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03 agosto 2025

Em "Drácula - Uma História de Amor Eterno", a paixão arrebatadora toma o lugar do terror

Caleb Landry Jones interpreta com perfeição o famoso Mestre dos Vampiros na nova versão romântica
dirigida por Luc Besson (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)
 
 

Maristela Bretas

 
A nova e impactante aposta do diretor Luc Besson no gênero terror, "Drácula - Uma História de Amor Eterno" ("Dracula: A Love Tale") estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas. Esta é mais uma adaptação do clássico literário de Bram Stoker a chegar às telas, mas se diferencia ao fugir do terror habitual de outras versões. 

Focando na paixão arrebatadora do personagem, além de entregar muita ação, o longa é tão envolvente que o espectador pode até se pegar torcendo pelo "vilão". 

A trama começa no século XV, quando o príncipe Vlad (Caleb Landry Jones) perde sua esposa Elisabeta (Zoe Bleu). Desesperado, culpa Deus por não tê-la protegido enquanto ele lutava em Seu nome. 

Amaldiçoado com a vida eterna, Vlad se transforma no Conde Drácula e passa séculos em busca de sua amada, contando com a ajuda de um exército de vampiros criados por ele ao longo de sua jornada. 


Até que no século XIX, em Londres, ele finalmente encontra Mina (também interpretada por Zoe Bleu), uma jovem que acredita ser a reencarnação da falecida. Contudo, terá de enfrentar um padre exorcista e caçador de vampiros, papel do brilhante Christoph Waltz, vai tentar pôr fim ao reinado de Drácula e impedir que ele faça mais uma vítima.

Apesar das guerras sangrentas e os inúmeros ataques, o filme tem seu principal foco na paixão de Vlad por Elisabeta. Ele não se conforma em tê-la perdido, retornando sempre a seu túmulo e tentando em vão se matar inúmeras vezes para quebrar a maldição. 


Incapaz de morrer, ele cria um exército de vampiros pelo mundo que lhe garante o sangue necessário para a juventude e o auxilia a encontrar sua amada novamente.

Um contraponto interessante explorado por Besson: Drácula perde a fé em Deus, mas mantém uma esperança inabalável em reviver seu único e verdadeiro amor. 

Para o Mestre dos Vampiros, nada mais importa. As pessoas transformadas por suas mordidas sejam adultos ou crianças, não passam de escravos descartáveis, usados apenas para que ele atinja seu objetivo. 


Caleb Landry Jones está arrebatador no papel principal, em uma parceria notável com o ótimo Christoph Waltz. A cena do confronto final entre o bem e o mal é uma das mais marcantes do filme, tanto por sua estética quanto pela abordagem profunda sobre o amor e o que se é capaz de fazer em nome dele. 

Todo o elenco cumpre muito bem seus papéis, especialmente as atuações de Zoe Bleu e Matilda de Angelis, como a vampira Maria.


Destaque também para os figurinos e os cenários, explorando os tons quentes do outono europeu. As locações na Hungria, Florença, Finlândia e Paris oferecem um visual deslumbrante. 

Até mesmo as cenas internas, que se passam dentro de um convento, no castelo de Vlad ou no quarto onde o casal se amava loucamente foram muito bem conduzidas pelo diretor francês, que possui inúmeros sucessos em sua filmografia, como o frenético e alucinante "Lucy" (2014) e o eletrizante "Anna - O Perigo tem Nome" (2019).


Tudo isso somado à trilha sonora, composta por belos arranjos de Danny Elfman. O compositor e ex-vocalista e líder da banda Oingo Boingo, é conhecido por trabalhos em filmes como "Batman" (1989), "Batman, O Retorno" (1992), "O Estranho Mundo de Jack" (1993), a franquia Homem-Aranha (2002, 2004 e 2007), "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022), "Os Fantasmas Ainda se Divertem" (2024), entre outras dezenas de sucessos.

"Drácula - Uma História de Amor Eterno" é um filme que merece muito ser assistido, tanto pela excelente direção, quanto pelo trabalho visual surpreendente e pelas atuações de alta qualidade do elenco.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Luc Besson
Produção: Europa Corp, LBP Productions, Actarus e TF1
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h09
Classificação: 16 anos
País: França
Gêneros: terror, romance

10 julho 2025

James Gunn acerta com seu "Superman” mais humano e menos super

David Corenswet entrega uma boa atuação do herói da capa vermelha nesta nova versão (Fotos: Warner Bros.)
 
 

Maristela Bretas

 
Um super-herói que se distancia das versões anteriores mostradas no cinema e se revela mais humano. Este é o novo "Superman" que estreia  nos cinemas oferecendo uma visão diferenciada do diretor e roteirista James Gunn (da aclamada franquia "Guardiões da Galáxia" - 2014, 2017 e 2023). A trama é repleta de muita ação, questionamentos políticos e sociais e grandes efeitos visuais, expostos de maneira audaciosa e eficaz.

