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28 agosto 2019

Leandro Hassum banca cupido com caretas e palavrões pra fazer rir em "O Amor Dá Trabalho"

Na história, Ancelmo precisa reunir um casal para conquistar um lugar no céu (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Chega nesta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros a nova comédia com Leandro Hassum, "Amor Dá Trabalho", dirigida e roteirizada por Alê McHaddo. O comediante não muda em nada seu estilo, cheio de caretas, comentários críticos e a certeza que muitas de suas gracinhas ainda fazem o público dar gargalhadas. Pelo menos foi assim na pré-estreia do filme, em BH, com muitos dos presentes elogiando a produção e comentando que, mesmo magro, Hassum não perdeu o humor.


Acho, no entanto, que o ator demorou para se reencontrar com a comédia. Chegou a fazer papéis sérios, como o do produtor musical Carlos Imperial, em "Simonal" (2019). Insistiu nas manjadas caras e bocas ofensivas, palavrões e frases que sempre marcaram seus personagens, como, por exemplo, João Ernesto, de "O Candidato Honesto 1 e 2" (2014 e 2016), ou Tino, de "Até Que a Sorte nos Separe" 1, 2 e 3. Desta vez ele é Ancelmo, um funcionário público muito babaca, preguiçoso, egoísta, que gosta de levar vantagem em tudo, sem nunca ter ajudado uma pessoa.


Por obra do destino Ancelmo morre e na hora de seguir sem escala para o inferno, negocia com os deuses e anjos uma opção: realizar uma boa ação para mudar sua rota para o céu. O trabalho escolhido é reunir o casal Elizângela (Flavia Alessandra) e Paulo Sérgio (Bruno Garcia) separados há 12 anos depois de Paulo ter abandonado Elizângela no altar. A história é bobinha, mas Hassum exagera na interpretação do "falso cupido bonzinho", que só pensa em reunir o casal e se garantir com a "turma pesada lá de cima".


E que turma¹ O "alto escalão do céu" é a parte mais divertida do filme e deveria ter sido a mais explorada. As poucas aparições do grupo, sempre reunido ao redor de uma mesa de diretoria, são hilárias. Cada um representa um santo ou imagem de um deus de diferentes crenças e religiões. Os fãs vão delirar quando surgirem na tela - Helio De La Pena (como Shiva), Falcão (Odin), Maria Clara Gueiros (Nossa Senhora), Sérgio Loroza (Xangô), Bruno Sutter (Thor), Dani Calabresa (Athena), Paulinho Serra (São Pedro), Ludmilla (Iansã) e Marco Zenni (Buda).


Hassum é a alma (literalmente) do filme e consegue quebrar o marasmo do romance sem sal do par principal, agravado pelas participações no elenco de Monique Alfradique e Felipe Torres. "Amor Dá Trabalho" tem bons efeitos visuais, especialmente quando Ancelmo usa seus "poderes" para dar um empurrãozinho no casal. Não é das melhores de suas comédias, mas arrancou algumas gargalhadas do público. Vale, no máximo, uma sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alê McHaddo
Produção: 44 Filmes / 20th Century Fox / Telecine Filmes / Globo Filmes 
Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes
Duração: 1h40
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #OAmorDaTrabalho, @Leandro Hassum, @FlaviaAlessandra, @Bruno Garcia, #comedia, #ParisFilmes, @FoxFilmBrasil, #44Filmes, @GloboFilmes, #Espacoz, @telecineoficial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

16 agosto 2019

O terror volta às salas de cinema dia 26 de setembro com "Predadores Assassinos"


Da Redação


A nova produção da Paramount Pictures, "Predadores Assassinos", que já provocou tensão nas salas de cinema ao redor do mundo marca sua estreia no Brasil em 26 de setembro. Na história, um enorme furacão atinge uma cidade na Flórida. Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades para deixar o local e vai procurar seu pai desaparecido (Barry Pepper). Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação. Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o aumento do nível da água traz inimigos inesperados: gigantescos crocodilos. 

Confira abaixo o trailer desse aterrorizante suspense dirigido por Alexandre Aja ("Viagem Maldita").


