Mostrando postagens com marcador #EspaçoZ. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #EspaçoZ. Mostrar todas as postagens

16 maio 2019

"John Wick 3 - Parabellum" precisa de capa pra proteger do banho de sangue

Keanu Reeves desrespeita as regras da organização e vira um foragido com a cabeça a prêmio (Fotos: Mark Rogers e Niko Tavernise/Metropolitan Film)

Maristela Bretas


"John Wick 3 - Parabellum" não vai encerrar a franquia neste filme. Este é o único spoiler que darei na crítica. Portanto pode continuar lendo sobre o novo filme de Keanu Reeves que estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas. Ultramegaviolento, com sangue jorrando a todo o momento pela tela, a produção é quase um capítulo de novela. A trama começa exatamente onde parou no segundo filme de 2017. Uma forma de forçar as pessoas que queiram entender melhor a franquia de assistir os dois primeiros. Este terceiro, no entanto, exige estômago forte. Em algumas cenas confesso que virei o rosto. Reeves fez um vídeo de 60 segundos com uma explicação resumida da saga. Confira:


O protagonista, que já era um matador contratado, evoluiu no quesito modalidades de assassinatos. A frase "Facas e canivetes primeiro" cabe perfeitamente à trama, sem esquecer as armas de grossíssimo calibre, capazes de cortarem uma pessoa ao meio. O resultado não poderia ser outro: corpos e mutilações do início ao fim e lutas com um nível de violência que vi em poucos filmes, inclusive nos antecessores - "De Volta ao Jogo" (2014) e "John Wick - Um Novo Dia Para Matar" (2017).


Uma coisa ninguém vai poder dizer contra este terceiro longa - que falta ação. A começar pelo título - "Parabellum" significa "Prepare-se para a guerra". O diretor Chad Stahelski (responsável por todos os filmes da franquia) não economizou em ação e efeitos visuais excelentes, que sustentam o filme, já que o roteiro não traz muita novidade. Keanu Reeves tem ótima atuação. Seu personagem consegue ser um sujeito violento, mas também sentimental e leal. Só não muda a expressão - é a mesma em todas as situações, mantendo a cara de "Matrix" inclusive em outras produções, como na recente "Cópias - De Volta à Vida".


O elenco conta ainda com ótimas interpretações. Ian McShane mescla, na medida certa, frieza, ironia e também tem as tiradas mais divertidas, ao repetir o papel de Winston, "gerente" do Hotel Continental de Nova York, QG da organização Alta Cúpula, para a qual John Wick trabalhava. Laurence Fishburne, sempre ótimo em tudo que faz, não é diferente como Bowery King. Tem ainda Halle Berry, como Sofia, uma matadora que luta e atira muito; Lance Reddick, como Charon, o porteiro/braço direito de Winston no hotel; Anjelica Huston, a diretora da máfia russa; Asia Kate Dillon, fazendo a juíza da Alta Cúpula que comanda a caçada a John Wick, e Mark Dacascos, o assassino Zero enviado pela juíza.


Mas o forte mesmo, que segura na cadeira o público que gosta deste tipo de filme são as cenas de lutas e as perseguições, tanto a pé quanto de moto. O "não tão mocinho" Wick apanha muito, toma tiro e facada, cai de telhado, torna a apanhar, mas parece de borracha - levanta e sai correndo. Pode parecer sem sentido, mas mesmo com tanta violência, "John Wick 3" tem também momentos engraçados e surpreendentes que agradam. Claro que os cães não poderiam ficar de fora - afinal, eles deram início a toda essa matança. E arrasam em suas participações.


Na história, após assassinar no segundo filme o chefe da máfia Santino D'Antonio (Riccardo Scamarcio), dentro do Hotel Continental, John Wick quebra as regras e passa a ser perseguido por um exército de assassinos atrás da gorda recompensa de U$ 14 milhões oferecida pela Alta Cúpula. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado e até inimigos, enquanto luta por sua sobrevivência.


O certo é que, mesmo chocando pelas cenas extremamente violentas, "John Wick 3 - Parabellum" pode agradar aos fãs do gênero ação. Mesmo sem cenas pós-crédito, os protagonistas deixam claro que haverá mais uma continuação, despertando o interesse de quem pretende continuar acompanhando a franquia. Para este terceiro, o expectador só não pode esquecer a capa de chuva para não ficar com a roupa manchada pelo banho de sangue de mais duas horas de projeção.