Gunn escolhe não revisitar a história original e já conhecida do alienígena Kal-El: sua chegada à Terra, o despertar dos poderes, a entrada no Planeta Diário como Clark Kent, o encontro com Lois Lane e o surgimento de Lex Luthor em sua vida. 


Esqueça tudo isso. Quem já viu qualquer filme do Superman já sabe estes pontos, e Gunn não quis ser repetitivo. Optou por abrir com um breve histórico em texto e entrar diretamente no presente, com o herói em meio a confrontos e apanhando muito. 

Uma vulnerabilidade que o torna mais humano, confirmando a icônica frase de Batman em "A Origem da Justiça" (2016) - "o Superman sangra".

Além de sangrar, o Homem de Aço, interpretado por David Corenswet, mostra-se mais emotivo, romântico, sofre com as críticas que recebe pela forma de agir em favor da salvação do planeta Terra e de seus habitantes. Admito que fui com poucas expectativas para este filme e me surpreendi com a boa interpretação do personagem feita por Corenswet. 


Apesar de ser muito parecido fisicamente com Henry Cavill, seu antecessor (que é ainda mais bonito), ele tem um olhar mais doce. Ele passa mais credibilidade ao demonstrar o amor por Lois Lane (Rachel Brosnahan) e a importância da família em sua formação. 

Sem esquecer a preocupação com a humanidade e os animais, do esquilo ao cachorro, estando sempre pronto para tentar salvar todos que puder. Nesta nova versão, Clark Kent aparece pouco, deixando o protagonismo para o Superman.


Destaque absoluto para a atuação de Nicholas Hoult como Lex Luthor. O ator vem realizando ótimos trabalhos e está excelente no papel do gênio bilionário, arrogante, machista e invejoso, cuja obsessão é destruir o Superman - o alienígena que conquistou a humanidade e é responsável por sempre frustrar seus planos.

Hoult entrega um vilão à altura do personagem, que vai de explosões de fúria a momentos de choro quanto seus planos falham. O ator talvez seja um dos melhores ou o melhor Lex Luthor já apresentado pelo cinema.


Outro ponto alto é o fofo e alucinado Krypto, o cão que Superman está cuidando temporariamente para sua prima Supergirl. As cenas em que ele aparece, criadas em CGI, são as mais divertidas e, em algumas situações, decisivas, especialmente pela forma descontrolada como ele se comporta. Nem o Homem de Aço dá conta de tanta adrenalina canina. Apaixonei pela versão macho do meu cachorro.

A Lois Lane de Rachel Brosnahan também ganha mais tempo de tela e também é essencial em diversas cenas. Com habilidade, o diretor aproveita para relembrar a franquia "Guardiões da Galáxia" ao colocar a jornalista pilotando uma espaçonave no estilo de Peter Quill/Star Lord.


"Superman" também entrega efeitos visuais incríveis, dignos de um grande super-herói dos quadrinhos e da telona. Embora algumas informações tecnológicas complexas possam deixar o público em geral confuso (os fãs "nerds" vão entender), isso nada impede a compreensão do enredo.

A trama é recheada de monstros gigantescos, Inteligência Artificial avançada e portais tridimensionais. Além disso, dá uma "cutucada" nada sutil em conflitos mundiais e nos replicadores de fake news que trabalham incessantemente para destruir a imagem do super-herói. 

Outros super-heróis atuam também na defesa de Metrópolis e do mundo: Lanterna Verde (Nathan Fillion, num papel que deixa o personagem abobalhado), Isabela Merced (Mulher Gavião) e Edi Gathegi (Senhor Incrível). 


O elenco conta ainda com nomes conhecidos em papéis menores como Bradley Cooper, Frank Grillo, Maria Gabriela de Faria, Skyler Gisondo, Milly Alcock, entre outros. 

Até William Reeve, filho caçula de Christopher Reeve, o primeiro e um dos mais queridos Superman do cinema, teve uma breve aparição no longa como o âncora de um noticiário. 

A música-tema original, composta por John Williams, ganhou novas versões e continua marcante nos principais momentos do super-herói. Associada a ela, a trilha sonora sob a batuta de John Murphy reunindo outros sucessos, está disponível no Spotify.


James Gunn acertou na escolha do elenco, na qualidade dos efeitos visuais e na abordagem da narrativa para contar a história de um dos mais emblemáticos super-heróis da DC, sem cair na mesmice. 

Mas será o sucesso nas bilheterias de "Superman", adaptado dos quadrinhos de Jerry Siegel e Joe Shuster, que irá ditar a fórmula a ser aplicada nas próximas produções do estúdio. 

Esta ficou ótima e merece ser assistida em IMAX ou 3D para uma experiência mais completa. Uma dica: não saia correndo da sala de cinema, o filme tem duas cenas pós-credito.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: James Gunn
Produção: DC Studios, Warner Bros.
Distribuição: Warner Bros Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h09
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção, aventura

06 março 2025

Robert Pattinson é um trabalhador totalmente descartável em "Mickey 17"

Novo longa do diretor Bong Joon-ho aborda a exploração do trabalhador, clonagem e doutrinação religiosa (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Maristela Bretas


Não me interpretem mal, a intenção foi justamente dizer o contrário. Robert Pattinson está excelente como Mickey Barnes, o trabalhador que assina um contrato para se tornar descartável no filme "Mickey 17". 