Tags:#PredadoresAssassinos, #ParamountPictures, #KayaScodelario, #Alexandre Aja, #suspense, #terror, #crocodilos, #espacoZ, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

11 agosto 2019

Dedicado ao "Meu Amigo Enzo", um apaixonado por carros e velocidade

 Milo Ventimiglia e seu golden retriever têm uma paixão em comum - corrida e velocidade (Foto: Doane Gregory/20th Century Fox Film)

Maristela Bretas


Poderia ser apenas mais um filme sobre cães, relacionamentos e muita choradeira. E é, mas desta vez até os homens poderão curtir - tem carros e corrida. Estou falando de "Meu Amigo Enzo", que está em cartaz nos cinemas e é muito fofo. Mas o título em português não ajuda muito e já virou até motivo de comentários maldosos, uma vez que o original é "The Art of Racing in the Rain" ("A Arte de Correr na Chuva", nome do best-seller de 2008 escrito por Garth Stein, que deu origem ao filme).


Seguindo o estilo de outros filmes sobre cães com direito a muitas lágrimas, alguns de grande sucesso como "Sempre ao Seu Lado" (2009), "Marley e Eu" (2008) e o mais recente "Quatro Vidas de Um Cachorro" (2017), "Meu Amigo Enzo" consegue atingir seu objetivo de fazer chorar muito. A história é previsível, com o ator Milo Ventimiglia no papel de Denny Swift, dono do cão. Ele fica aquém quando contracena com Amanda Seyfried, que interpreta Eve, sua esposa. No elenco estão ainda os veteranos Martin Donovan e Kathy Baker (pais de Eve) e a jovem Ryan Kiera Armstrong, como Zoe.


Destaque para escolha de Kevin Costner para fazer a voz rouca da dublagem de Enzo. O cão "de alma humana" é a grande estrela do filme ao narrar toda a sua trajetória com Denny e as pessoas que o cercam, sob o ponto de vista canino. Enzo é um cão muito especial por ter uma segunda maior paixão na vida, depois de Denny e sua família - carros de corrida. O enredo exigia um animal dócil e encantador e a escolha foi por Parker, novamente um belo e fofo golden retriever que encantou até mesmo o elenco.


"Meu Amigo Enzo" é um dramalhão que emociona, com situações alegres e tristes, dilemas entre família e carreira, perdas e ganhos e um cão que tudo observa, dá sua opinião canina e, às vezes até interfere no destino de seu dono. A escolha das locações também foi acertada, com lugares interessantes, alguns ligados a corridas de carros. E são as cenas de algumas memoráveis provas, especialmente de Fórmula 1, que podem atrair alguns fãs desse esporte.


A todo momento, o elenco está assistindo programas sobre corridas passadas. Ayrton Senna recebe uma atenção maior do roteirista, uma vez que, assim como o brasileiro, Denny também é excelente piloto em pistas com chuva - vai daí o nome original do filme. Senna ganha inclusive um arranjo na bela trilha sonora instrumental do filme (disponível no @Spotify) composta por Dustin O'Halloran e Volker Bertelmann. George Harrison, Coldplay, Tears For Fears, Creedence Clearwater Revival e Thirty Seconds To Mars também estão presentes.


Na história, Denny Swift é um piloto de testes arrojado que sonha em ir para a Fórmula 1. Um dia, no caminho para o trabalho, se encanta e compra um filhote de cachorro, que recebe o nome de Enzo, em homenagem ao fundador da escuderia Ferrari. O animal passa a acompanhar o piloto a todo lugar, especialmente às corridas, nas pistas ou assistindo TV. À medida que a vida de Denny vai mudando, Enzo também precisa se adaptar ao surgimento de outras pessoas na vida da dupla, especialmente Eve, por quem o dono se apaixona.

Para quem busca um filme leve sobre cachorro, com direito a olhos inchados e sem se importar em pagar mico junto com outros marmanjos na saída do cinema, "Meu Amigo Enzo" é a escolha certa. Não chega a ser tão bom como outros citados no início do texto, mas pode agradar ao público, em especial aqueles mais emotivos. Vale conferir.