Ficha técnica:
Direção: Chad Stahelski
Produção: Lionsgate Productions / Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h11
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #JohnWick3, @KeanuReeves, @johnwickofilme, #ação, #violenciaextrema, #ChadStahelski, @Lionsgate, @ParisFilmes, #EspaçoZ, @cinemanoescurinho, #cinemaescurinho

21 março 2019

"Nós" - o mais selvagem, provocante e espetacular terror psicológico do diretor Jordan Peele

Lupita Nyong'o é o destaque do filme, entregando personagens antagônicos com perfeição (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Assustador, tendo, surpreendente do início e especialmente o fim, "Nós" ("Us"), dirigido, roteirizado e produzido pelo excelente Jordan Peele ("Corra!"), é de prender na cadeira e deixar o espectador incomodado. Uma verdadeira aula de psicologia sobre o outro lado do ser humano, mesclando mitologia, terror e suspense na medida certa, mesmo nas cenas mais violentas. Ou seja, o conjunto da obra é impecável, colocando a produção como uma das melhores do gênero dos últimos anos.

Peele acertou em todos os pontos, especialmente na escolha da premiada Lupita Nyong'o como Adelaide e sua versão Red, que deu o toque assustador à trama, unindo os pontos isolados que aparecem no início do longa. A pacata dona de casa Adelaide, que guarda um segredo de infância, é confrontada pela macabra Red, sua imagem e semelhança, de perfil doentio e assassino. E Lupita dá uma interpretação assustadoramente perfeita para ambas, merecedora de um Oscar em 2020. 

O restante do elenco também entrega um excelente trabalho nas versões originais e duplas - Winston Duke, faz o papel de Gabe, marido de Adelaide e Abraham (a cópia), garantindo a parte cômica do filme com seus comentários sem propósito nas horas erradas, Também os jovens atores Shahadi Wright Joseph, como Zora e Umbrae, e Evan Alex, interpretando Jason e o vermelho Pluton, dão show de interpretação nos dois papéis. O elenco conta também com os veteranos Elisabeth Moss e Tim Heidecker, como o casal de amigos e vizinhos Kitty e Josh Tyler.

Ao jornal The Hollywood Reporter, Jordan Peele contou que sua intenção com o filme era criar uma mitologia de monstro e analisar um tipo diferente de terror. “Era muito importante pra mim ter uma família negra no centro de um filme de terror. Mas também é importante notar que, ao contrário de 'Corra!', 'Nós' não é sobre racismo. Ao invés disso, é sobre algo que eu acho que se tornou uma verdade inegável. E é o simples fato de que nós somos nossos próprios piores inimigos”, afirmou.

Fotografia e trilha sonora também são destaques em "Nós", com o diretor empregando raps em momentos tranquilos da família e música clássica nas horas de maior tensão, uma mudança do convencional que agrada. Além do roteiro que explora os medos, traumas e o lado sombrio de cada um. Chega a dar um nó na cabeça de quem está no cinema sobre até onde tudo o que está acontecendo é verdade ou uma grande alucinação? Até que ponto escondemos uma versão violenta que pode se manifestar quando a nossa sobrevivência está em jogo?

Na trama, Adelaide e Gabe decidem levar o casal de filhos para passar um fim de semana em uma casa de veraneio na praia. Aproveitam o dia com o amigos Kitty e Josh Tyler e as gêmeas do casal. Adelaide não se sente bem ao voltar á cidade onde na infância sofreu um grande trauma. Mas será à noite que todos os seus medos virão à tona, quando passam a ser perseguidos por um grupo macabro, exatamente igual a ela e sua família, mas com deformidades nos rostos. Usando macacões vermelhos e tesouras douradas, a única intenção dos duplos é acabar com as versões originais bonitinhas e perfeitas.

A partir daí, cada peça de um imenso quebra-cabeça que começou a ser formado no início do filme vai se encaixando, permitindo ao público criar sua própria opinião sobre o que está ocorrendo e o que esperar do final. Surpreendente, imperdível e perturbador, "Nós" é uma reflexão sobre o eu de cada. Dificilmente terá neste ano um concorrente á altura neste gênero. 