A produção estreia nesta quinta-feira (6), com distribuição da Warner Bros. e traz no elenco Mark Ruffalo, Toni Collette e Steven Yeun. Todos sobre a direção do premiado Bong Joon-ho, de "Parasita" (2019).

Ambientado num futuro não determinado, com a Terra sofrendo as consequências da degradação ambiental, pesquisadores buscam outras opções na galáxia para iniciar novas colonizações. 


Mickey é um homem que perdeu tudo, deve a um mafioso, está ameaçado de morte e vê no projeto de recolonização sua única saída. Para acelerar o processo, candidata-se a ser um trabalhador "descartável". Mas faltou ler as "letrinhas" do contrato. 

Começa aí sua jornada de tarefas perigosas e mortais na colônia espacial. E a cada exemplar perdido, um novo clone de Mickey é criado a partir do DNA e das memórias do anterior, permitindo que o trabalho continue sem atrasos e indenizações, para alegria e sucesso dos contratantes.


Robert Pattinson ("The Batman" - 2021) está brilhante no papel, especialmente quando o Mickey de número 17 se depara com sua réplica posterior. Apesar de terem o mesmo DNA e pensamentos, os comportamentos dos clones são opostos e é ai que o ator mostra seu potencial.

Não bastasse a atuação do protagonista, temos os indicados ao Oscar, Mark Ruffalo ("Pobres Criaturas" - 2023), como o explorador e visionário Kenneth Marshall, e Toni Collette ("Hereditário" - 2018), no papel de Yifa, sua fiel esposa. 


Eles dominam as cenas quando aparecem, com personagens bem caricatos representando os patrões que consideram todo e qualquer trabalhador substituível de imediato. 

Para Marshall e Yifa, são dignos de entrar na colônia que estão criando apenas os brancos, ricos e de famílias que possam fazer grandes doações e aceitem os dogmas que pregam. Isso mesmo, "Mickey 17" fala de exploração do trabalhador e de seguidores por meio da doutrinação religiosa. 


Quanto mais apanham ou perdem bens ou pessoas, mais os fanáticos seguidores do pastor/empresário Kenneth Marshall acreditam que serão dignos de chegar ao planeta Niflheim (quase um Reino dos Céus). Por trás do pregador está a esposa que controla suas falas e domina toda a operação.

O elenco conta ainda com as boas interpretações de Naomi Ackie (“Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker” - 2019), como a integrante da segurança da nave colonizadora e namorada de Mickey 17, e Steven Yeun ("Não! Não Olhe!" - 2022), no papel de Timo, único "amigo" de Mickey Barnes. Sem esquecer as criaturas alienígenas que habitam o novo planeta e que fazem toda a diferença na trama.


"Mickey 17" é uma produção intrigante, que reúne ficção científica, ação e comédia de humor ácido, adaptada do romance "Mickey7", de Edward Ashton. 

Além da doutrinação e da exploração do trabalho, a história também trata da questão moral da clonagem e dos perigos que a coexistência entre clones iguais pode representar para os planos dos criadores. 

Bons efeitos visuais, ótima direção e abordagem de temas bem atuais, mesmo sendo ambientado no futuro. E você, até onde iria para conseguir um emprego? Toparia ser "descartável" e morreria por ele? Confira "Mickey 17" nos cinemas e saiba onde sua escolha pode levar.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Bong Joon-ho
Produção: Warner Bros. Pictures, Plan B, Kate Street Picture Company
Distribuição: Warner Bros.
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h17
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, ficção, comédia

03 outubro 2024

"Coringa: Delírio a Dois" cria uma jornada tediosa e sem propósito

Joaquin Phoenix e Lady Gaga protagonizam novo filme que explora o gênero musical (Fotos: Warner Bros. Pictures)


Marcos Tadeu
Jornalista de Cinema


Joaquin Phoenix volta a protagonizar o famoso vilão inimigo do Batman, desta vez ao lado de Lady Gaga em "Coringa: Delírio a Dois" ("Joker : Folie à Deux"), que estreia oficialmente nesta quinta-feira (3) nos cinemas. Com Todd Phillips novamente na direção, o filme foi aplaudido no Festival de Veneza deste ano por 11 minutos e tem sido ovacionado pela crítica mundial.

Nesta continuação, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) está preso no hospital psiquiátrico de Arkham após os eventos de "Coringa" (2016). Lá, ele conhece Harleen "Lee" Quinzel (Lady Gaga), e o que começa como curiosidade se transforma em uma paixão obsessiva. Juntos embarcam em uma jornada frenética e musical pelo submundo de Gotham City. 