Ficha técnica:
Direção: Simon Curtis
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h49
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #MeuAmigoEnzo, #TheArtOfRacingInTheRain, #MiloVentimiglia, #AmandaSeyfried, #drama, #UniversalPictures, #20thCenturyFox, #FoxFilmDoBrasil, #cineart_cinemas, @CinemaEscurinho, @cinemanoescurinho

25 julho 2019

"Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" - apresenta um Zac Efron num de seus melhores trabalhos

Filme narra a vida íntima de um dos mais famosos seriais killers dos EUA, responsável por mais de 30 mortes (Fotos: Brian Douglas/Netflix)

Pedro Santos


“Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile”, em tradução livre: Extremamente maldoso, chocantemente maligno e vil, é o título original de "Ted Bundy - A Irresistível Face do Mal", filme estrelado por Zac Efron, no papel do famoso serial killer, e Lily Collins como Liz Kendall. Também foram esses os adjetivos que o juiz Edward Cowart usou para descrever os crimes cometidos por Ted Bundy, que matou mais de 30 mulheres durante a década de 1970 em mais de sete estados norte-americanos, apesar de o número real de vítimas ser desconhecido e provavelmente muito maior.


O filme conta a trajetória do serial killer a partir da perspectiva de Liz Kendall (cujo nome verdadeiro é Elizabeth Kloepfer), ex-namorada de Bundy. O livro escrito por ela em 1981, "O Príncipe Fantasma: Minha Vida com Ted Bundy", narra o relacionamento abusivo e tempestuoso do casal e serviu de base para o filme. E mostra como uma pessoa tão perigosa e doente pode viver incógnita entre nós, sem levantar qualquer suspeita. Na sequência, a produção apresenta as tentativas de Bundy de sair impune de seus crimes. Por se tratar de um serial killer real, nunca há dúvida sobre ele ser ou não culpado pelos atos hediondos cometidos. Porém, os personagens da trama não sabem que convivem com um monstro, o que gera momentos de tensão interessantes. 



Durante o filme vemos como o assassino em série utiliza seu carisma e inteligência para manipular e atrair suas vítimas de maneira sedutora e também para moldar a opinião das pessoas sobre ele. Com esta mesma sutileza são apresentados alguns pontos da personalidade doentia de Bundy, deixando constantemente a impressão de que há alguma coisa estranha com relação a ele. Os assassinatos nunca ficam explícitos e o filme mostra apenas alguns momentos de violência, deixando que as atrocidades fiquem apenas na imaginação do espectador, onde elas são muito mais efetivas.


Os atores principais estão muito bem. Zac Efron (um dos produtores) surpreende pela forma como consegue imitar as expressões e maneirismos de Ted Bundy, que além de assassino era sequestrador, estuprador, ladrão e necrófilo. E se não estivesse claro que se trata de um psicopata, o espectador poderia até sentir simpatia pelo personagem e achar que tudo não passa de um mal entendido. Lily Collins mostra muito bem como é difícil para Liz aceitar que está sendo enganada pelo homem que ama. Ela entra em negação cada vez que mais evidências são apresentadas, o que a leva a acreditar que é responsável pelo que está acontecendo. 



Além do casal principal, John Malkovich está ótimo interpretando o juiz Edward Cowart, proporcionando alguns momentos de alívio cômico no filme. Jim Parsons consegue se desvencilhar do seu icônico papel de Sheldon Cooper (da série premiada de TV "The Big Bang Theory") e retrata Larry Simpson, o promotor sério e determinado a botar Ted atrás das grades.
     

A direção do filme é competente e impressiona por ser fiel a momentos da história real que são mostrados no final. A experiência certamente poderá ser melhor se o espectador já conhecer o caso do famoso assassino em série norte-americano. Então recomendo a série documental da Netflix “Conversando com um serial killer: Ted Bundy” (2019), também dirigida por Joe Berlinger, que aborda os crimes cometidos pelo sedutor assassino. 

Bundy ainda tem uma participação na série “Mindhunter” (2017), outra produção Netflix. "Ted Bundy - A Irresistível Face do Mal" é interessante, especialmente porque os seriais killers são muito intrigantes. Assusta pensar que pessoas assim existem no meio de nós. O elenco está muito bom e competente, mas não inova e nem ousa em nada.