Ficha técnica:
Direção: Jordan Peerle
Produção: Universal Pictures / Blumhouse Pictures
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 1h56
Gêneros: Terror / Suspense
País: EUA
Classificação: 18 anos
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: #Nos, #Us, #LupitaNyongo, #JordanPeele, #WinstonDuke, #ShahadiWrightJoseph, #terror, #suspense, #UniversalPictures, #BlumhousePictures, #EspaçoZ, #cineart_cinemas, #cinemaescurinho

26 novembro 2018

Diretor usa experiência para falar de adoção em "De Repente Uma Família"

Da lua de mel dos primeiros dias aos tormentos de uma adaptação, filme é inspirado na história do diretor Sean Anders (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Mark Wahlberg adota a postura de paizão e se une à ótima Rose Byrne para formarem o simpático casal que não pode ter filhos (faltar explicar por que) e resolve adotar uma criança. E a nova empreitada resulta em "De Repente, Uma Família" ("Instant Family"), uma comédia leve, com muitas alegrias, raivas, decepções, recheada de bons e não tão bons momentos. E o melhor, a história é real, baseada na vida do diretor Sean Anders (também roteirista e produtor), que resolveu com sua mulher Beth adotar uma família.

Em vídeo inédito, diretor Sean Anders apresenta a inspiração para o filme. Ele conta que os momentos mais delicados serviram de inspiração para o longa. “Passamos por momentos muito difíceis com as crianças se adaptando a nós e vice-versa. Não só nos adaptando a eles, mas também a sermos pais porque fomos do zero para três crianças de um dia para o outro. Quando comecei a pensar sobre fazer o filme, eu queria que fosse o mais parecido possível com a nossa história, mas também que retratasse diversas outras famílias, principalmente as que adotaram meninas adolescentes”, revela. Confira.

Mark Wahlberg divide a produção com Andres e vem se saindo melhor nesta linha de comédia do que em alguns filmes de ação. Na trama ele é Pete, casado com Ellie (Rose Byrne), e após várias tentativas, eles decidem entrar para o grupo mais diferenciado de casais que estão tentando a adoção. Rose Byrne é o destaque e está muito engraçada, principalmente quando parece que vai surtar com as crianças, e ao mesmo tempo morre de ciúmes por Pete ser chamado primeiro de pai do que ela de mãe pelas crianças. 

O grupo é coordenado pela divertida dupla Octavia Spencer e Tig Notaro, que não entra num acordo sobre a forma como o assunto adoção deve ser explicado aos futuros pais e que nem tudo é um mar de rosas. Pete e Ellie estão decididos e numa "feira" de criança (parece com aquelas feiras de adoção de animais), eles vão tentar achar a filha ou o filho perfeito para eles.


Num encontro pouco amistoso o jovem casal conhece e se encanta por Lizzie (Isabela Moner), uma adolescente de temperamento e que traz com ela os dois irmãos mais novos. Pete e Ellie agora precisam decidir se abandonam a adoção de Lizzie ou ficam com toda a família, retirada da mãe usuária de drogas. A atriz/cantora Isabela Moner, que interpreta muito bem a rebelde Lizzie, gravou uma das músicas da trilha sonora, a bela "I'll Stay", que pode ser conferida clicando aqui.

E esses três estranhos vão virar a rotina do casal de cabeça para baixo e fazer inclusive que seus pais e irmãos revejam seus conceitos sobre adoção, especialmente de crianças estrangeiras. Sean Anders não escondeu as dificuldades da adoção, mas trata sua história de maneira divertida com momentos dramáticos, como uma grande lição de vida. Além da experiência dele, também mostrou as expectativas dos demais casais do grupo - a grande diferença entre o que idealizavam e como acabaram sendo conquistados por modelos completamente diferentes de suas expectativas. 


"De Repente Uma Família" é leve, gostoso de assistir e emocionante ao focar no drama das crianças e adolescentes órfãos ou retiradas de seus pais e colocadas em instituições à espera de um lar e amor. Da comida que brigam para não comer, o medo constante de ser rejeitado ou a espera de voltar um dia para a mãe, Pete, Ellie e as crianças vivem um dia após o outro. 

E mesmo quando o casal pensa em desistir de tudo, que não aguenta mais tantos problemas e acusações de descaso por mais que façam o melhor para os irmãos, percebe que não consegue mais ficar longe daquela família.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Sean Anders
Produção: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #DeRepenteUmaFamília, @MarkWahlberg, @RoseByrne, #SeanAnders, @comedia, @drama, @ParamountPictures, #cinemas_cineart, #espaçoz, #CinemaNoEscurinho

19 novembro 2018

"Parque do Inferno" é terror com muito sangue para disfarçar produção ruim

Filme conta história de jovens que são atacados num parque temático por um louco psicopata mascarado (Fotos: Tripictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Junte Freddy Krueger" ("A Noite do Pesadelo"), Jason Voohees ("Sexta-feira 13"), Michael Myers ("Halloween") e outros assassinos cruéis e sanguinários. Coloque tudo num filme com direito a muito sangue jorrando e corpos esfacelados. Poderia até dar um bom filme de terror, com bons pulos na cadeira. Mas este não é o caso de “Parque do Inferno” ("Hell Fest"), produção que já nasce morta graças a um roteiro ruim e uma direção duvidosa de Gregory Plotkin.