O filme foca no julgamento dos assassinatos cometidos pelo Coringa no primeiro filme, que provoca ondas de impacto em toda a cidade, afetando ainda mais as mentes perturbadas da dupla. Mas a impressão que fica da produção é de que sai do nada para lugar nenhum.

Todd Phillips declarou que este filme é um musical, especialmente com a adição de Lady Gaga, que lançou seu mais novo álbum baseado na produção. Mas a música, que poderia ser um diferencial atraente, se torna uma tortura até para quem gosta deste gênero de filme. O diretor usa e abusa do recurso de forma desconexa. Pode até soar como uma escolha artística, mas o excesso é questionável.

Joaquin Phoenix, como esperado, está excelente no papel e talvez até ganhe mais um Oscar por repetir o personagem. Contudo, a questão social do alter ego de Coringa e de Arthur Fleck não é bem desenvolvida. O filme não define quem são realmente essas pessoas durante a exibição. Se a intenção do diretor era provocar esta dúvida no espectador, ele conseguiu.


Lady Gaga, vendida nos trailers como uma "maluca" que se junta ao Coringa para cometer novos crimes, é tratada de forma superficial. Sua personagem, Lee, não é bem construída e suas motivações não são claras. Vemos uma Lady Gaga em uma excelente atuação, mas a maior parte da obra foi feita com a cara limpa e cantando, tudo o que já sabe fazer.

Faltaram roteiro e propósito para que a produção ganhasse camadas e fizesse o público acreditar no nascimento de Arlequina. Neste ponto, a personagem interpretada por Margot Robbie em "Aves de Rapina" (2020) é mais consciente e tem presença mais marcante como atriz.


As músicas são, em sua maioria, bem compostas, dominadas pelo jazz. No entanto, o ritmo frenético de cantar quase o tempo acaba ficando entediante para quem assiste. Existem poucos momentos de diálogo para dar corpo ao roteiro, mas nem isso o diretor se permite. 

A musicista islandesa Hildur Guđnadóttir retorna com sua trilha sonora e design de som, utilizando violoncelos de maneira potente, contornando as músicas compostas por Gaga. A nostalgia de Bathroom Dance continua presente, servindo como apoio sonoro não só para Fleck, mas também para Lee.

Parece que Todd Phillips se escondeu atrás de Gaga e Phoenix, colocando-os para cantar sem justificar a quase incessante presença de músicas. Sabemos que, assim como no primeiro filme, muito do que acontece vem da imaginação louca e questionável de Arthur Fleck. Contudo, pautar tudo isso num musical constante parece uma saída covarde.


O filme não consegue apresentar uma visão externa mostrando as consequências de Coringa se tornar quase um mártir. A continuação também não expande o universo nem tenta explicar lacunas do primeiro filme. A questão da saúde mental e um Estado que não se importa com os marginalizados, assim como as opiniões a favor e contra a figura do Coringa, são rasas e superficiais. A violência policial com os detentos, por exemplo, é apresentada, mas apenas de forma superficial.

Até elementos usados no primeiro "Coringa", como a escada e o elevador, só estão ali para agora colocar do ponto de vista de Arlequina. Não quer dizer que exista um roteiro ali. O elenco conta ainda com nomes conhecidos no cinema como Catherine Keener ("Corra" - 2017), Brendan Gleeson ("Os Banshees de Inisherin" - 2023), Steve Coogan (voz de Silas de Ramsbottom, em "Meu Malvado Favorito 4" - 2024), Zazie Beetz ("Trem-Bala" - 2022), entre outros.


Se no primeiro filme somos guiados por um ritmo ágil e uma montagem envolvente, aqui a sensação é oposta. O ritmo é lento e tedioso, muitas questões repetem uma forma, sem trazer frescor. A fotografia, mais detalhista e polida que a do primeiro filme, ainda utiliza filtros laranja e verde, cores dominantes criadas por Lawrence Sher, o diretor de fotografia.

"Coringa: Delírio a Dois" se resume a uma sequência cansativa e tediosa, que nem Lady Gaga consegue salvar. É uma obra sem propósito que, sinceramente, precisava ter mais conteúdo para entregar ao espectador. Fica a impressão de ter sido feita apenas por razões comerciais. Questiono o que o público do Festival de Veneza viu de tão inovador para justificar os longos aplausos. Ao final, fomos enganados e levados pela empolgação e hype de uma sequência que nem sequer precisava de existir.


Ficha técnica:
Direção: Todd Phillips
Produção: Village Roadshow Pictures, Warner Bros. Pictures, Sikelia Productions, Dc Entertainment, Bron Studios Inc.
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h19
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: ação, musical, romance, drama

11 março 2024

"Oppenheimer" vence como Melhor Filme e conquista outras seis estatuetas do Oscar

Filme que conta a história do pai da bomba atômica já havia conquistado cinco Globos de Ouro, sete Bafta, oito Critics'Choice Awards e várias outras premiações internacionais (Foto: Universal Pictures)

Maristela Bretas


"Oppenheimer", como era previsto, foi o grande vencedor da 96ª edição do Oscar, realizada neste domingo no Dolby Theatre, em Los Angeles. Das 13 indicações, o longa, dirigido por Christopher Nolan, ficou com sete premiações, incluindo a principal de Melhor Filme, além de Melhor Diretor, Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Montagem.