Ficha técnica:
Direção: Joe Berlinger
Produção: Voltage Pictures / Netflix
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h50
Gêneros: Suspense / Drama / Biografia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #TedBundyAIrresistívelFaceDoMal, #ExtremelyWickedShockinglyEvilAndVile, #ZacEfron, #LilyCollins,  #suspense, #drama, #biografia, #Netflix, #ParisFilmes, #EspacoZ, #cinemaescurinho

20 julho 2019

"Turma da Mônica: Laços", uma ótima produção nacional para matar a saudade dos gibis

Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão vão enfrentar vilões para tentar recuperar o cãozinho Floquinho (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Não é por menos que o filme “Turma da Mônica – Laços” atingiu a marca de mais de um milhão e meio de espectadores desde o seu lançamento em 27 de junho. A produção nacional dirigida por Daniel Rezende e baseada na obra homônima lançada em 2013 pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi é uma volta à infância com nostalgia e emoção. Os atores mirins - Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) são carismáticos e autênticos representantes dos personagens criados por Maurício de Sousa. 

Maurício de Sousa em BH (Foto: Maristela Bretas)
O cartunista, que esteve em Belo Horizonte para o lançamento do filme juntamente com o diretor, afirmou que se sente feliz em espalhar alegria e satisfação e que pretende continuar fazendo isso enquanto puder. "Esse é o primeiro filme da série, devem vir mais, tá todo mundo gostando. Depois vou fazer coisas novas por aí", afirmou.


Para ele, ver os personagens de seus quadrinhos em carne e osso foi uma realização. "Foi um sonho realizado. Eu sonhava há um tempo mas tinha receio de não conseguir atores crianças que pudessem fazer isso. O Daniel Rezende conseguiu, depois de ouvir milhares de crianças, escolher os atores certos, que viraram uma segunda Turma da Mônica, ao vivo. Não é por aqui que vamos parar, já que encontramos a fórmula, vamos continuar", disse Maurício de Sousa.


Além dos atores mirins, a aventura trouxe outra agradável e divertida surpresa: a presença de Rodrigo Santoro interpretando o Louco. O ator, que confessou em entrevista que era seu personagem predileto, incorporou os trejeitos e filosofias descompassadas (mas muito reais), entregando um Louco idêntico ao das histórias dos gibis. Um dos bons momentos do filme. 


Impossível não falar de um famoso coelhinho azul, razão de todos os planos "infalíveis" de Cebolinha para tomar o poder de Mônica e se "tolna o lei da lua". Sansão está no filme, claro, em todas as cenas e tem uma importante participação na trama. Companheiro inseparável da "baixinha dentuça" (ela que não me ouça). Sansão também é o amigo especial de outras crianças. Alice Maia, de 4 anos, que o diga. Para onde vai, especialmente na estreia do filme no cinema, ela sempre está abraçada ao amigo peludo de olhos grandes. E ai de quem tentar dar nó nas orelhas de seu coelhinho. Ela vira Mônica!. Papai Joubert que o diga?


"Turma da Mônica - Laços" é um espetáculo de imagens, locações e fotografia. A escolha dos locais onde acontece a aventura do quarteto fantástico infantil é um dos pontos altos do filme, assim como o horário de gravação, aproveitando a melhor luz do dia em meio a uma mata densa e pontos turísticos de Poços de Caldas. A cidade mineira foi a escolhida para abrigar o "bairro do Limoeiro". As gravações aconteceram em junho do ano passado em diversos pontos turísticos, como a Praça Pedro Sanches, o Parque José Affonso Junqueira e o Parque da Serra de São Domingos. Mais uma atração para os mineiros.

Na história, a turminha sai em busca de Floquinho, o cãozinho esverdeado de Cebolinha, que desapareceu. Para tentar encontrá-lo, o jovem do cabelinho espetado vai criar mais um de seus "planos infalíveis" e precisará contar com a ajuda dos fiéis amigos Mônica, Magali e Cascão. Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver uma emocionante aventura para levar o cão de volta para casa e desvendar um mistério. Imperdível, uma grande produção nacional para fazer voltar a ser criança.


Ficha técnica:
Direção: Daniel Rezende
Produção: Biônica Filmes / Quintal Digital / Globo Filmes / Maurício de Sousa Produções 
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h36
Gêneros: Aventura / Família
País: Brasil
Classificação: 6 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #TurmadaMonica, #MauríciodeSousa, #Cebolinha, #Mônica, #Magali, #Cascao, #DanielRezende, #RodrigoSantoro, #aventura, #gibi, #BionicaFilmes, #GloboFilmes, #EspacoZ, #cinemaescurinho

04 julho 2019

Hesitação entre o heroísmo e a vida comum marcam “Homem-Aranha: Longe de Casa”

O super-herói amigo da vizinhança  precisa deixar as férias de lado e assumir a luta contra seres de outra dimensão (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Amanda Lira


No turbilhão da vida adolescente, como lidar com as contradições entre os desejos pessoais e uma vida heroica? É diante desse dilema que se desdobra a trama de “Homem-Aranha: Longe de Casa” ("Spider-Man: Far From Home"), que estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas. Sem seu mentor, Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Peter Parker (Tom Holland) é, no filme, um jovem um tanto quanto vulnerável, que sofre com a falta de um referencial para se ancorar. 