Se o espectador não está preparado para cenas fortes, melhor pensar duas vezes antes de assistir a este filme - o sangue jorra com vontade, cabeças rolam, corpos são mutilados e não faltam perfurações com os mais diversos objetos. O vilão, apesar de brutal, é fraco e previsível em várias situações, a cara dele está sempre coberta pela máscara e apresenta o comportamento tradicional do psicopata que sai à caça de suas vítimas. O filme chega a indicar levemente que ele está em busca de um tipo especial de garota que será sua escolhida, mas depois abandona essa linha e volta a focar apenas nos ataques violentos ao público para despistar os "defeitos visuais".

Com protagonistas desconhecidos, "Parque do Inferno" antecipa as ações do mascarado, tirando o impacto do susto e deixado apenas um mal-estar pela crueldade dos crimes. É tão previsível que em uma das cenas, a adolescente Natalie (Amy Forsyth) simplesmente descobre como funcionam as atrações e conta para os amigos. O mesmo acontece em muitos momentos de ataque do louco do parque, que realmente é uma porta do inferno para seus frequentadores, com labirintos do medo, atrações e figurantes  sinistros cercando os frequentadores e os atraindo para os chamados "brinquedos".

Na história, a universitária Natalie chega à cidade onde mora sua amiga Brooke (Reign Edwards) para passar o Halloween. As duas decidem aproveitar com um grupo de amigos a nova atração que chegou à cidade, o "Hell Fest", ou "Parque do Inferno"- um parque temático cheio com jogos e brincadeiras que excursiona pelo país, mas é marcado por uma morte brutal ocorrida anos atrás.

O que os adolescentes não sabem é que em breve vão se tornar o alvo de um visitante mascarado que usa o local para sua caçada diante de uma platéia que acredita que tudo faz parte do show. A história parece interessante e poderia ter se tornado uma ótima produção, apesar de usar ideiais e situações de filmes famosos do gênero. Mas ficou muito a desejar e nem mesmo a produção de Gale Anne Hurd, idealizadora da série de sucesso“The Walking Dead”, salva o longa.


Ficha técnica:
Direção: Gregory Plotkin
Produção: CBS Films  / Valhalla Motion Pictures
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h29
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #ParquedoInferno, #HellFest, #terror, #ParisFilmes, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

15 novembro 2018

Muito flashback e confusão em "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald"

Newt Scamander (Eddie Redmayne) terá de viajar novamente aos EUA atrás de um bruxo do mal, interpretado por Johnny Depp (Fotos: Jaap Buitendijk/Warner Bros. Pictures)

Wallace Graciano


Goste ou não da saga “Harry Potter”, é impossível negar a importância de J. K. Rowling na história da literatura (não somente a infanto-juvenil). Porém, o mesmo talento que a elevou ao panteão dos grandes nomes que nos contaram as mais doces fábulas não parece florescer em outro tipo de narrativa: a de roteirista cinematográfica. 

Em “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” ("Fantastic Beasts: The Crimes Of Grindelwald"), que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas de todo planeta, a autora (que além de roteirista é uma das produtoras do filme) não consegue dar a mesma vivacidade dos livros às telonas, tal qual no precursor do spin-off.

Na sequência de “Animais Fantásticos”, que se passa 70 anos antes de Harry chegar a Hogwarts, Gellert Grindelwald (Johnny Depp) é transportado dos Estados Unidos, onde fora preso, até a Londres. Porém, o bruxo consegue escapar em uma batalha sufocante, digna dos grandes embates da saga canônica. Agora livre, ele vai em busca de Credence (Ezra Miller), o que norteará toda a história.

Paralelamente, Newt Scamander (Eddie Redmayne) está proibido de viajar ao exterior por causa do trabalho que deu ao mundo bruxo durante sua estada em Nova York. Sem ter muito o que fazer, cuida dos bichos em sua maleta e tenta escapar dos flertes do Ministério da Magia, que quer tê-lo como auror para recapturar Grindelwald. Quem consegue seduzi-lo é Alvo Dumbledore (Jude Law). 