"Oppenheimer", que conta a história do pai da bomba atômica, já havia conquistado cinco Globo de Ouro (dois nas mesmas categorias), sete Bafta, oito Critics'Choice Awards, além de outros prêmios internacionais em várias categorias. "Pobres Criaturas", que estava com 11 indicações, ficou com quatro estatuetas, seguido por "Zona de Interesse", com duas.

"Os Rejeitados" (Foto: Universal Pictures)

A cerimônia, que teve duração de mais de três horas, foi apresentada novamente pelo comediante a apresentador Jimmy Kimmel, como ocorreu em 2023 e nos anos de 2017 e 2018. O primeiro prêmio anunciado foi de Melhor Atriz Coadjuvante, entregue a Da’Vine Joy Randolph por sua atuação em "Os Rejeitados". 

Na sequência, Chris Hemsworth e Anya Taylor-Joy anunciaram "O Menino e a Garça" como Melhor Animação. Na categoria de Melhor Curta de Animação, venceu "War Is Over!". Melissa McCarthy e Octavia Spencer entregaram as estatuetas para os vencedores de Melhor Roteiro Original, que ficou para "Anatomia de uma Queda", e Melhor Roteiro Adaptado, para "Ficção Americana".

"O Menino e a Garça" (Foto: Studio Ghibli)

Michael Keaton e Kathleen O'Hara, que retornam este ano em "Beetlejuice 2", anunciaram os vencedores de Melhor Maquiagem e Penteado e Direção de Arte. "Pobres Criaturas" faturou os dois prêmios. Na sequência, o diretor do filme também recebeu das mãos de John Cena, que entrou no palco inicialmente pelado e depois enrolado numa cortina rosa, a estatueta de Melhor Figurino.

"Zona de Interesse", do Reino Unido, venceu como Melhor Filme Internacional. Na sequência, Emily Blunt, de "Oppenheimer" e Ryan Grosling, de "Barbie". fizeram uma homenagem aos dublês de Hollywood.

"Pobres Criaturas" (Foto: Searchlight Pictures)

Como na premiação feminina, a categoria de Melhor Ator Coadjuvante também foi anunciada por cinco vencedores de premiações passadas. O vencedor, como já era esperado, foi Robert Downey Jr., por sua atuação em "Oppenheimer".

Anos depois os "Irmãos Gêmeos" (1988), Arnold Schwarzenegger e Danny de Vito lembraram os bons tempos como inimigos do Batman - Sr. Freeze e Pinguim. A dupla também anunciou o vencedor de Melhores Efeitos Visuais e entregou o prêmio aos diretores do longa japonês "Godzilla Minus One". 

Oppenheimer (Foto: Universal Pictures) 

Kate Macannon e America Ferrera, do elenco de "Barbie", entregaram os prêmios de Melhor Documentário em Curta-Metragem para "A Última Loja de Consertos" e de Melhor Documentário em Longa-Metragem para "20 Days in Mariupol". 

O diretor e jornalista ucraniano Mstyslav Chernov, em seu discurso fez um protesto e afirmou que "preferia ter trocado o prêmio por não ter sua cidade atacada pela Rússia. E que as pessoas de Mariupol nunca sejam esquecidas". Ele foi aplaudido de pé pelas pessoas na plateia.

Zendaya apresentou o prêmio de Melhor Fotografia, vencido por Hoyte van Hoytema por "Oppenheimer". Já a estatueta de melhor Curta-Metragem ficou para "A Incrível História de Henry Sugar", de Wes Anderson. 

Um momento descontraído foi a performance de Ryan Gosling subindo ao palco, todo de rosa, para cantar a música “I’m Just Ken”, de Mark Ronson and Andrew Wyatt, feita para seu personagem Ken, no filme "Barbie”. 

Logo depois, foram entregues as estatuetas de Melhor Trilha Sonora Original para Ludwig Göransson, pelo trabalho em "Oppenheimer" e de Melhor Canção Original para “What Was I Made For?”, composta por Billie Eilish e Finneas o'Connell especialmente para "Barbie”.

Barbie (Foto: Warner Bros. Pictures)

Na reta final da premiação, Cillian Murphy ficou com a estatueta de Melhor Ator por seu protagonismo em "Oppenheimer". Steven Spielberg, comemorando 50 anos do filme "A Lista de Schindler" (1993) anunciou o ganhador de Melhor Direção e entregou o Oscar para Christopher Nolan por "Oppenheimer".

Encerrando a cerimônia do Oscar 2024, o prêmio de Melhor Atriz ficou para Emma Stone, por seu papel em "Pobres Criaturas". Na sequência, Al Pacino foi chamado em homenagem aos 50 anos de "O Poderoso Chefão 2" (1974). Após ser aplaudido de pé, entregou o Oscar de Melhor Filme para "Oppenheimer".

