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13 março 2023

Oscar 2023 - "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" leva sete estatuetas

(Divulgação)


Maristela Bretas


"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" ("Everything Everywhere All at Once") foi o grande vencedor da 95ª edição do Oscar como Melhor Filme.

Com sete estatuetas conquistadas das 11 indicações recebidas, a obra mistura comédia, multiversos e relacionamentos familiares de uma imigrante chinesa, interpretada por Michelle Yeoh.

Além de Melhor Filme, a obra levou os prêmios de Melhor Direção, Atriz, Ator e Atriz Coadjuvantes, Montagem e Roteiro Original.

A produção vencedora, dirigida por Daniel Scheinert e Daniel Kwan, foi anunciada por Harrison Ford, que abriu falando sobre a importância da volta ao cinema.

"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
(Crédito: A24)

A cerimônia de entrega dos Academy Awards ocorreu no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia, e contou, pela terceira vez, com apresentação de Jimmy Kimmel.

Ele desceu de paraquedas no palco, após uma montagem em que ele se ejeta do avião de Tom Cruise, em "Top Gun - Maverick".

Outra boa surpresa da noite foi a conquista de quatro estatuetas pela produção alemã "Nada de Novo no Front”.

"Nada de Novo no Front” (Crédito: Netflix)

Confirmando as apostas, Jessica Chastain e Halle Berry anunciaram Brendan Fraser como vencedor do prêmio de Melhor Ator por "A Baleia". Muito emocionado, ele agradeceu a oportunidade que ajudou a salvar sua vida, depois de um período difícil.

Elas também anunciaram a categoria de Melhor Atriz, prêmio entregue a Michelle Yeoh por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo". Ela é a primeira atriz asiática a ganhar um Oscar e ofereceu o prêmio à mãe, de 84 anos, que mora na Malásia, e à família, em Hong Kong.

Brendan Fraser - "A Baleia" (Crédito: Califórnia Filmes)

Premiação

O primeiro prêmio entregue na noite foi para Melhor Animação, que ficou para "Pinóquio", de Guillermo del Toro, confirmando a preferência da produção.

Para Melhor Ator Coadjuvante, Ke Huy Quan, iniciado no cinema com produções como "Os Goonies" (1985) e "Indiana Jones - A Última Cruzada" (1989) abriu as premiações para "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo".

O filme levou, na sequência, sua segunda estatueta, com a escolha de Jamie Lee Curtis como Melhor Atriz Coadjuvante. Ela agradeceu à família e disse que o prêmio é de toda a equipe. Este é o primeiro Oscar da atriz.

Jamie Lee Curtis "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

Curiosidades

Um momento emocionante da cerimônia foi o Parabéns para você entoado por toda a equipe e platéia ao ator de "An Irish Goodbye", filme que ficou com a estatueta de Melhor Curta-Metragem.

Jennifer Connelly e Samuel L. Jackson apresentaram o vencedor da categoria de Melhor Cabelo e Maquiagem, agradecendo aos profissionais que sempre ajudaram os atores a entrarem em seus papéis. "A Baleia" levou a estatueta, segunda da produção.

Jimmy Kimmel voltou ao palco trazendo Jenny, a burrinha do filme "Os Banshees de Inisherin". Apesar do sucesso com o público presente, não ajudou o filme a conquistar premiações.

"Avatar: O Caminho da Água"
(Crédito: 20th Century Studios)

Elizabeth Banks e o urso do filme "O Urso do Pó Branco" apresentaram "Avatar: O Caminho da Água" como vencedor de Melhores Efeitos Visuais.  

E foi a dançante "Naatu Naatu" (do indiano "RRR") , composta por M. M. Keeravani, a escolhida como Melhor Canção Original. Ela superou "Hold My Hand", do filme "Top Gun: Maverick", interpretada por Lady Gaga, e "Lift Me Up", música-tema de "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre", cantada por Rihanna.