Aproveitando que Scamander viaja escondido a Paris para tentar se reaproximar de sua paixão, Tina Goldstein (Katherine Waterston), o professor de Hogwarts lhe dá a missão de proteger Credence das mãos do bruxo das trevas, tudo isso em meio aos avanços do Ministério da Magia. É nesse ponto que a película chega ao seu ápice. 

Ao mesmo tempo em que traz o tom de naftalina aos saudosos amantes da saga, com a presença de personagens icônicos e do próprio castelo de Hogwarts, a trama oferece as batalhas, efeitos especiais e conspirações de “Harry Potter” que encantaram toda uma geração. Porém, ao contrário dos livros e filmes de outrora, este peca ao desenvolver os personagens justamente quando o clímax está estabelecido.

O roteiro tem grandes buracos e não consegue sequer encaixar os segredos agora revelados por J. K. Rowling do mundo bruxo antes de Harry. Assim como no precursor, “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” volta a ter cenários maravilhosos, batalhas intensas e personagens nostálgicos que se perdem em meio a um roteiro confuso. A magia da saga Harry Potter ficou mesmo por lá.


Ficha técnica:
Direção: David Yates
Produção: Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h14
Gêneros: Aventura / Fantasia
Países: Reino Unido / EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AnimaisFantásticosOsCrimesdeGrindelwald, #HarryPotter, #JKRowling, #Fantasia, #Aventura, #EddieRedmayne, #JudeLaw, #Johnny Depp, #EzraMiller, #WarnerBrosPictures, #espaçoZ, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

12 novembro 2018

"Operação Overlord" - terror, guerra, muita ação e a marca de J.J.Abrams

Jovan Adepo e Wyatt Russell vão enfrentar supersoldados indestrutíveis criados por nazistas para vencerem o conflito (Fotos: Peter Mountain/Paramount Pictures)


Maristela Bretas


Misturar 2ª Guerra Mundial com terror (não confunda com atrocidades) é possível? Para o produtor J.J. Abrams e o diretor Julius Avery sim. E, de quebra, com muita ação e um elenco pouco estrelado que entrega um ótimo filme. Tudo isso está em "Operação Overlord", produção que em cartaz nos cinemas e que tem a invasão da Normandia (o conhecido "Dia D") como ponto de partida para virar a história e se tornar um ótimo filme de terror/ficção sobre as experiência científicas realizadas pelos nazistas em instalações secretas num vilarejo francês.

Usar a 2ª Guerra Mundial como tema de filme já está mais que manjado e cansativo, era preciso criar um viés completamente diferente, partindo para o terror com seres humanos servindo de cobaias para a criação, em um laboratório secreto, de supersoldados indestrutíveis, que serão usados pelos nazistas para vencerem o grande conflito e dominarem o mundo. Pode não ter sido desta forma, mas não são poucos os documentos encontrados pós-guerra abordando os experimentos do governo Hitler com esses objetivos.

Mesmo com alguns deslizes no roteiro, Avery e Abrams conseguiram entregar um bom filme, que provoca pulos na cadeira e arrepios com o quebrar de ossos. destaque para a atuação de Jovan Adepo ("Mãe!" e "Um Limite Entre Nós", ambos de 2017) que interpreta o soldado Boyce, e domina a ação, juntamente com Wyatt Russell, no papel do cabo Ford. As piadas e comentários sarcásticos ficam por conta de John Magaro, o soldado Tibbet, que não dispensa um chiclete.

Do lado dos vilões, e este assusta após se transformar, está Pilou Asbaek ("A Vigilante do Amanhã" - 2017), como o comandante alemão Wafner, que nas horas vagas corre atrás de Chloe, jovem francesa boa de tiro interpretada pela quase estreante Mathilde Ollivier.

Na história, uma tropa de paraquedistas norte-americanos é lançada atrás das linhas inimigas para uma missão crucial - explodir as comunicações dos alemães e facilitar o desembarque das tropas aliadas na Normandia. Apesar das muitas perdas, o pequeno grupo consegue chegar a seu destino, mas vai descobrir que a fortaleza nazista instalada numa igreja abriga mais que uma simples torre de transmissão e que coisas estranhas estão acontecendo com os habitantes do pequeno vilarejo onde ela está localizada.

Ambientação, trilha sonora, figurinos e reconstituição histórica da operação dos aliados estão ótimos. Mas é na maquiagem que a produção se supera, com um trabalho excelente de efeitos visuais de transformação assustadora de rostos e corpos deformados pelas experiências dos alemães.