Subiram também ao palco para anunciar os vencedores das categorias Jamie Lee Curtis, Lupita Nyong'o, Ke Huy Quan, Mahershala Ali, Sam Rockwell, Dwayne Johnson, Jennifer Lawrence, Nicolas Cage, Michelle Yeoh, Brendan Fraser, Michelle Pfeiffer, Charlize Theron, Jessica Lange, Sally Field, Ben Kingsley e Matthew McConaughey.

Confira a lista dos vencedores do Oscar 2024

MELHOR FILME
Oppenheimer

MELHOR ATRIZ
Emma Stone – Pobres Criaturas

MELHOR ATOR
Cillian Murphy – Oppenheimer

MELHOR DIREÇÃO
Christopher Nolan – Oppenheimer

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Robert Downey Jr. – Oppenheimer

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Da’Vine Joy Randolph – Os Rejeitados

Anatomia de uma Queda (Foto: Diamond Films)

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Anatomia de uma Queda

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Ficção Americana

MELHOR FILME INTERNACIONAL
Zona de Interesse – Reino Unido

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
O Menino e a Garça


Ficção Americana (Foto: Prime Vídeo)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“What Was I Made For?” - Billie Eilish and Finneas o'Connell (“Barbie”)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Ludwig Göransson – "Oppenheimer"

MELHOR FIGURINO
Holly Waddington – "Pobres Criaturas"

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO
Pobres Criaturas


Godzilla Minus One (Foto: Sato Company)

MELHOR FOTOGRAFIA
Hoyte van Hoytema – "Oppenheimer"

MELHORES EFEITOS VISUAIS

Godzilla Minus One

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
War Is Over!

MELHOR CURTA-METRAGEM EM LIVE-ACTION
A Incrível História de Henry Sugar, de Wes Anderson


Zona de Interesse (Foto: A24 Films)

MELHOR SOM
Zona de Interesse

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
"20 Days in Mariupol"

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
A Última Loja de Consertos

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Pobres Criaturas

MELHOR MONTAGEM
Oppenheimer



08 janeiro 2024

“Rebel Moon - Parte 1” promete grande série, mas entrega um filme de sessão da tarde

Guerreira reúne um grupo de combatentes bem diversificado para combater um tirano que invade e passa a dominar seu planeta
(Fotos: Netflix)


Jean Piter Miranda


“Rebel Moon - Parte 1: A Menina do Fogo” atingiu o status de filme mais visto na Netflix em todo o mundo nos últimos dias. Mas engana-se quem pensa que se trata uma grande obra. Não é. Prova disso é que, até o momento, o novo longa do diretor Zack Snyder só tem 24% de aprovação da crítica e 61% da audiência no Rotten Tomatoes.

O filme tem como protagonista a camponesa Kora (Sofia Boutella, de "A Múmia" - 2017). Ela vive em um planeta pacífico de agricultores. Só que a paz desse lugar fica ameaçada quando tropas do exército do governo tirânico de Balisarius chegam em busca de suprimentos. Os militares ocupam a região, exigem que toda a plantação seja entregue a eles e começam a oprimir os moradores.


Para salvar seu povo, Kora, que na verdade não é uma simples camponesa, se revolta e elimina as tropas que ocupam o planeta. Por conta disso, a guerreira revelada tem que fugir. Mas ela vai além. Com o plano de eliminar o império Balisarius da galáxia, ela sai em busca de novos combatentes que possam se juntar à sua causa.

Nessa primeira parte, o filme apresenta o almirante Atticus Noble (Ed Skrein, de "Midway - Batalha em Alto-Mar" - 2019), o antagonista da vez. O vilão e sua tropa usam fardas militares com detalhes vermelhos em um clara alusão ao nazismo. Um clichê recorrente em filmes de heróis estadunidenses.

As tropas são malvadas gratuitamente. Mais um clichê do maniqueísmo, dividindo os grupos entre o bem e o mal, mocinhos e vilões. Uma forma muito rasa e simplista de se construir personagens. O almirante Atticus Noble, por sinal, parece uma cópia barata do magnífico Hans Lanna, de “Bastardos Inglórios” (2009).


Nas primeiras cenas de lutas, vemos mais um show de clichês. Snyder abusa do uso de câmera lenta. O que talvez tenha o objetivo de dar mais emoção, de criar um momento memorável, só deixa o filme mais chato e arrastado.

Os combates são difíceis de engolir. Soldados treinados que não acertam um único tiro nem se preocupam em se defender, atacando de qualquer jeito. Socos que não deixam marcas nem tiram sangue e tiros de laser que imitam "Star Wars". Depois de cenas de ação em filmes como “John Wick” (2014), “Ong Back” (2003), "Oldboy" (2003), “Anônimo” (2021), entre tantos outros, não dá pra aceitar lutas lentas. Ainda mais quando se trata de guerreiros, de combatentes de elite. Muito menos pancadas que não tirem sangue.