Em um mundo em que seres humanos desapareceram repentinamente durante cinco anos e voltam após um “blip”, Parker tem planos para férias “comuns”. Sua maior preocupação, afinal, é conquistar, durante uma excursão para Europa com Ned e a turma da escola, o coração de sua amada MJ (Zendaya). Como esperado, as expectativas do jovem logo são frustradas e o Homem-Aranha se vê obrigado a entrar em ação ao ser convocado por Nick Fury (Samuel L. Jackson) para ajudar a enfrentar os ataques dos seres Elementais.


Durante a luta contra o inimigo, Parker encontra, enfim, um novo mentor e desenvolve uma admiração genuína por Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), conhecido como Mysterio. O herói, que escancara a existência de um multiverso, admite trazer consigo o know-how para enfrentar os desafios que recairiam sobre a Terra. O filme se desdobra, então, em uma série de plot-twists. Ao longo das pouco mais de duas horas de projeção, o público assiste a intensas cenas de ação que, de forma genial, envolvem tecnologias de drones e hologramas, além das belas paisagens do Velho Continente.


As consecutivas quebras de expectativas, no entanto, podem confundir espectadores desavisados, que não necessariamente acompanham o universo Marvel e suas inúmeras referências. Nesse sentido, as tentativas de didatismo protagonizadas pelos heróis podem, por um lado, soar levemente forçadas para os fãs, e, por outro, insuficientes para o público em geral. Ainda assim, é inegável que o filme reserva boas surpresas, especialmente nos dois créditos finais.


O humor característico do Homem-Aranha mantém-se em “Longe de Casa” com os devidos ares de juventude e de ingenuidade trabalhados por Holland. A insegurança de um garoto apaixonado, a curiosidade de um sobrinho afetuoso e as indecisões de um jovem frente a escolhas difíceis são algumas das facetas de Parker que conferem leveza ao filme. Isso sem falar nas cenas iniciais, que, embora um pouco deslocadas com relação ao tom do filme como um todo, arrancam risadas da plateia.


“Homem-Aranha: Longe de Casa” trabalha bem a humanização do herói (iniciada em "Homem-Aranha: De Volta ao Lar"), especialmente em suas fragilidades e impotências. A necessidade de realizar escolhas, de lidar com as consequências de suas ações e de ter um referencial no qual se inspirar são as principais mensagens do filme, que dá uma boa continuidade a “Vingadores - Ultimato” sem, de forma alguma, colocar um ponto final na saga. Afinal, a revelação reservada para os últimos segundos do longa é uma grande ponta solta que deixa brecha para muita história.


Ficha técnica:
Direção: Jon Watts
Produção: Sony Pictures  / Columbia Pictures / Marvel Studios / Walt Disney Studios 
Distribuição: Sony Pictures 
Duração: 2h10
Gênero: Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos

Tags: #HomemAranhaLongedeCasa, #SpiderMan, #PeterParker, #TomHolland, #JakeGyllenhaal, #aventura, #SonyPictures, #MarvelStudios, #EspacoZ, #cinemaescurinho, #cineart_oficial

27 junho 2019

"Annabelle 3 - De Volta Para Casa" - sustos só começam a partir da metade do filme

A famosa boneca do mal retorna para buscar a alma da filha do famoso casal de paranormais que a prendeu numa caixa de vidro (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Com um título que não tem nada a ver com a história do filme, "Annabelle 3 - De Volta Para Casa" ("Annabelle Comes Home"), não é nenhum "Homem-Aranha" e entra para o grupo dos filmes fracos do universo "Invocação do Mal" (que tem sete filmes), ficando atrás de "Annabelle" (2014) e "A Freira" (2018). Quem não assistiu às produções anteriores pode ter dificuldade em entender, apesar da rápida explicação de como a horrenda boneca foi parar na vida e na coleção do famoso casal Ed e Lorraine Warren, interpretados novamente por Patrick Wilson e Vera Farmiga.


