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19 dezembro 2021

"Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa" é divertido, nostálgico e o melhor da trilogia com Tom Holland

Filme traz o personagem mais maduro, assumindo seu papel de herói e enfrentando o Multiverso do Doutor Estranho (Fotos: Marvel Studios)


Maristela Bretas e Jean Piter Miranda


O melhor filme da trilogia interpretada por Tom Holland, o super-herói mais jovem dos Vingadores. Esta é a minha opinião sobre "Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa" ("Spider-Man: No Way Home") em cartaz nos cinemas de todo o pais. "Tom Holland está incrível, entrega sua melhor atuação. Ator e personagem amadureceram juntos e ficou ótimo. Ele deixou de ser o garoto que tinha medo se ser herói para assumir seu destino", diz meu amigo e colaborador Jean Piter, que também participa dessa crítica..


É lindo também ver Tom Holland formando o par romântico com Zendaya e lutando juntos nas batalhas contra os vilões. A química entre os dois é muito maior e melhor do que a mostrada em "Duna" (pelo menos no primeiro filme), ao lado de Timothée Chalamet. Ela entrega uma MJ simpática e carismática, seja contracenando com o herói ou com Jacob Batalon, no papel de Ned Leeds, o fiel amigo chiclete que nunca desgruda do casal. Um trio verdadeiramente nerd que agrada.


O terceiro filme do Homem-Aranha está atraindo milhares de fãs. Nas sessões de pré-estreia não foram poucos aqueles que se fantasiaram de "Miranha", como é chamado por muitos fãs. Camisetas com as mais diversas estampas dominaram as salas. 

E essa ansiedade continua a mesma, dias depois com os fãs na entrada. E é bom mesmo porque ninguém sai decepcionado da sessão. A sensação que dá é de que valeu a pena esperar e o fillme atendeu muito ao que era esperado!

Além de Tom Holland e Zendaya, o elenco conta novamente com a participação de outros conhecidos da franquia, como Marisa Tomei (tia May) "que ganhou mais espaço neste filme e brilhou", afirma Jean Piter, fã de carteirinha da atriz. Cabe a ela ajudar o sobrinho "aranhudo" a avaliar sua postura diante da vida e das responsabilidades que precisa assumir.


Outro essencial a toda a trama é Benedict Cumberbatch, que também faz uma atuação impecável como Dr. Estranho. Consegue ser um tiozão disposto a puxar a orelha do jovem e impetuoso Homem-Aranha. Mas também tem seus momentos de afagos e de comentários sarcásticos. Ele dará o tom do que podemos esperar para seu próximo filme solo, "Doutor Estranho no Mutiverso da Loucura", previsto para estrear em maio de 2022. 


Difícil falar sobre este terceiro filme do "amigo da vizinhança" sem dar spoiler. A cada cena surge uma surpresa que leva os fãs ao delírio. O multiverso da Marvel, onde tudo é possível, brinca com a nostalgia e com a cabeça do público, que está ansioso desde que começaram a ser divulgados os primeiros trailers do filme apresentando vilões do passado, fora do universo da Marvel, com seus atores originais. 


O que esperar de um filme que reúne Duende Verde (Willem Dafoe), Doutor Octopus (Alfred Molina), Homem Areia (Thomas Haden Church), Lagarto (Rhys Ifans) e nada menos que Electro (Jamie Foxx)? Com isso, criou-se a expectativa de ver juntos os três aranhas que passaram pelos cinemas: Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland. 


O diretor Jon Watts ("Homem-Aranha: de Volta ao Lar" - 2017 e "Homem-Aranha: Longe de Casa" - 2019) soube explorar bem a computação gráfica. Os efeitos especiais são ótimos, as cenas de ação, de luta corporal, explosões e destruição estão muito realistas, completa Jean Piter. 

A trilha sonora não fica para trás, entregue aos cuidados do premiado Michael Giacchino (compositor dos outros dois filmes do Homem-Aranha, das franquias "Jurassic World" - 2015 e 2018 - e "Planeta dos Macacos" 2013 e 2017; de animações como "Viva - A Vida é Uma Festa" - 2017, "Divertida Mente"- 2015, "Os Incríveis 2" - 2018 e dezenas de outros sucessos.