Seguindo a trama, Kora passa 80% do filme recrutando guerreiros para seu grupo. O primeiro que a acompanha é Gunnar (Michiel Huisman), da colônia de agricultores. Um cara sem experiência de batalha, sem nada de especial. Não dá para entender o porquê de ele estar no grupo. Depois, ela acha Kai (Charlie Hunnam, de "Rei Arthur - A Lenda da Espada" - 2019), um piloto mercenário. Tem o clichê da briga de bar e um milhão de frases feitas motivacionais ao longo do caminho.

O time então vai se formando com o General Titus (Djimon Hounsou, de "Shazam! - Fúria dos Deuses" - 2023), um gladiador que já serviu Balisarius e está arrependido de seu passado; Tarak (Staz Nair), um guerreiro nativo que busca redenção, sabe-se lá de que; Nemesis (Doona Bae), um ciborgue espadachim; Darrian Bloodaxe (Ray Fisher) e Milius (E. Duffy), guerrilheiros de um exército rebelde de resistência ao império.


Apesar das duas horas e quinze minutos de duração, o filme não desenvolve nenhum dos personagens. É tudo muito superficial. O passado de Kora é apresentado aos poucos, mas não convence nem cativa. Sobre os demais, não dá pra saber suas motivações ou objetivos. Todos embarcam em um missão praticamente suicida depois de um jogo de frases feitas motivacionais.

Um gladiador negro, uma guerreira oriental que usa katanas, um guerreiro com aparência indígena, um piloto loiro bonitão, um soldado e uma soldada, um camponês e uma líder ex-militar super treinada. Personagens os quais, no máximo, dá para guardar descrições físicas. Uma seleção diversa, o que é bem positivo. Mas não passa disso.


Sem tempo de tela para desenvolver características de personalidade, habilidades, poderes, motivações, todos os personagens se tornam completamente esquecíveis. Não dá pra ter simpatia ou identificação com nenhum deles. Nem com a protagonista.

Para não dizer que é tudo ruim, os efeitos especiais merecem elogios. A maquiagem e a caracterização de seres interplanetários é muito bem feita. Seres que, por sinal, são tantos que não dá para decorar nomes, raças, espécies, saber a importância de cada um para a trama ou o que representam para esse universo. É tanto personagem em tão pouco tempo de tela que dá a impressão de estar vendo uma montagem com recortes de vários filmes.


O robô Jimmy (voz de Anthony Hopkins) também é muito bem feito. É aliado momentâneo que não embarca na jornada e que deixa um ar de que, talvez, seja um personagem importante para a "Parte 2", prevista para estrear em abril deste ano.

O ator e cantor irlandês Fra Fee interpreta o grande vilão Balisarius, o ditador intergaláctico. Ele praticamente só aparece em cenas do passado, deixando expectativa para que tenha uma participação maior e mais ativa na continuação.

Zack Snyder tem um currículo cheio de grandes produções. Sucessos como “300” (2006), “Watchmen – O Filme” (2009) e “A Lenda dos Guardiões” (2010). Mas também tem obras que não emplacaram como “Army of the Death – Invasão de Las Vegas” (2021), “Batman VS Superman – A Origem da Justiça” (2016) e “Liga da Justiça” (2017), que inclusive ganhou uma versão estendida em 2021 - "Snyder Cut". Em comum, são sempre obras com orçamentos volumosos.


O fato é que, com ou sem Snyder, as produções da DC não decolaram. E os motivos são muitos. Mas não dá pra reclamar de recursos. Os elencos são bons, assim como os roteiristas, equipes técnicas e demais profissionais. Dinheiro nunca faltou. De forma geral, não agradou a crítica nem o público. Mas rendeu uma boa grana. No fim, o diretor sempre tem saído com prestígio.

É inegável que Snyder tem um fã clube enorme. Há quem goste muito de seu trabalho, mesmo com os altos e baixos. O próprio diretor tem uma super autoestima e acredita que está criando uma linguagem cinematográfica própria. Uma falta enorme de senso de realidade. “Rebel Moon - Parte 1” mostra isso. Um caminhão de clichês e escolhas erradas com um orçamento de US$ 90 milhões. Um grande elenco e um história que copia um monte de histórias já vistas.

No fim, o longa promete ser o novo “Star Wars”, a nova série cinematográfica que vai marcar época e geração. Mas que entrega uma obra chata, sem graça e muito cansativa, como um filme repetido de baixo orçamento de “Sessão da Tarde”.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Zack Snyder
Produção: Netflix
Exibição: Netflix
Duração: 2h13
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: aventura, ficção, ação
Nota: 2,5 (0 a 5)

21 dezembro 2023

"Aquaman 2: O Reino Perdido" e James Wan entregam o melhor filme da DC dos últimos tempos

Jason Momoa retorna mais poderoso como o super-herói dos mares para enfrentar um velho inimigo que só quer vingança (Fotos: Warner Bros. Pictures) 


Maristela Bretas


Ótimos efeitos visuais, trilha sonora eletrizante, boas interpretações e um enredo que prende do início ao fim. Este é "Aquaman 2: O Reino Perdido" ("Aquaman and the Lost Kingdom"), que estreou nessa quarta-feira (20) nos cinemas. O longa fecha o ano com chave de ouro as produções com super-heróis da DC, que têm deixado muito a desejar nos últimos tempos. 