Até mesmo os fãs de filmes de guerra vão gostar da linha adotada pelo diretor, que não dispensa a parte da guerra, com muitos tiros, explosões, tanques e metralhadoras, além dos medos dos soldados que estão indo para a batalha pela primeira vez, o racismo velado e o heroísmo dos norte-americanos (claro!). Vale muito a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção: Julius Avery
Produção: Bad Robot / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h50
Gêneros: Terror / Ação / Guerra
País: EUA
Classificação: 16 anos 
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #OperacaoOverlord, #JovanAdepo, #Wyat Russell, #JJAbrams, #JuliusAvery, #terror, #guerra, #ficçao, #ação, #ParamountPictures, #BadRobot, #espaçoz, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

08 novembro 2018

Muita ação e talento de Claire Foy salvam "A Garota na Teia de Aranha"

Lisbeth Salander, a garota com a tatuagem de dragão, agora terá de impedir que o controle bélico do mundo vá parar em mãos erradas (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de se destacar como Janet Shearon, a esposa do astronauta Neil Armstrong em "O Primeiro Homem", em exibição nos cinemas, a atriz premiada com o Globo de Ouro pela série "The Crown", Claire Foy mostra sua versatilidade e competência interpretando a justiceira Lisbeth Salander em "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" ("The Girl in the Spider’s Web: A New Dragon Tattoo Story"). Ela é a anti-heroína que vinga as mulheres agredidas por homens, trabalhando na calada da noite, mas que guarda um passado violento e dramático. 

Claire Foy está ótima no papel, com cabelos bem curtos, quase uma andrógina, com uma enorme tatuagem de um dragão nas costas e olhar frio Seu personagem apanha e bate muito, mas consegue conquistar o público à medida que o drama se desenrola e vai mostrando que Lisbeth não é de todo uma pessoa sem sentimentos.

Além da britânica Claire Foy, "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" tem um elenco multinacional, com atores suecos, holandeses, dinamarqueses, norte-americanos, noruegueses e até uma luxemburguesa. Novamente para locação foram escolhidas a cidade de Estocolmo e as isoladas montanhas geladas da Suécia, seguindo a obra de Stieg Larsson, autor do primeiro livro da trilogia adaptado para o cinema. "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" é o quarto, já de autoria do jornalista sueco David Lagercrantz, que deu continuidade ao trabalho do escritor após a morte dele.

Este é o segundo livro da saga  a ganhar as telas, iniciada com o ótimo "Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres" (2011), que apresentou a então investigadora particular/hacker Lisbeth Salander. Mulher de aparência e comportamento agressivos, a personagem foi interpretada por Rooney Mara. Daniel Craig foi seu par como Mikael Blomkvist, o jornalista investigativo da revista Millennium. Infelizmente, na continuação o papel ficou para o desconhecido e inexpressivo ator sueco Sverrir Gudnason.

Se no primeiro filme, elenco (que também contou com Chirstopher Plummer) e história foram bem conduzidos e garantiram ótimas avaliações dos críticos, o mesmo não se repete nesta continuação. O enredo apresenta falhas e mostra pouca criatividade em algumas situações. Até mesmo os vilões, apesar de não economizarem balas, bombas e ótimas derrapagens, são fracos e já no início é possível identificar quem será o calo no sapato de Lisbeth Salander.


Mesmo com esses pontos negativos, "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" oferece um bom suspense e, principalmente muita ação, com cenas de perseguição de Salander em sua moto Ducatti de tirar o fôlego. E coloca Claire Foy como a estrela e heroína que segura o filme do início ao fim.

Na história, Lisbeth Salander, conhecida como a garota com a tatuagem de dragão nas costas que defendia as mulheres contra agressores, vive nas sombras, pegando serviços "delicados" que ninguém aceita. Até ser contratada por Frans Balder (Stephen Merchant) para recuperar um programa de computador criado por ele para o governo dos Estados Unidos. O Firefall, como é chamado, dá ao usuário acesso a um imenso arsenal bélico e Balder quer apagar o programa por considerá-lo perigoso demais.

Lisbeth aceita a tarefa e consegue roubá-lo da Agência de Segurança Nacional, mas terá de enfrentar outro grupo, os Aranhas, que está atrás da arma. Para descobrir quem são seus novos inimigos, Salander vai novamente contar com a ajuda do amigo jornalista Mikael Blomkvist.