E mesmo com muita ação, um dos pontos fortes foi a emoção: Peter Parker terá de fazer escolhas que vão interferir em sua vida e na de todos ao seu redor. Especialmente após ter tido sua identidade revelada por Mysterio (Jake Gyllenhall) no segundo filme. A partir daí, ele passa a ser perseguido pela morte do alienígena e seu maior acusador é o jornal Clarim Diário, dando início a história deste filme. 


Tratado por alguns como herói e por outros como vilão, Peter pede ajuda ao Doutor Estranho para que use magia e faça com que todos esqueçam sua identidade. Mas o feitiço dá errado e vilões de outras versões são atraídos para a dimensão do atual Homem-Aranha.

 Agora, Peter não só terá de deter estes monstros como fazer com que voltem para seu universo original. E a todo o momento há sempre alguém que aparece para lembrá-lo de que "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades".


Crossover e continuações

Vale destacar também a animação de 2019 “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2019), que trouxe seis versões do herói, todas juntas em um mesmo universo. Estória que também ganhou um série de quadrinhos. Isso reforçou a possibilidade de um crossover, os três universos se interligando. Algo jamais visto na história do cinema. 

Até agora, foram três filmes com Maguire “Homem-Aranha 1, 2 e 3” (2002, 2004 e 2007), dois com Garfield “O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2” (2012 e 2014) e seis com Holland “Capitão América – Guerra Civil” (2016), “De Volta ao Lar” (2017), “Vingadores – Guerra Infinita” (2018), “Vingadores – Ultimato” (2019), “Longe de Casa” (2019) e agora em “Sem Volta pra Casa” (2021) vemos todas essas estórias se cruzando. 


O feito cinematográfico da nova produção já é por si enorme, gigante. Com ou sem a presença de Garfield e Maguire são cinco produções do Aranha se ligando a um universo de 29 filmes já produzidos, outros oito que estão em produção, fora as séries de TV e os curta-metragens.

"Sem Volta Para Casa" é acima de tudo um filme nostálgico de super-herói, cheio de grandes emoções, frases e situações que remetem a produções passadas e, claro, muita ação. Mas depois dele, o que podemos esperar para as próximas produções da MCU, especialmente com as distorções provocadas pelo Multiverso? Teremos um filme do Sexteto Sinistro, os principais inimigos do Homem-Aranha? Os heróis e vilões das séries vão para o cinema? 

É aguardar pra ver, com muito otimismo e ansiedade. Até agora, o que foi entregue aos fãs merece todos os aplausos. E pelas duas cenas pós-créditos, o mundo dos super-heróis vai virar de cabeça para baixo e nunca mais será o mesmo.


Ficha técnica:
Direção: Jon Watts
Exibição: Somente nos cinemas
Produção: Marvel Studios / Columbia Pictures / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h30
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Ação /Aventura
Nota: 4,8 (de 0 a 5)

18 novembro 2021

"Ghostbusters: Mais Além" é saudosismo com muita emoção

Com a famosa mochila de prótons e muitos equipamento do passado, Phoebe e Podcast se tornam verdadeiros caçadores de fantasmas (Fotos: Sony Pictures/Divulgação) 


Maristela Bretas

 
Emocionante, trazendo ótimas lembranças do primeiro e único "Os Caça-Fantasmas", o diretor Jason Reitman brinda os fãs com "Ghostbusters: Mais Além", a melhor sequência da franquia, que estreia nesta quinta-feira. O filme vai mexer com o coração dos mais saudosistas, relembrando o primeiro longa - um clássico da cultura pop, dirigido pelo pai do diretor, Ivan Reitman, em 1984 e que é produtor deste lançamento, juntamente com Dan Aykroyd (um dos antigos caça-fantasmas).


Além de diretor, Jason é o roteirista, juntamente com Gil Kenan. São muitos easter eggs e voltas ao passado para matar a saudade e justificar a aposta no quarto longa dos "Caça-Fantasmas", especialmente depois da versão de 2016, que teve uma bilheteria aquém do esperado. E a família Reitman acertou de novo.