Mas o grande mérito deste novo longa com certeza é a direção de James Wan, responsável também pelo sucesso de "Aquaman" (2018), além de "Invocação do Mal 2" (2016), "Invocação do Mal" (2013) e "Velozes e Furiosos 7" (2015), entre outros. 

A participação de Peter Safran como produtor ajudou a deixar o longa com cara de história em quadrinhos, o que o tornou ainda mais interessante.


Segundo filme com o mais divertido e atraente super-herói da marca (e que conquistou também a maior bilheteria da DC), Aquaman/Arthur Curry chega com nova roupagem, mais dourada e brilhante. 

Cheio de marra como sempre, e os comentários mais engraçados e sem noção, ele é diferente de outros integrantes da Liga da Justiça (como Batman e Superman) que, por sinal, nem é citada no longa, permitindo que Aquaman se destaque por conta própria. 


Desta vez, ele acha que dá conta de tudo sozinho mas vai precisar contar com a ajuda de um grande e próximo inimigo, seu meio-irmão Orm, antigo rei de Atlântida e Mestre dos Oceanos, interpretado por Patrick Wilson (que protagonizou os filmes de James Wan na franquia "Invocação do Mal"). 

Wilson e Jason Momoa formam uma dupla bem sintonizada, com ótimas atuações, especialmente nas batalhas no mar e em terra, ancorados por efeitos visuais excelentes e bem aplicados que merecem ser vistos em Imax, no Cineart Boulevard (o dinheiro do ingresso vai ser bem empregado). 


Outro que entrega uma boa atuação, novamente no papel de vilão da história é Yahya Abdul-Mateen II, como David Kane/Arraia Negra, que foi derrotado pelo super-herói marítimo no primeiro filme, mas jurou vingança.

Agora ele volta, mais forte e poderoso, para cobrar com juros e correção, e vai atrás de toda a família de Aquaman e do povo de Atlântida e da superfície, ajudado por um milenar inimigo do reino. 


Também estão de volta ao elenco Nicole Kidman (rainha Atlanna e mãe dos dois heróis), Dolph Lundgren (rei Nereus), Temuera Morrison (Tom, pai de Arthur) e Randall Park ("Homem-Formiga e Vespa: Quantumania" - 2023), como o cientista Stephen Shim. 

Até Amber Heard (repetindo o papel de Mera, rainha da Atlântida e mãe do herdeiro do trono) está presente, apesar da polêmica de sua briga conjugal nos tribunais contra Johnny Depp. Ela foi mantida no elenco com falas reduzidas e aparições esparsas mas importantes na trama. 

Uma novidade é Jani Zhao, como Stingray, braço direito de David Kane. Confira aqui as opiniões do diretor e dos atores sobre o filme.


O CGI é um dos destaques do filme, especialmente nas imagens no fundo do mar com seus habitantes, luzes e cores vibrantes, como no filme primeiro longa. Há momentos também, como no início, que as cenas parecem tiradas de um videogame, o que vai ser explicado posteriormente. 

James Wan também acertou a mão na escolha das locações. Como comentou meu amigo, grande crítico de cinema e criador do blog O Pipoqueiro, Marcelo Seabra, "Aquaman 2" foi filmado em mais lugares que James Bond. Irlanda, Antártica, Nova York, Índia, Nepal, Havaí estão entre os locais de onde foram extraídas as excelentes imagens. 


O diretor também se preocupou com a questão ambiental, que serve de pano de fundo para explicar que a ação do homem é a maior causa das alterações climáticas e da destruição do planeta. O derretimento das geleiras, furações e enchentes são bons exemplos mostrados no filme.  

Não tem como esquecer a trilha sonora comporta por Rupert Gregson-Williams, responsável também pelas composições do primeiro filme e de "Mulher-Maravilha" (2017). A escolha de clássicos como "Born to be Wild" (Steppenwolf) e "Deep End" (X Ambassadors) e muitos sintetizadores envolve o espectador de forma nostálgica na atmosfera do longa. 


O filme tem alguns furos, mas nada que atrapalhe. "Aquaman 2: O Reino Perdido" é o segundo grande acerto da DC Comics e entrega uma continuação melhor que o primeiro filme. 

É divertido, graças especialmente a Jason Momoa, tem uma história bem contada, ótimas batalhas, muita ação e uma boa mensagem. A cara deste simpático e carismático super-herói. Merece ser conferido no cinema.


Ficha técnica
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Produção: Atomic Monster/Peter Safran
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, família, fantasia
Nota: 4,8 (0 a 5)