Vale conferir Claire Foy em seu novo personagem, com cabelos curtos, ótima pontaria, boa direção e foda em alta tecnologia, muito parecida com Jessica Jones, a anti-heroína Marvel, da série de TV da Netflix, que também usa camiseta, jaqueta e calça justa e é cheia de conflitos familiares, no estilo "bad girl".



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Fede Alvarez
Produção: Columbia Pictures / MGM Studios
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Suspense / Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #MillenniumAGarotaNaTeiadeAranha, #ClaireFoy, #suspense, #drama, #espaçoz, #SonyPictures, #MGMStudios, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

07 novembro 2018

"Grinch", o rabugento verde, abre a temporada das produções de Natal

Animação é adaptada do livro "Como Grinch Roubou o Natal", do escritor Dr. Seuss, que fez muito sucesso no mundo inteiro (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele é verde, mal-humorado, rabugento e o pior de tudo, odeia o Natal. E é exatamente nesta época que "O Grinch" ("The Grinch") é lembrado e ganha sempre uma nova versão. Como a animação que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, dos mesmos produtores da franquia “Meu Malvado Favorito” (2010, 2013 e 2016), “Minions” (2015), “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” (2016) e "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta" (2016).


Grinch é um ser verde, esquisitão, que tem como única companhia e amigo o fiel cão Max. Vive afastado do restante dos habitantes da pequena e alegre Quemlândia. E se durante o ano ele já evita aproximações, o mau-humor piora quando chega o Natal. Ah, o Natal! Todas aquelas pessoas sorrindo, comprando presentes e se organizando para a grande ceia, enfeitando suas casas e iluminando toda a cidade. E o rabugento verde odeia tudo isso.


Ao precisar descer à cidade para comprar mantimentos, ele acaba tendo contato com seus vizinhos, os Quens, e fica sabendo que o Natal deste ano será três vezes maior, o que aumenta sua raiva. Não se contentando em passar a data em sua caverna repleta de engenhocas e invenções feitas para suas necessidades do dia a dia, Grinch resolve bolar um plano para acabar com a festa de todos, roubando os presentes e enfeites. Ele só não contava que durante sua jornada do mal fosse conhecer uma rena muito comilona e uma adorável garotinha, que iriam mudar a sua vida e a de Max.


Benedict Cumberbatch faz a voz original de Grinch, enquanto Lázaro Ramos recebeu a incumbência de dublar o ser verde na versão para o Brasil. E cumpriu muito, dando o tom sarcástico ideal ao personagem, que é baseado no livro "Como Grinch Roubou o Natal", um clássico de 1957 do escritor Dr. Seuss, que vendeu milhares de cópias pelo mundo. Em 2000, Jim Carrey interpretou o personagem no cinema, na comédia de mesmo nome dirigida por Ron Howard, também abrindo o Natal daquele ano e atingindo um grande sucesso.


Muito colorido, com cenas hilárias do desengonçado ser verde e, principalmente do alegre e simpático Max, "O Grinch" vai agradar muito a criançada. E adultos também. A animação tem uma bela história, de solidão, abandono, fidelidade e, acima de tudo amizade.  Além de uma mensagem mostrando que o Natal não é só presente, mas um tempo de união e confraternização. Uma produção para ser curtida em família.



Ficha técnica:
Direção: Scott Mosier e Yarrow Cheney
Produção: Illumination  Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h30
Gêneros: Animação / Infantil / Família
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #OGrinch, #LazaroRamos, #BenedictCumberbatch, #UniversalPictures, #animação, #família, Illumination Entertainment, #espaçoZ, #cinemas.cineart, #CinemaNoEscurinho

05 novembro 2018

"Chacrinha" dá uma pincelada nos bastidores da vida do Velho Guerreiro

Stepan Nercessian brilha balançando a pança e comandando a massa no comando do cassino mais irreverente da TV brasileira (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


"Roda, roda, roda e avisa, um minuto de comercial, alô, alô Terezinha, é um barato o Cassino do Chacrinha". É isso mesmo, o Velho Guerreiro está de volta, agora na pele de seu melhor imitador, Stepan Nercessian, com todos os jargões que marcaram sua trajetória - "Vocês querem bacalhau?", "Quem não se comunica, se trumbica", "Na televisão nada se cria, tudo se copia" são lembrados até hoje pelo público acima de 40 anos. E é como uma pincelada na vida deste comunicador que estreia nesta quinta-feira nos cinemas "Chacrinha - O Velho Guerreiro".