Vencedores da 95ª edição do Oscar:

MELHOR FILME
- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (em exibição no Prime Vídeo)

MELHOR DIREÇÃO
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

Michelle Yeoh - "Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo" (Crédito: A24)

MELHOR ATOR
- Brendan Fraser, por "A Baleia" (em exibição nos cinemas)

MELHOR ATRIZ
- Michelle Yeoh, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Ke Huy Quan, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Jamie Lee Curtis, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Entre Mulheres" (Crédito: Orion Releasing)

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Sarah Polley, por "Entre Mulheres" (em exibição nos cinemas)

MELHOR FOTOGRAFIA
- James Friend, por "Nada de Novo no Front" (em exibição na Netflix)

MELHOR TRILHA SONORA
- Volker Bertelmann, por "Nada de Novo no Front"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- M. M. Keeravani - "Naatu Naatu" (de 'RRR")

MELHOR EDIÇÃO/MONTAGEM
- Paul Rogers, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Pantera Negra: Wakanda Para Sempre"
(Crédito: Disney)

MELHOR FIGURINO
- Ruth E. Carter, por "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (em exibição no Disney+)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
- Nada de Novo no Front

MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
- A Baleia

MELHOR SOM
- Top Gun: Maverick (em exibição no Telecine e Paramount+)

"Top Gun: Maverick" (Crédito: Paramount Pictures)

MELHORES EFEITOS VISUAIS

MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM
- Pinóquio, de Guillermo Del Toro (em exibição na Netflix)

MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM
- "O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo" (em exibição na AppleTV+)

MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION
- An Irish Goodbye

"Nada de Novo no Front" (Crédito: Netflix)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Nada de Novo no Front (Alemanha)

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM
- Navalny

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
- "Como Cuidar de um Bebê Elefante" (em exibição na Netflix)

22 fevereiro 2023

“A Baleia” - A tristeza e a beleza sob a interpretação de Brendan Fraser

Filme dirigido por Darren Aronofsky concorre a três estatuetas do Oscar 2023, incluindo o de Melhor Ator (Fotos: Califórnia Filmes) 



Wallace Graciano


Culpa é um dos fardos mais torturantes que carregamos em nossa vida. Seja qual for o motivo que causa tamanho desconforto, ela está presente em nossa vida e muitos não sabem como lidar. E é justamente esse o ponto que norteia “A Baleia” ("The Whale", no título original), que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas de todo o país. 

Com uma interpretação magnífica de Brendan Fraser, o filme de Darren Aronofsky ("Mãe" - 2017), que é adaptado de uma peça homônima, não cativa e destoa na parte estética, mas tem personagens intensos, que tiram seu ar.


Não à toa, garantiu três indicações ao Oscar (Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Cabelo e Maquiagem), chegando com grande potencial de conquista nas três. Abaixo, mostraremos o porquê, além de contar nossas impressões sobre o filme. 

Qual é a história de “A Baleia”?

“A Baleia” conta a história de Charlie (Brendan Fraser), um professor de redação que enfrenta uma obesidade mórbida. De uma inteligência afiada, ele tem percepção exata de como o mundo o encara, com preconceitos e escárnio. 

Não à toa, sequer tem coragem de ligar a câmera de seu notebook enquanto ministra aulas online. Porém, sua condição física esconde traumas do passado. Ele carrega a culpa de ter abandonado sua filha em troca de um amor homossexual, que não conseguiu ir adiante devido a uma tragédia. 


Com esse psicológico frágil, usa a comida como muleta emocional para esconder a dor e a frustração por seus erros, perdas e decepções. Somente a enfermeira Liz (Hong Chau, indicada ao Oscar) o visita, sendo sua amiga e eterna confidente. Ela o vê de forma nua e crua. Sabe do seu passado e presente. 

Após vê-lo ter um princípio de infarto, a profissional da saúde insiste para que ele se interne, o que é prontamente negado por Charlie, que teme contrair uma dívida, devido à ausência de sistema universal de saúde nos Estados Unidos. 