"Ghostbusters: Mais Além" tem muita ação, ótimos efeitos visuais e um elenco conhecido que se mostrou bem entrosado para contar a história de uma nova invasão de fantasmas, desta vez fora de Nova York. Destaque para os jovens Mckenna Grace ("Capitã Marvel" - 2019 e "Maligno" - 2021), como Phoebe, e o estreante Logan Kim, como Podcast, parceiro de aventuras e caçadas. O irmão mais velho de Phoebe, Trevor, é interpretado por Finn Wolfhard ("It - A Coisa" - 2017), em plena adolescência, sem mais a cara de menino da primeira temporada de "Stranger Things".


Na turma dos adultos, Paul Rudd ("Homem-Formiga" - 2015) é o professor Gooberson, que terá papel decisivo na vida dos irmãos e no retorno dos fantasmas. Sem perder o jeito cômico e simpático, ele faz par romântico e assustador com Carrie Coon ("As Viúvas" - 2018), como Callie, mãe de Phoebe e Trevor.

Como era de se esperar, a trilha sonora é um dos destaques, com a canção original "Ghostbusters", na voz de Ray Parker Jr.. A música foi indicada na época ao Oscar e ganhou diversos prêmios, inclusive um Grammy e um Bafta.


O roteiro não foge muito do esperado, mas Jason Reitman soube aproveitar bem os talentos que dispunha e transformou tudo num filme de família para a família. No longa, Callie é uma mãe solteira, com problemas com a bebida e contas atrasadas, que não se dava bem com o pai. Despejada, ela se muda com os dois filhos para uma pequena cidade do interior para tomar posse da fazenda deixada por ele como herança.


Muito inteligente, mas tímida e retraída, Phoebe só possui uma amigo na escola - Podcast e os dois se unem ao professor Gooberson para investigarem estranhos abalos sísmicos que estão ocorrendo na cidade. E acabam descobrindo que o passado da jovem está diretamente ligado aos caça-fantasmas originais e ao legado secreto deixado pelo avô.

 "Caça-Fantasmas" de 1984

Recomendo a quem não viu, assistir o primeiro filme para entender melhor as inserções de objetos, placas, personagens, veículos e armas que vão surgindo ao longo do roteiro. E como elas se encaixam e completam essa história, que ainda atrai um público fiel. Um velho conhecido dos fãs, bem gosmento tem presença garantida, numa versão um pouquinho mais rabugenta, mas engraçada.

Jason Reitman guardou para a segunda metade do filme as grandes surpresas, com direito a uma batalha épica, com muitos raios de prótons, monstros e uma ajudinha extra, no melhor estilo Caça-Fantasmas. Não se envergonhe se escorrerem algumas lágrimas.


Ficha técnica:
Direção: Jason Reitman
Produção: Sony Pictures Entertainment
Distribuição: Sony Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Aventura / Ação / Comédia
Nota: 4,5 (de 0 a 5)

14 janeiro 2021

Ótimos filmes exibidos em 2020 que valem a pena ser vistos e revistos

Divulgação
 

Maristela Bretas


Com as salas de cinema fechadas por causa da pandemia de Covid -19 por oito meses, os amantes da Sétima Arte conseguiram assistir apenas alguns dos grandes lançamentos previstos para serem exibidos na telona em 2020. Quem saiu ganhando foram as plataformas de streaming, que conquistaram o público oferecendo uma maneira mais fácil, segura e confortável para curtir ótimas produções.

Não são poucos os sucessos oferecidos, nos mais diversos gêneros - suspense, aventura, drama, romance, animação ou policial. Se você está procurando um bom filme para ver sentadinho no sofá com um balde pipoca, aqui vão algumas indicações dos colaboradores do Cinema no Escurinho que valem a pena.

Tem até ganhadoras do Oscar 2020 que entraram no circuito comercial no início do ano passado e que já estão disponíveis para TV, smartphone ou tablet. Se quiser saber mais sobre algumas produções, clique nos links e confira as críticas. Uma boa diversão!