O filme é dirigido por Andrucha Waddington, responsável também pelo ótimo "Sob Pressão" (2016), agora transformado em série de TV, que trouxe para as telas o espetáculo musical, sucesso no teatro e que consagrou Nercessian no papel de José Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O ator está na lista dos preferidos do diretor, com quem já trabalhou em "Sob Pressão" (continuando na série), "Rio, Eu Te Amo" (2013), "Os Penetras" (2012) e "Os Penetras 2 - Quem Dá Mais" (2017). Ele incorporou o personagem e entrega uma excelente interpretação, como se estivesse homenageando um ídolo que marcou sua geração.

No papel de Chacrinha, rapaz cearense recém-chegado ao Rio de Janeiro, está Eduardo Sterblitch, que se saiu muito bem. A linda Gianne Albertoni interpreta Elke Maravilha (tão linda quanto em sua juventude), a eterna protegida de Chacrinha, a quem ele tratava como filha e era retribuído com o mesmo carinho, segundo o filme. Carla Ribas é Florinda, mulher de Chacrinha, que praticamente criou os três filhos sozinha, enquanto o marido só queria saber de trabalho. Rodrigo Pandolfo é Jorge, filho mais velho, e Pablo Sanábio faz os gêmeos Leleco e Nanato.

A atriz Laila Garin tem a responsabilidade de interpretar a inesquecível Clara Nunes, descoberta por Chacrinha e que depois se tornou amante dele durante um período. Isso é mostrado no filme como um "deslize" do Velho Guerreiro que teria sido perdoado por D. Florinda. Já a chacrete Rita Cadilac passou quase despercebida, com uma fraca interpretação de Karen Junqueira. Do jeito que a personagem foi tratada na trama era dispensável sua participação. Uma pena, pois foi a mais marcante de todas no programa da TV.

Do baterista improvisado de uma banda que tocava em cruzeiro marítimo a um dos maiores comunicadores do país, a história mostra que Chacrinha não era um santo: moralista, intransigente, cabeça dura que não aceitava conselho nem ordens, mas doce e carismático com quem lhe interessava. Só pensava na carreira e no programa, tinha amigos, mas era cruel quando queria descartá-los, como fez com Osvaldo, personagem interpretado por Gustavo Machado (quando jovem) e Antonio Grassi (aos 60 anos), que descobriu seu talento e o ajudou na carreira.

Abelardo Barbosa começou dividindo o tempo entre anúncios com megafone em porta de loja e locutor dono de voz e apresentação diferenciadas de uma pequena rádio de Teresópolis, no Rio. Passou pelas principais emissoras de rádio e TV nas décadas de 1950 a 1980, e graças ao gênio difícil, saiu de muitas delas brigado com os chefes, como aconteceu com José Bonifácio de Oliveira, o Boni (papel de Telmo Junqueira), da Rede Globo. , da Rede Globo.

Considerava a família importante, mas passava o mínimo de tempo com a mulher e mal viu os filhos crescerem. A pouca mudança no comportamento do já Velho Guerreiro aconteceu com a tragédia envolvendo Nanato, que foi casado com Wanderléa, outra das centenas de talentos descobertos e incentivados por ele em seu show de calouros, como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Secos e Molhados e por aí vai.

A boa reconstituição de época é resultado da coprodução com a Globo Filmes e todo o acervo sobre o comunicador, que durante anos fez parte do quadro de atrações da emissora de TV do Grupo. O enredo peca ao abordar de forma bem superficial assuntos espinhosos da vida de Chacrinha, deixando algumas passagens de tempo confusas.

O filme tem uma boa condução, sem seguir regras como o personagem principal, que não aceitava ordens nem conselhos e não era o melhor dos exemplos. Mas para o público ele reinou único e absoluto, admirado inclusive pelos concorrentes, como Flávio Cavalcante (interpretado por Marcelo Serrado), apresentador da TV Tupi na época. "Chacrinha - O Velho Guerreiro" serve para relembrar bons tempos e conhecer algumas situações da vida do chefe do cassino mais irreverente e alegre cassino da TV brasileira, programa obrigatório nas noites de domingo e depois nas tardes de sábado, até 2 de julho de 1988, quando foi encerrado.


Ficha técnica:
Direção: Andrucha Waddington
Produção: Conspiração Filmes / Globo Filmes / Media Bridge
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Gêneros: Ficção/ Drama /Biografia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ChacrinhaOVelhoGuerreiro, #Chacrinha, #biografia, #drama, #EspaçoZ, #cinemas.cineart, #ParisFilmes,#DowntownFilmes, #ConspiraçãoFilmes #CinemaNoEscurinho