Sabendo que sua vida está nos últimos dias, inclusive sob avaliação da própria Liz, Charlie tenta se reaproximar da filha, Ellie (Sadie Sink, de “Stranger Things”) para tentar redimir os erros do passado. E é nesse contexto que a trama se desenvolve. 

O que achamos de "A Baleia"?

Por ser baseado em uma peça (escrita por Samuel D. Hunter, que também é o roteirista do longa), trata-se de uma obra que não tem muitos ambientes ao seu redor. Basicamente, toda a construção da trama se dá em um cenário: a casa de Charlie. 

Para alguns espectadores, pode ser sufocante, mas o filme, assim, consegue colocar uma lupa na culpa e dor do protagonista. Ele é lento, pois foca demais nas camadas de Charlie, além de desenvolver os personagens sem muita celeridade. 


Porém, o que o faz cativante ao público é justamente essa condução que nos tira do conforto, intercalando as condições físicas precárias do personagem com suas relações pessoais tão deturpadas quanto.

E Brendan Fraser faz isso com maestria. Se outrora foi um ator considerado galã, principalmente após sua atuação em “A Múmia” (1999), agora consegue nos envolver com cada ato, fazendo com que uma simples queda por mobilidade reduzida traga um contexto peculiar. 


Ainda que os diálogos com Liz, Ellie e o missionário Thomas (Ty Simokins) não tenham o ritmo acelerado que muitos gostam, eles nos prende por apresentar todas as nuances que cercam o protagonista e seus traumas. 

Ou seja, vá ao cinema focando nas atuações dos personagens e no que elas podem nos trazer. Essas interpretações fazem com que a estética, enredo e trilha virem meros detalhes na trama.

Quais são as indicações ao Oscar de “A Baleia”?

Melhor Ator: Brendan Fraser;
Melhor Atriz Coadjuvante: Hong Chau;
Melhor Cabelo e Maquiagem


Ficha técnica:
Direção: Darren Aronofsky
Roteirista e autor da obra: Samuel D. Hunter
Produção: A24 e Protozoa Pictures
Distribuição: Califórnia Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração:1h57
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: drama
Nota: 4,5 (5)

24 janeiro 2023

Conheça as indicações ao Oscar 2023

(Fotomontagem: Marcos Tadeu)


Silvana Monteiro


No próximo dia 12 de março, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas apresenta os vencedores do Oscar 2023. A 95ª edição da cerimônia de entrega dos Academy Awards será no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. Nesta terça-feira foram anunciados os indicados aos prêmios em todas as categorias. Veja abaixo:

MELHOR FILME
- Elvis
- Entre Mulheres
- Nada de Novo no Front
- Os Fabelmans
- Os Banshees de Inisherin
- Tár
- Top Gun: Maverick
- Triângulo da Tristeza
- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo

MELHOR DIREÇÃO
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
- Martin McDonagh, por "Os Banshees de Inisherin"
- Ruben Östlund, por "Triângulo da Tristeza"
- Steven Spielberg, por "Os Fabelmans"
- Todd Field, por "Tár"

"Os Fabelmans" (Universal Pictures)

MELHOR ATOR
- Austin Butler, por "Elvis"
- Brendan Fraser, por "A Baleia"
- Bill Nighy, por "Living"
- Colin Farrell, por "Os Banshees de Inisherin"
- Paul Mescal, por "Aftersun"

MELHOR ATRIZ
- Ana de Armas, por "Blonde"
- Andrea Riseborough, por "To Leslie"
- Cate Blanchett, por "Tár"
- Michelle Williams, por "Os Fabelmans"
- Michelle Yeoh, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"


"Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo
Tempo" (Foto: A24)


MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Berry Keoghan, por "Os Banshees de Inisherin"
- Brian Tyree Henry, em "Causeway"
- Brendan Gleeson, por "Os Banshees de Inisherin"
- Judd Hirsch, em "Os Fabelmans"
- Ke Huy Quan, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Angela Bassett, por "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre"
- Hong Chau, por "A Baleia"
- Jamie Lee Curtis, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
- Kerry Condon, por "Os Banshees de Inisherin"
- Stephanie Hsu, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Os Banshees de Inisherin" (Foto: Film4 Productions)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
- Martin McDonagh, por "Os Banshees de Inisherin"
- Ruben Östlund, por "Triângulo da Tristeza"
- Steven Spielberg & Tony Kushner, por "Os Fabelmans"
- Todd Field, por "Tár"

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Edward Berger, Lesley Paterson & Ian Stokell, por "Nada de Novo no Front"
- Ehren Kruger, Eric Warren Singer & Christopher McQuarrie, por "Top Gun: Maverick"
- Kazuo Ishiguro, por "Living"
- Rian Johnson, por "Glass Onion: Um Mistério Knives Out"
- Sarah Polley, por "Entre Mulheres"


Top Gun:Maverick (Foto: Paramount Pictures)

MELHOR TRILHA SONORA
- Carter Burwell, por "Os Banshees de Inisherin"
- John Williams, por "Os Fabelmans"
- Justin Hurwitz, por "Babilônia"
- Son Lux, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"
- Volker Bertelmann, por "Nada de Novo no Front"

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- Lady Gaga - "Hold My Hand" (de "Top Gun: Maverick")
- M. M. Keeravani - "Naatu Naatu" (de 'RRR")
- David Byrne/Mitski/Son Lux - "This is a Life" (de "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo")
- Sofia Carson - "Applause" (de "Tell it Like a Woman")
- Rihanna - "Lift Me Up" (de "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre")


"Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (Foto: Marvel)

MELHOR FOTOGRAFIA
- Darius Khondji, por "Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades"
- Florian Hoffmeister, por "Tár"
- James Friend, por "Nada de Novo no Front"
- Mandy Walker, por "Elvis"
- Roger Deakins, por "Império da Luz"

MELHOR EDIÇÃO
- Eddie Hamilton, por "Top Gun: Maverick"
- Mikkel E.G. Nielsen, por "Os Banshees de Inisherin"
- Matt Villa & Jonathan Redmond, por "Elvis"
- Monika Willi, por "Tár"
- Paul Rogers, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

"Elvis" (Foto: Warner Bros. Pictures)

MELHOR FIGURINO
- Catherine Martin, por "Elvis"
- Jenny Beavan, por "Sra. Harris Vai a Paris"
- Mary Zophres, por "Babilônia"
- Ruth E. Carter, por "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre"
- Shirley Kurata, por "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo"

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
- Avatar: O Caminho da Água
- Babilônia
- Elvis
- Nada de Novo no Front
- Os Fabelmans

MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
- A Baleia
- Batman
- Elvis
- Nada de Novo no Front
- Pantera Negra: Wakanda Para Sempre


Babilônia (Foto: Paramount Pictures)

MELHOR SOM
- Avatar: O Caminho da Água
- Batman
- Elvis
- Nada de Novo no Front
- Top Gun: Maverick

MELHORES EFEITOS VISUAIS
- Avatar: O Caminho da Água
- Batman
- Nada de Novo no Front
- Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Top Gun: Maverick

"Avatar: O Caminho da Água" (Foto: 20th
Century Studios)

MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM
- A Fera do Mar
- Gato de Botas 2: O Último Pedido
- Marcel the Shell with Shoes On
- Pinóquio, de Guillermo del Toro
- Red - Crescer é uma Fera

MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM
- An Ostrich Told Me the World is Fake and I Think I Believe It
- Ice Merchants
- My Year of Dicks
- The Boy, the Mole, the Fox and the Horse
- The Flying Sailor

MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION
- An Irish Goodbye
- Ivalu
- Le Pupille
- Night Ride
- The Red Suitcase

"Pinóquio", de Guillermo del Toro (Foto: Netflix)

MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Argentina, 1985 (Argentina)
- Close (Bélgica)
- EO (Polônia)
- Nada de Novo no Front (Alemanha)
- The Quiet Girl (Irlanda)

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM
- A House Made of Splinters
- All That Breathes
- All The Beauty and the Bloodshed
- Fire of Love
- Navalny

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM
- Haulout
- How do You Measure a Year?
- The Elephant Whisperers
- The Martha Mitchell Effect
- Stranger at the Gate

"Argentina, 1985" (Foto: Amazon Prime Vídeo)


26 outubro 2022

Emoção e inevitável comparação com o Brasil fazem de “Argentina, 1985” um filme imperdível: nunca mais

Ricardo Darín e Peter Lanzani  formam a dupla que vai ajudar a condenar militares torturadores  (Fotos: Amazon Studios)


Mirtes Helena Scalioni


É quase impossível assistir ao filme “Argentina, 1985” e não se perguntar: e nós, cá no Brasil, como ficamos? Dirigido por Santiago Mitre (“A Cordilheira”, 2017), o longa conta, com sobriedade e honestidade na medida, o histórico julgamento de nove militares por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura. E o mais surpreendente: por um tribunal civil. Não por acaso, a produção, em cartaz no Prime Video, é indicada ao Oscar de 2023, depois de faturar o Prêmio da Crítica no Festival de Veneza 2022.


Não bastasse o tema, sempre tão caro a cidadãos de qualquer país, “Argentina, 1985” traz no seu elenco o sempre craque Ricardo Darín ("A Odisseia dos Tontos" - 2019), que interpreta o promotor público Julio Cesar Strassera, “o Louco”, que contra tudo e todos, reúne um grupo de jovens estudantes e estagiários que conseguem, em tempo hábil, apurar cerca de 700 casos de abusos e torturas narradas por 800 testemunhas. 

Nem é preciso dizer que o camaleônico Darín dá show, ao evitar traços de herói corajoso para ser apenas um servidor público profissional e humano, com seus medos, dúvidas e inseguranças.


Ao lado de Ricardo Darín – e tão brilhante quanto - está Peter Lanzani (“O Clã” - 2015) como o jovem e inexperiente assistente Luis Moreno Ocampo, que abraça a causa do chamado “julgamento das juntas”, embora faça parte de uma família de militares – “minha mãe vai à missa com Videla”. 

É preciso falar também de Alejandra Flechner como Silvia, a esposa fortaleza de Strassera, de atuação discreta e precisa, assim como as crianças que interpretam os dois filhos do casal, cujas participações trazem certa leveza ao longa.


Filmes de tribunal costumam ser sombrios, fechados e monótonos. Não é esse o caso de “Argentina, 1985”. O roteiro, cuja autoria Santiago Mitre divide com Mariano Llinás, lembra um pouco o clássico “A História Oficial”, que ganhou o Oscar em 1986, outro longa argentino que também se vale de fatos para falar da história sangrenta da ditadura que massacrou o país entre 1976 e 1983. Certos toques sutis de humor, embora discretos, ajudam a amenizar o clima.


Quando se sabe que esse “julgamento das juntas” foi o primeiro do mundo realizado por um tribunal civil, num país que ainda chorava seus mortos e catava seus cacos para tentar a redemocratização com Raúl Alfonsín, é difícil não se emocionar com “Argentina, 1985”.

A comparação, sempre inevitável, entristece e não enobrece em nada o Brasil. Talvez seja o caso de perguntar se é mesmo verdade que nossos hermanos são mais politizados e estão a milhas de distância dos brasileiros quando o assunto é cidadania. Impossível não chorar no final.


Ficha técnica:
Direção: Santiago Mitre
Produção: La union de los rios /Infinity Hill
Distribuição: Amazon Prime Video
Exibição: Amazon Prime Video
Duração: 2h20
Classificação: 14 anos
País: Argentina
Gênero: drama