Divulgação

Jean Piter Miranda

- Ninguém Sabe Que Estou Aqui (Netflix)
- O Caminho de Volta (Google Play Filmes)
- O Diabo de Cada Dia (Netflix) 
- Você Nem Imagina (Netflix)
- Enola Holmes (Netflix)
- Mulher Maravilha 1984 (Cinema/Warner Bros. Pictures)
- Mulan (Disney+) 
- Rede de Ódio (Netflix)
- O Dilema das Redes (Netflix) 
 
Divulgação
 

Mirtes Helena Scalioni

- Os Miseráveis (Cinema/Paramount Pictures)
- Você Não Estava Aqui (Cinema/Vitrine Filmes)
- O Bar (Netflix)
- Adú (Netflix) 
- Rosa e Momo (Netflix) 
- AmarElo (Netflix)

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Maristela Bretas

- Jojo Rabbit (Cinema/Fox Films) 
- O Homem Invisível (Cinema/Universal Pictures) 
- 1917 (Cinema/Universal Pictures) 
- O Caso Richard Jewell (Cinema/Warner Bros. Pictures)  
- Adoráveis Mulheres (Cinema/Sony Pictures)
- Umbrella - curta de animação (estará disponível gratuitamente no canal do Youtube da Stratostorm até 21/01/2021)
- Soul (Disney+)
- O Escândalo (Cinema/Paris Filmes)  
- Trilogia do Baztán (Netflix) 
 

21 julho 2020

"Greyhound - Na Mira do Inimigo": um ótimo filme de guerra digno de uma tela de cinema


Tom Hanks brilha como o comandante de um navio de guerra que enfrenta submarinos alemães (Fotos: AppleTv+/Divulgação)

Maristela Bretas


Com mais uma grande atuação de Tom Hanks, que também participa como roteirista, "Greyhound - Na Mira do Inimigo" é um dos lançamentos que chegam diretamente para o streaming e está em exibição na plataforma Apple TV+. Um ótimo filme de guerra, com combates do início ao fim, mas que, devido à pandemia do coronavírus, perdeu parte do impacto das batalhas com a exibição transferida para a tela de TV. Merecia estar no cinema, como aconteceu com outros do gênero, como "Pearl Harbor" (2001), "Midway - Batalha em Alto Mar" (2017), "Dunkirk" (2018) e o recente "1917" (2020).

A produção da Sony Pictures, em parceria com a FilmNation, Bron Studios e a Playtone Pictures (do próprio Tom Hanks) é tensa e prende o espectador com muita ação e boas batalhas no mar. São poucos os momentos de paz do capitão Ernest Krause, vivido por Hanks, e sua tripulação. 

Poderia ser somente mais um filme ambientado na 2ª Guerra Mundial - ele se passa em 1942, no Atlântico Norte. Mas a riqueza de detalhes e a atuação de todo o elenco, especialmente do protagonista, além de Stephen Graham (como o imediato Charlie Cole) e de Rob Morgan (o marinheiro Cleveland) fazem a diferença. Elizabeth Shue faz pequena participação, mas é sempre bem vinda. Também o filho caçula de Hanks, Chet Hanks, participa do elenco como Bushnell, o especialista em radar.


Um amigo colecionador de objetos da 2ª Guerra e estudioso do período gostou muito do filme e foi quem me indicou. Ele e outros colecionadores ficaram surpresos com a preocupação do diretor com os detalhes. As imagens internas e externas do navio foram feitas em um destróier classe Fletcher de verdade, que está em um museu nos EUA e foi todo reformado para o filme, inclusive os canhões. Eles também elogiaram o figurino, que seguiu fielmente os uniformes e armamentos da época.


Ele só alertou para o símbolo dos lobos nos submarinos alemães - os originais eram bem pequenos. Eles foram aumentados, possivelmente, para uma melhor visualização nas cenas travadas entre as embarcações no ambiente escuro do oceano.