Os sustos são poucos e previsíveis, mas ainda pegam alguns poucos incautos no cinema. Ao contrário de "Annabelle 2" que "toca o terror" (como diz meu amigo @tulliodias, do @CinemadeButeco), o novo filme insere também algumas cenas cômicas e rola até um romance - sempre tem um jovem apaixonado e tímido que surge para "salvar" a bela mocinha.


A ordem cronológica está invertida, mas a produção que entra em cartaz nesta quinta-feira encerra a trilogia de Annabelle, o caso mais tenebroso e assustador tratado pelos Warren. A sequência correta seria "Annabelle 2 - A Criação do Mal" (de 2017, o melhor de todos, inclusive da franquia, juntamente com "Invocação do Mal 2", de 2016), que conta a origem da boneca. Em seguida, "Annabelle" (o mais fraco dos três), quando o casal tem seu primeiro contato com o "brinquedo", finalizando com "Annabelle 3".

A "Chuck de vestido", que já era assustadora, em 2014, na versão atual consegue ficar mais medonha. Talvez por ter passado muito tempo trancada num armário de vidro esperando para ser solta por algum curioso sem cérebro que não respeita o aviso na porta de "NÃO ABRIR DE FORMA ALGUMA". Annabelle, que um dia pertenceu a uma menina que morreu, comanda os ataques de personagens e objetos mal-assombrados ou amaldiçoados da Sala dos Artefatos dos Warren aos ocupantes da casa.

Boneca do filme X boneca original

Baseado em fatos reais, a versão para o cinema tratou de criar uma Annabelle extremamente assustadora, ao contrário da verdadeira que era uma boneca de pano até simpática. Ela permanece trancada juntamente com o restante do acervo, no Museu dos Warren, mesmo após a morte do casal.


Se Vera Farmiga e Patrick Wilson eram as estrelas dos outros filmes, desta vez ficou para a jovem Mckenna Grace, como Judy, a filha do casal, impedir que a boneca escape da casa e roube a alma de alguma pessoa. Com ela estão Madison Iseman (sua babá) e Katie Sarife (a amiga dela, Daniela). A jovem está muito bem, enfrentado a boneca do mal como foi ensinada pelos pais.


No novo filme, Ed e Lorraine Warren viajam num fim de semana e deixam a filha Judy aos cuidados de sua babá. Daniela, a amiga da babá vai visitá-las, curiosa com as histórias contadas sobre os pais de Judy. Mas as três passam a correr perigo quando a maligna boneca Annabelle é libertada e, aproveitando que os investigadores paranormais estão fora, tenta capturar a alma da menina.

Boa distração, mas sem muitos avanços na história da boneca. Confesso que esperava mais de "Annabelle 3". O diretor e também um dos roteiristas Gary Daubermane acerta novamente na escolha da trilha sonora, na maquiagem dos personagens do Museu e em alguns efeitos visuais. Mas em 1h46 de duração (que parece mais), deixa para provocar medo somente a partir do meio do filme, em algumas poucas e boas cenas de terror.   Agora é esperar pelo possível oitavo filme da franquia - "The Crocket Man", apresentado em "Invocação do Mal 2".


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Gary Dauberman
Produção: New Line Cinema / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h46
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #Annabelle3, #VeraFarmiga, #PatrickWilson, #MckennaGrace, #CasalWarren, #terror, #WarnerBrosPictures, #EspacoZ, #cinemanoescurinho, #cineart_oficial

17 junho 2019

"MIB: Homens de Preto - Internacional" muda elenco, capricha nos efeitos, mas morre na praia com roteiro

Chris Hemsworth e Tessa Thompson formam o divertido casal do quarto filme sobre a secreta agência que monitora alienígenas na Terra (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


A aposta em Chris Hemsworth e Tessa Thompson como as novas caras para "MIB: Homens de Preto - Internacional" ("Men in Black: International") tinha tudo para dar certo. Simpáticos, divertidos, entrosados e vindos de dois filmes com excelentes bilheterias - "Thor: Ragnarok" e "Vingadores: Ultimato" - a dupla ainda contou com excelentes efeitos visuais, muita ação, perseguições, boas locações e muita pancadaria. Só precisava de um bom roteiro para, 22 anos depois da primeira estreia, Chris e Tessa serem os sucessores ideais de Will Smith e Tommy Lee Jones, responsáveis pelos três filmes anteriores da franquia - "MIB - Homens de Preto" (1997), "MIB 2" (2002) e "MIB 3" (2013). E foi aí que o filme pecou e pode fazer dele o mais fraco dos quatro já feitos.


