo dava ordem, mas não sabia o certo a fazer. Tancredo foi o político que conseguiu unir uma nação, mas virou um joguete nos últimos dias de sua vida. Um bom exemplo foi a famosa foto posada numa sala do hospital escondendo os aparelhos para mostrar ao país que o presidente eleito estava bem seria empossado.

"O Paciente - O Caso Tancredo Neves" é uma aula de história que deve ser conferida pela nova geração que não viveu aquele momento. E também a recuperação de um momento que foi importante e mudou o país para quem viveu todo o drama na época, mas desconhecia a verdade sobre o tratamento médico dado ao presidente e ao homem Tancredo. Vale muito conferir, principalmente pelas ótimas atuações do casal principal.



Ficha técnica:
Direção: Sérgio Rezende
Produção: Globo Filmes / Morena Filmes
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Duração: 1h40
Gêneros: Biografia / Drama
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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