Tom Hanks entrega um personagem sério, de poucos sorrisos,  mas sempre simpático, extremamente religioso e preocupado com a vida humana, até mesmo do inimigo, mesmo estando em combate. Em sua primeira missão comandando um comboio, o capitão Krause deverá, junto com outros três destróieres, escoltar 37 navios aliados com cargas de mantimentos e soldados pelo Atlântico Norte, sem apoio aéreo em um longo trecho.


Eles se tornam alvo fácil dos submarinos alemães, chamados Lobos Cinzas, que fazem uma verdadeira caçada. As cenas do cerco no mar agitado são semelhantes a uma matilha ao redor de sua presa. Por quase 48 horas, o comandante luta contra os inimigos, o sono, a fome e a dor de horas em pé sem abandonar o posto, sempre à espera de um novo ataque.


"Greyhound" tem alguns furos no roteiro, mas nada que comprometa o resultado final. Adaptado do romance "The Good Shepherd", de CS Forrester, o longa dirigido por Aaron Schneider soube aproveitar bem a computação gráfica nas cenas de batalhas, especialmente quando navios e submarinos ficam emparelhados. Vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Aaron Schneider
Roteiro: Tom Hanks
Exibição: Apple TV+
Produção: Sony Pictures / FilmNation Entertainment / Playtone Pictures
Duração: 1h31
País: EUA
Classificação: 12 anos
Gêneros: Guerra / Ação / Drama

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18 setembro 2019

13ª CineBH Mostra Internacional de Cinema: noite memorável de festa e resistência

Os quatro integrantes da Filmes de Plástico receberam o Troféu Horizonte na abertura do festival (Foto: CineBH/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni



Mais do que o privilégio de sermos os primeiros brasileiros a assistirem "A Vida Invisível", filme que vai nos representar no Oscar, a sessão de abertura da 13ª edição da CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, na noite de terça-feira (17), provocou outro tipo de emoção na platéia que lotou o Cine Theatro Brasil Vallourec. Era visível, quase palpável, a sensação de pertencimento que tomou conta dos espectadores quando a apresentadora Rejane Faria subiu ao palco para fazer as honras da casa. Depois de abrir o evento, falar das dificuldades de se fazer cinema no Brasil, ser aclamada por todos, ela apresentou a banda Diplomatas, que fez sucesso com canções que eram verdadeiros gritos de protesto.

Não faltaram projeções de manchetes com as últimas do atual presidente da República prometendo acabar com a Ancine e ameaçar censurar o que não for do agrado do governo, sempre recebidas com vaias e protestos. O clima tornou-se mais íntimo quando a premiada atriz e diretora Grace Passô subiu ao palco. É como se ela fosse "gente de casa". Mas o clímax mesmo foi a homenagem que a produtora Filmes de Plástico recebeu da organização do festival. Um justo reconhecimento aos quatro integrantes da trupe que, a partir de Contagem, estão levando o nome de Minas para o mundo.



Ninguém escondeu a emoção. Os diretores André Novais Oliveira, Gabriel Martins e Maurílio Martins, além do produtor Thiago Macêdo Correia, não seguraram as lágrimas. Dois deles, inclusive, confessaram ter sido, na infância, frequentadores do antigo Cine Brasil, o único da cidade, segundo contaram, que oferecia ingressos a preços populares. 


Diretores da Filmes de Plástico recebeu o Troféu Horizonte (Foto: Leo Lara)

Reconhecidos hoje em festivais mundo afora, de Rotterdam a Marseille, de Lisboa a Los Angeles, os rapazes da Filmes de Plástico agradeceram à cidade de Contagem e as parcerias, citaram nomes de familiares e vizinhos e prometeram continuar fazendo cinema, apesar da onda contrária. O sucesso do longa mais recente da produtora, "No Coração do Mundo", tem sido praticamente uma unanimidade.