Disputar com o carisma da dupla anterior era um grande desafio e isso foi muito lembrado pelos fãs dos Homens de Preto. Will Smith era o brincalhão agente J, que no reboot dá lugar ao belo e displicente agente H (Hemsworth). Já o lado racional da antiga dupla, o agente K, interpretado por Tommy Lee Jones é substituído por Tessa Thompson, no papel da jovem e inteligente agente M. É nela e em Emma Thompson, que novamente faz a agente O, chefe da unidade de Nova York, que F. Gary Gray, substituto do diretor Barry Sonnenfeld (responsável pelos outros três filmes) centraliza as ações. Mas Gray erra ao criar situações e diálogos forçados que desmerecem mais do que valorizam os papéis femininos.


O elenco ainda conta com Liam Neeson, como ex-parceiro de H e agora chefe da unidade de Londres; Rafe Spall, o agente C, de certinho demais, e os desconhecidos irmãos Laurent e Larry Bourgeois como os dois alienígenas que servem apenas para brilhar graças aos efeitos especiais. A grande decepção fica para a participação de Rebecca Ferguson ("Missão Impossível - Efeito Fallout") no papel de uma alien bandida e sedutora, ex-amante do agente H, que aparece por pouco tempo, tem uma briga boa com a agente M e... só. Total desperdício de talento. 


Para as crianças, "MIB Internacional" inseriu na trama o pequenino alienígena Pawny, que empresta a voz de Kumail Nanjuani (da série "Silicon Valley") e se torna o "protetor" da agente M. Além de explorar (até demais) o lado cômico de Chris Hemsworth, diversos comediantes foram escolhidos para uma participação especial no filme na versão de seus países. No Brasil, Sérgio Mallandro, que também gravou um vídeo de divulgação do filme, teve seus segundos de glória numa cena relâmpago como uma dos Homens de Preto.


Na história, Tessa Thompson é Molly que presenciou, quando criança, dois agentes da MIB apagarem as memórias de seus pais após estes presenciarem a aparição de um extraterrestre. Vinte anos depois, ela consegue descobrir a sede da agência e se candidatar a uma vaga. Inteligente e muito esperta, ela é imediatamente aceita pela chefe (Emma Thompson) e se torna a agente M. Apesar da inexperiência, ela é enviada a Londres para investigar estranhas ocorrências envolvendo gêmeos alienígenas que querem se apossar de uma arma destruidora de planetas. M acaba conhecendo o herói, mas displicente, agente H (Chris Hemsworth). 


Os dois são designados pelo chefe T (Liam Neeson) para também investigarem um possível espião infiltrado na Organização que estaria ajudando os aliens do mal. Ao deixarem um aliado morrer sob sua proteção, a dupla acaba se tornando suspeita e passa a ser perseguida pela agência. Agora M e H terão de provar sua inocência e só poderão contar velhos amigos e o simpático Pawny.


Infelizmente, apesar de atores famosos, entrosados até mesmo na comicidade, muita adrenalina, uma ótima trilha sonora e ótimos efeitos especiais, "MIB: Homens de Preto - Internacional" é totalmente previsível, a começar pelo vilão facilmente identificável logo no início. A produção acaba se sustentando totalmente nos dois protagonistas, que fazem bem a sua parte e não deixam que seja um fracasso. Mesmo assim, ela corre o risco de ser apagada da memória de muitos fãs, sem precisar do desmemorizador. Vale como uma distração de sessão da tarde.



Ficha técnica:
Direção: F. Gary Gray
Produção: Columbia Pictures  / Amblin Entertainment / Parkes/MacDonald Productions
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 1h55
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #MIBHomensDePretoInternacional, #MIB4, #HomensDePreto, #ChrisHemsworth, #TessaThompson, #EmmaThompson, #LiamNesson, #RebeccaFergusson, #ação, #alien, #EspacoZ, #SonyPicturesBrasil, #cinemaescurinho

06 junho 2019

"X-Men: Fênix Negra" tem ótimos efeitos especiais, mas roteiro é fraco e confuso

A mais poderosa do grupo de super-heróis mutantes agora está sem controle e ameaça todos a sua volta (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Dificilmente o expectador poderá falar que "X-Men: Fênix Negra" é um filme sem ação e com efeitos visuais fracos. Ele é exatamente o contrário, do início ao fim, o filme é uma explosão de cores, raios e batalhas. Até mesmo quando a personagem principal - Jean Grey (interpretada novamente pela bela Sophie Turner, de "Game og Thrones") está questionando sua vida e seus poderes, muito superiores aos de todos os demais X-Men, inclusive o Professor Xavier. 