Julia Stocler, KArim Aïnouz e Carol Duarte em Cannes (AFP)
Foi só depois de muita emoção, pequenas falas e algum protesto, que a equipe de "A Vida Invisível" subiu ao palco para, finalmente, apresentar o longa de Karim Aïnouz que vai representar o Brasil na maior festa mundial do cinema em Los Angeles no ano que vem. Entre os que vieram a BH, estavam as atrizes Carol Duarte e Julia Stocler e o produtor Rodrigo Teixeira. Inspirado no livro "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", de Martha Batalha, o longa, que conta com pequena participação de Fernanda Montenegro, ganhou o Prêmio Principal da Mostra Paralela Un Certain Regard no Festival de Cannes, em maio de 2019. O filme só chega às salas no Brasil no final de outubro.


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04 julho 2019

Hesitação entre o heroísmo e a vida comum marcam “Homem-Aranha: Longe de Casa”

O super-herói amigo da vizinhança  precisa deixar as férias de lado e assumir a luta contra seres de outra dimensão (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Amanda Lira


No turbilhão da vida adolescente, como lidar com as contradições entre os desejos pessoais e uma vida heroica? É diante desse dilema que se desdobra a trama de “Homem-Aranha: Longe de Casa” ("Spider-Man: Far From Home"), que estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas. Sem seu mentor, Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Peter Parker (Tom Holland) é, no filme, um jovem um tanto quanto vulnerável, que sofre com a falta de um referencial para se ancorar. 


Em um mundo em que seres humanos desapareceram repentinamente durante cinco anos e voltam após um “blip”, Parker tem planos para férias “comuns”. Sua maior preocupação, afinal, é conquistar, durante uma excursão para Europa com Ned e a turma da escola, o coração de sua amada MJ (Zendaya). Como esperado, as expectativas do jovem logo são frustradas e o Homem-Aranha se vê obrigado a entrar em ação ao ser convocado por Nick Fury (Samuel L. Jackson) para ajudar a enfrentar os ataques dos seres Elementais.


Durante a luta contra o inimigo, Parker encontra, enfim, um novo mentor e desenvolve uma admiração genuína por Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), conhecido como Mysterio. O herói, que escancara a existência de um multiverso, admite trazer consigo o know-how para enfrentar os desafios que recairiam sobre a Terra. O filme se desdobra, então, em uma série de plot-twists. Ao longo das pouco mais de duas horas de projeção, o público assiste a intensas cenas de ação que, de forma genial, envolvem tecnologias de drones e hologramas, além das belas paisagens do Velho Continente.


As consecutivas quebras de expectativas, no entanto, podem confundir espectadores desavisados, que não necessariamente acompanham o universo Marvel e suas inúmeras referências. Nesse sentido, as tentativas de didatismo protagonizadas pelos heróis podem, por um lado, soar levemente forçadas para os fãs, e, por outro, insuficientes para o público em geral. Ainda assim, é inegável que o filme reserva boas surpresas, especialmente nos dois créditos finais.


O humor característico do Homem-Aranha mantém-se em “Longe de Casa” com os devidos ares de juventude e de ingenuidade trabalhados por Holland. A insegurança de um garoto apaixonado, a curiosidade de um sobrinho afetuoso e as indecisões de um jovem frente a escolhas difíceis são algumas das facetas de Parker que conferem leveza ao filme. Isso sem falar nas cenas iniciais, que, embora um pouco deslocadas com relação ao tom do filme como um todo, arrancam risadas da plateia.


“Homem-Aranha: Longe de Casa” trabalha bem a humanização do herói (iniciada em "Homem-Aranha: De Volta ao Lar"), especialmente em suas fragilidades e impotências. A necessidade de realizar escolhas, de lidar com as consequências de suas ações e de ter um referencial no qual se inspirar são as principais mensagens do filme, que dá uma boa continuidade a “Vingadores - Ultimato” sem, de forma alguma, colocar um ponto final na saga. Afinal, a revelação reservada para os últimos segundos do longa é uma grande ponta solta que deixa brecha para muita história.