Mas quando peca feio na transformação de alguns heróis, como Mística e Fera, e no roteiro. Se nos filmes anteriores, o resultado da mudança da aparência humana para mutante era um show visual, neste a maquiagem parece coisa de amador, desmerecendo tudo o que foi feito para estes personagens que sempre se destacaram por serem muito diferentes.


Já a história dos X-Men e a trajetória de Jean Grey (interpretada novamente pela bela Sophie Turner), para ser mais bem compreendida, exige daqueles que não são fãs de carteirinha dos super-heróis, uma passada pelos filmes anteriores: "X-Men: Primeira Classe" (2011), "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (2014) e "X-Men: Apocalipse" (2016). A produção tem buracos que confundem mais que explicam e deixa várias lacunas. 

Se nestes filmes o Professor Xavier (James McAvoy), Magneto/Erik (Michael Fassbender) e Wolverine/Logan (papel inesquecível de Hugh Jackman) foram as grandes estrelas, agora a mutante mais poderosa do grupo tem sua história contada desde criança até se tornar a Fênix Negra. Sophie Turner está muito bem no papel, contando com os ótimos efeitos visuais usados nas batalhas na Terra e no espaço e nos ataques de fúria da mutante. Já em "Apocalipse" ela havia dado uma demonstração do que poderia fazer se despertasse sua raiva.



No novo filme, Jean se transforma numa força descontrolada após adquirir poderes quando uma missão de resgate no espaço, Jean é quase morta quando é atingida por uma misteriosa força cósmica. Ao retornar para casa, essa força não só a torna infinitamente mais poderosa, mas muito mais instável. Lutando com essa entidade dentro dela, Jean desencadeia seus poderes de uma maneira que não pode compreender nem controlar e transforma todos em inimigos, inclusive sua família mutante. 



Para piorar, Fênix Negra, como agora é chamada, passa a sofrer influência da alienígena Vuk (Jessica Chastain, limitada e desperdiçada no papel de uma vilã bem fraquinha) que quer destruir o planeta. Os mutantes precisarão se unir para impedir o ataque.

Este é o 11º e penúltimo filme da saga, que deverá ser encerrada em 2020 com "Os Novos Mutantes" (se não criarem nenhum novo spin-off depois). Mas mesmo com toda a campanha de divulgação para o lançamento, dificilmente "X-Men: Fênix Negra" alcançará o sucesso de "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" e do espetacular "Logan" (2017) - mais informações sobre o último filme de Hugh Jackman como Wolverine você pode consultar no blog parceiro Coisas de Mineira. No elenco temos o retorno também de Jennifer Lawrence (Mística/Raven), Nicholas Hoult (Fera/Hank McCoy), Tye Sheridan (Ciclope/Scott Summers),  Evan Peters (Mercúrio), Kodi Smit-McPhee (Kurt Wagner/Noturno) e Alexandra Shipp (Ororo Munroe/Tempestade - que entrou no lugar de Halle Berry em "X-Men: Apocalipse").


"X-Men: Fênix Negra" deixa uma sensação de que a história foi mal contada e não fechou o ciclo direito, de forma emocionante e inesquecível, como era esperado, diferente do que aconteceu com a franquia "Os Vingadores" em "Ultimato". Se isso tivesse ocorrido, as chances de sucesso seriam bem maiores. O diretor e um dos produtores, Simon Kinberg, se preocupou muito com a ação e os efeitos especiais, mas deixou de lado a emoção e a empatia com o público. Isso pode ser percebido até mesmo na atuação de alguns deles. O filme é bom, vale pela parte visual das batalhas e pela trilha sonora de Hans Zimmer, mas ficou a dever como despedida de muitos de seus personagens principais.


Ficha técnica:
Direção: Simon Kinberg
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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