Ficha técnica:
Direção: Jon Watts
Produção: Sony Pictures  / Columbia Pictures / Marvel Studios / Walt Disney Studios 
Distribuição: Sony Pictures 
Duração: 2h10
Gênero: Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos

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08 novembro 2018

Muita ação e talento de Claire Foy salvam "A Garota na Teia de Aranha"

Lisbeth Salander, a garota com a tatuagem de dragão, agora terá de impedir que o controle bélico do mundo vá parar em mãos erradas (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de se destacar como Janet Shearon, a esposa do astronauta Neil Armstrong em "O Primeiro Homem", em exibição nos cinemas, a atriz premiada com o Globo de Ouro pela série "The Crown", Claire Foy mostra sua versatilidade e competência interpretando a justiceira Lisbeth Salander em "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" ("The Girl in the Spider’s Web: A New Dragon Tattoo Story"). Ela é a anti-heroína que vinga as mulheres agredidas por homens, trabalhando na calada da noite, mas que guarda um passado violento e dramático. 

Claire Foy está ótima no papel, com cabelos bem curtos, quase uma andrógina, com uma enorme tatuagem de um dragão nas costas e olhar frio Seu personagem apanha e bate muito, mas consegue conquistar o público à medida que o drama se desenrola e vai mostrando que Lisbeth não é de todo uma pessoa sem sentimentos.

Além da britânica Claire Foy, "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" tem um elenco multinacional, com atores suecos, holandeses, dinamarqueses, norte-americanos, noruegueses e até uma luxemburguesa. Novamente para locação foram escolhidas a cidade de Estocolmo e as isoladas montanhas geladas da Suécia, seguindo a obra de Stieg Larsson, autor do primeiro livro da trilogia adaptado para o cinema. "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" é o quarto, já de autoria do jornalista sueco David Lagercrantz, que deu continuidade ao trabalho do escritor após a morte dele.

Este é o segundo livro da saga  a ganhar as telas, iniciada com o ótimo "Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres" (2011), que apresentou a então investigadora particular/hacker Lisbeth Salander. Mulher de aparência e comportamento agressivos, a personagem foi interpretada por Rooney Mara. Daniel Craig foi seu par como Mikael Blomkvist, o jornalista investigativo da revista Millennium. Infelizmente, na continuação o papel ficou para o desconhecido e inexpressivo ator sueco Sverrir Gudnason.

Se no primeiro filme, elenco (que também contou com Chirstopher Plummer) e história foram bem conduzidos e garantiram ótimas avaliações dos críticos, o mesmo não se repete nesta continuação. O enredo apresenta falhas e mostra pouca criatividade em algumas situações. Até mesmo os vilões, apesar de não economizarem balas, bombas e ótimas derrapagens, são fracos e já no início é possível identificar quem será o calo no sapato de Lisbeth Salander.


Mesmo com esses pontos negativos, "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" oferece um bom suspense e, principalmente muita ação, com cenas de perseguição de Salander em sua moto Ducatti de tirar o fôlego. E coloca Claire Foy como a estrela e heroína que segura o filme do início ao fim.

Na história, Lisbeth Salander, conhecida como a garota com a tatuagem de dragão nas costas que defendia as mulheres contra agressores, vive nas sombras, pegando serviços "delicados" que ninguém aceita. Até ser contratada por Frans Balder (Stephen Merchant) para recuperar um programa de computador criado por ele para o governo dos Estados Unidos. O Firefall, como é chamado, dá ao usuário acesso a um imenso arsenal bélico e Balder quer apagar o programa por considerá-lo perigoso demais.

Lisbeth aceita a tarefa e consegue roubá-lo da Agência de Segurança Nacional, mas terá de enfrentar outro grupo, os Aranhas, que está atrás da arma. Para descobrir quem são seus novos inimigos, Salander vai novamente contar com a ajuda do amigo jornalista Mikael Blomkvist.

Vale conferir Claire Foy em seu novo personagem, com cabelos curtos, ótima pontaria, boa direção e foda em alta tecnologia, muito parecida com Jessica Jones, a anti-heroína Marvel, da série de TV da Netflix, que também usa camiseta, jaqueta e calça justa e é cheia de conflitos familiares, no estilo "bad girl".



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Fede Alvarez
Produção: Columbia Pictures / MGM Studios
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Suspense / Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #MillenniumAGarotaNaTeiadeAranha, #ClaireFoy, #suspense, #drama, #espaçoz, #SonyPictures, #MGMStudios, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho